Infelizmente em 2014 nao vai ter mais o desafio literário que eu participei durante 3 ou 4 anos, entao vou ler por conta própria alguns livros de meu interesse. Darei prioridade para escritoras, quero ler mulheres, vou reforçar meu espírito laotong.
Depois da minha mudança, desfiz da maioria dos meus livros, tenho duas caixas na casa dos meus pais e nem sei quando vou buscá-las. Isso me deixou um pouco traumatizada, nao tenho mais coragem de montar uma biblioteca pessoal. Para minha sorte, na cidade onde moro tem muitas bibliotecas públicas e a biblioteca da faculdade que estudo tem muitos livros e em vários idiomas, inclusive em português. Quando morava no Brasil também tinha o privilégio de ter acesso às bibliotecas integradas da USP, mas infelizmente nao aproveitei tanto quanto estou aproveitando a daqui.
Na faculdade também tem o Bookcrossing, as pessoas deixam os livros lá e quem passar pode pegar, já peguei alguns, mas ao terminar de lê-los vou devolver porque a ideia é mantê-los circulando.
Quer saber? O desapego foi doloroso, mas me fez bem, nao tenho motivo para ficar guardando e deixando empoeirar livros se posso tê-los quando eu quiser, ainda economizo grana e espaço.
Já sondei no site da biblioteca algumas escritoras que pretendo ler, sao elas: Gabrielle Roy (Québec), Alice Munro (Canadá), Zélia Gattai e Hilda Hilst (Brasil), Simone de Beauvoir (França), Doris Lessing e Virginia Woolf (UK) e Paulina Chiziane (Moçambique), esta última por causa da indicaçao da Denise neste vídeo. Algumas destas autoras eu já li um livro ou outro, mas quero ler outras obras que nao tive a oportunidade ainda.
Falando em vídeo, lembram do Manifesto "Só a leitura salva"? Se nao sabe, veja.
Manifesto - Só a leitura salva from Marcos Felipe on Vimeo.
Meu manifesto é fazer a propaganda de pessoas que falam de livros no Youtube, elas nem me conhecem, nem sabem quem eu sou, mas voluntariamente vou indicá-las porque falam de forma envolvente, encantadora e até me influencia na hora de ler, graças às indicaçoes delas conheci muitos livros bons. Fiz um top 10 de youtubers, mas nao está na ordem de preferência, é porque preciso numerar de 1 a 10, só isso..
1. Juliana Brina, do canal "O Pintassilgo", vejam a série "Para ler como um escritor" é mais digna e com mais conteúdo do que aquele programa de literatura da BBC de Londres.
2. Inês, de Portugal, do canal "Inês books", eu tenho vontade de ler tudo o que ela lê, graças a ela conheci vários autores portugueses.
3. Juliana Gervason, do "O batom de Clarice"
4. Tatiana Feltrin, do "Tiny little things"
5. Gisele Eberspächer, do "Vamos falar sobre livros?"
6. Agna Farias, do "19 Berg gasse", ela fala de literatura e psicanálise, amo os dois assuntos.
7. Daiane Araujo
8. Luara França, do "Ao rés do chao"
9. Denise Mercedes, do "Cem anos de literatura"
10. Claire Scorzi
Quanto aos filmes, também darei prioridade para diretoras, nao quero contribuir com a desigualdade no cinema, quero valorizá-las e incentivá-las. Saiba mais aqui. Também quero ver filmes que as protagonistas, sejam realmente protagonistas de suas vidas e que fuja do cliché que mulher é feliz só depois de encontrar um homem, que tenha algo a mais para acrescentar além de romance. Achei umas listas interessantes só que está em francês.
Lista de 20 filmes sobre mulheres e para mulheres. (já vi a maioria, mas fica a dica para quem nao viu)
102 filmes dirigidos por mulheres.
Lista de diretoras (olha quantas e a gente nao conhece a maioria)
Site Réalisatrices équitables, dedicado às cineastas do Québec, tem revistas para download em PDF.
Na Suécia, os filmes vao receber uma etiqueta com um timbre feminista representado pela letra A se eles passarem no teste Bechdel que deve responder a 3 questoes: Tem ao menos duas personagens femininas? Elas conversam entre elas? Falam de outras coisas que nao sejam de homens? Leiam mais aqui. As perguntas sao super simples, mas acredite, a maioria dos filmes nao respondem essas questoes, enquanto o contrario é perfeitamente viável.
