sábado, 16 de junho de 2012

Questionamentos

Na blogagem coletiva de hoje, proposta pela Luz de Luma, o tema é "Questionamento". Sempre fui questionadora, desde pequena, isso incomoda muito as pessoas, para mim não é suficiente responder "sim" ou "não", é necessário dar uma justificativa bem consistente porque não tolero desculpas esfarrapadas, parece que subestima a minha inteligência. Lembro no meu primeiro emprego que eu queria saber de tudo e minha chefe falava: "Você está aqui para executar, não para questionar!" Sim, porque às vezes a ignorância é uma benção, não saber o que rola por detrás dos bastidores é que deixa o espetáculo bonito.
Sempre questionei a existência de Deus. Quais deles é o verdadeiro? Yahweh, Buda, Alá, Krishna. Se Deus é amor porque se faz tantas guerras em nome dele? Será que não é uma paranoia generalizada para manter as pessoas sempre obedientes e nunca questionadoras?
Eu criei um Deus para mim, converso com ele porque não tenho com quem conversar sobre determinados assuntos, também faço meditação para atrair energias positivas, mesmo sendo realista beirando ao pessimismo. Eu confio desconfiada, mesmo não acreditando e sabendo que no fundo da minha alma eu não boto fé em religião e muito menos em religiosos manipuladores, eu me esforço e sou espiritualista, já estudei teologia, leio vários teólogos, mas tb muito filósofos, tenho visão holistica, não creio, mas não descarto porque o universo é cheio de possibilidades.
As perguntas do filósofo mineiro também me incomodam: "Doncovim, Oncotô, Proncovô". Queria saber qual é o propósito da vida, tem algum motivo para estarmos aqui? A vida termina com a morte?
Para mim, nada define melhor a angústia do questionamento que o monólogo de Hamlet, na obra de Shakespeare.

Também gosto da definição da vida, em Macbeth, de Shakespeare também:

Pode ser que a vida seja só isso, vazia de significado, cheia de som e fúria, contada por um idiota, nascemos e morreremos sempre esperando presenciar algo de grandioso e espetacular, talvez um milagre, mas não, é só isso, simples assim. Que proveito temos disso tudo? Trabalhamos alienados, como robôs para ganhar dinheiro e pagar contas. Onde tem vida nisso? Vivemos para o sistema e não sabemos quem somos.

Vaidade de vaidades, diz o pregador, vaidade de vaidades! Tudo é vaidade.
Que proveito tem o homem, de todo o seu trabalho, que faz debaixo do sol?
Uma geração vai, e outra geração vem; mas a terra para sempre permanece.
Nasce o sol, e o sol se põe, e apressa-se e volta ao seu lugar de onde nasceu.
Eclesiastes 1:1-5

E apliquei o meu coração a conhecer a sabedoria e a conhecer os desvarios e as loucuras, e vim a saber que também isto era aflição de espírito.
Porque na muita sabedoria há muito enfado; e o que aumenta em conhecimento, aumenta em dor.
Eclesiastes 1:17-18

Existe algum motivo especial para pessoas passarem por nossa vida? Nossos amores, nossa família, nossos amigos, a convivência com eles é um karma ou uma coincidência? Acho que até gente ruim ou chata é exemplo, aprendemos com elas como não ser.

Pode o amor durar para sempre ou "o para sempre sempre acaba" como diz a música do Renato Russo - Legião Urbana? É possível o amor durar um dia, uma semana, uns meses e marcar para sempre e ser mais intenso do que os que durarão a vida inteira e sem emoção? O importante é aproveitar ao máximo o momento com qualquer pessoa, não sabemos sobre o dia de amanhã, o momento de ser feliz é agora para elogiar, dizer que ama, abraçar, beijar, dizer que a pessoa é especial para você, pode ser que no futuro não dê em nada, mas hoje é o melhor momento para descobrir isso.
São tantas dúvidas, tantas perguntas jogadas ao vento e sem retorno, pode ser que não haja respostas, mas não vamos perder a oportunidade de refletir. Esse assunto dá pano pra manga.

4 comentários:

  1. Um texto muito pertinente.
    A pergunta de quem sou, donde venho, para onde vou é um questionamento que todos nós nos fazemos pelo menos uma vez na vida.
    Um abraço

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  2. Dá pano para manga mesmo...são tantos questionamentos que me limito a refletir seu texto para questionar aquilo que mantenho guardado...É melhor não saber algumas coisa, deixar para o momento apropriado...O que seria se não tivéssemos dúvidas?Será que o que sou, de onde vim e para onde vou é o certo?Teologia me deixa muitas dúvidas e é disso que precisamos....
    Paz e bem
    Participo da BC

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  3. Oi Ana,
    perfeita sua participação. Fiquei fã da ideia de fotografar os livros.
    Seu texto é muito rico de sábios questionamentos. Toda minha vida me questionei sobre o amor não retribuido. Mas o caminho espiritualista (sem dogmas) me ensinou a dar sem pedir retorno ou reconhecimento. Doar amor em todos os formatos possiveis e imaginários é um prazer pessoal para mim. A retribuição vem do alto. São propositos maiores os que entendo que estou a servir.

    A idealização desta blogagem foi uma doação de amor.
    A organização mensal, outra doação.
    A visita e comentário às 60 participações, outra doação.
    Se nós (equipe) contabilizássemos a retribuição visivel, paravamos a meio da caminhada. Mas a retribuição invisivel, não é contabilizável, existe e nos enche de gratidão.
    Beijo no seu coração.
    Rute

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  4. Oi, Ana!!
    Seus questionamentos são valiosos, pois está na vida para descobrir para que veio e onde quer chegar. Alguns questionamentos deixei de lado, pois não chegarei a qualquer lugar sozinha e eles muitas vezes chegam quando estou em sintonia com alguém que pensa parecido comigo. Não gosto da arrogância de algumas pessoas que se dizem religiosas, como se o Deus delas, as fizessem superiores aos demais e usam da Palavra de Deus de forma distorcida e em vão. Gente que agradece Deus só quando tem platéia, mas enfim, acho que se agimos com a consciência tranquila, não teremos muito o que questionar, principalmente quando o amor vem de forma espontânea.
    Obrigada por participar da blogagem e desculpe somente agora aparecer por aqui. Os motivos do atraso da minha participação conto na postagem de chamada da 5ª e última fase da blogagem.
    Boa semana!
    Beijus,

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