Aqui vai ter muito mais espaço para mulherada com talento, espaço para futilidades tem aos montes na Internet, vamos abrir caminhos para mulheres escritoras, leitoras, artistas, na política, na área de informática, nas Ongs e no feminismo. Se nao fizermos isso, quem vai fazer?
sábado, 28 de dezembro de 2013
Filme: Snow Flower and the Secret Fan
Snow flower and the Secret Fan é um filme dirigido por Wayne Wang, baseado no livro com o mesmo nome, escrito por Lisa See, uma americana que tenta resgatar as histórias que foram perdidas ou esquecidas de mulheres chinesas.
O filme é dividido em duas histórias, uma que aconteceu no começo do século 19 e a outra é contemporânea, mas nas duas os assuntos tratados sao os mesmos: a amizade e a lealdade.
Na China, as mulheres sempre foram oprimidas, mas elas tinham uma válvula de escape, tinham a possibilidade de ter uma amiga com direito a contrato e votos de fidelidade, como um casamento. Essa cultura era típica da província de Hunan. O nome dado a esta amizade é Laotong que significa amigas para sempre, em francês traduziram como âme soeur (irmas de alma). Esta amizade nao é como a BFF (best friend forever), era algo muito cultural, muito sério, você tinha um compromisso de cuidar da sua amiga para o resto da vida, tanto que tinha até um dialeto próprio entre as mulheres, elas escreviam para suas laotong em Nushu, que significa "escrita de mulheres".
O filme também mostra aquela tradiçao de enfaixar os pés das meninas para que elas pudessem arranjar um bom marido, ao enfaixar, elas sentiam dores insuportáveis e andar era muito difícil. O casamento arranjado também é um assunto intrigante.
Mostra que dar a luz a uma menina é motivo de vergonha, tanto que na China e em outros países ainda hoje é muito comum o aborto de meninas e isso causa um desequilíbrio, visto que agora tem muito homem e pouca mulher. Veja esta matéria, em francês, explicando este tipo de feminicídio e quais sao os países que praticam.
Na história contemporânea, uma chinesa e uma coreana que mora na China tornam-se grandes amigas e tentam manter a tradiçao do Laotong.
Este filme é interessante pela parte histórica, fala de fatos sobre as mulheres chinesas que eu nao tinha conhecimento, por isso vale muito a pena. Também vai receber este selinho abaixo que vou explicar no próximo post sobre livros e filmes para 2014.
O filme é dividido em duas histórias, uma que aconteceu no começo do século 19 e a outra é contemporânea, mas nas duas os assuntos tratados sao os mesmos: a amizade e a lealdade.
Na China, as mulheres sempre foram oprimidas, mas elas tinham uma válvula de escape, tinham a possibilidade de ter uma amiga com direito a contrato e votos de fidelidade, como um casamento. Essa cultura era típica da província de Hunan. O nome dado a esta amizade é Laotong que significa amigas para sempre, em francês traduziram como âme soeur (irmas de alma). Esta amizade nao é como a BFF (best friend forever), era algo muito cultural, muito sério, você tinha um compromisso de cuidar da sua amiga para o resto da vida, tanto que tinha até um dialeto próprio entre as mulheres, elas escreviam para suas laotong em Nushu, que significa "escrita de mulheres".
O filme também mostra aquela tradiçao de enfaixar os pés das meninas para que elas pudessem arranjar um bom marido, ao enfaixar, elas sentiam dores insuportáveis e andar era muito difícil. O casamento arranjado também é um assunto intrigante.
Mostra que dar a luz a uma menina é motivo de vergonha, tanto que na China e em outros países ainda hoje é muito comum o aborto de meninas e isso causa um desequilíbrio, visto que agora tem muito homem e pouca mulher. Veja esta matéria, em francês, explicando este tipo de feminicídio e quais sao os países que praticam.
cena do filme - séc. XIX |
tem a participaçao especial do Hugh Jackman, para nossa alegria |
Na história contemporânea, uma chinesa e uma coreana que mora na China tornam-se grandes amigas e tentam manter a tradiçao do Laotong.
Este filme é interessante pela parte histórica, fala de fatos sobre as mulheres chinesas que eu nao tinha conhecimento, por isso vale muito a pena. Também vai receber este selinho abaixo que vou explicar no próximo post sobre livros e filmes para 2014.
sexta-feira, 27 de dezembro de 2013
Filme: To the wonder - Terrence Malick
Finalmente consegui assistir ao filme que tanto queria "To the wonder", foi como eu esperava, ou seja, surpreendente e emocionante.
Gostei da globalizaçao, atores falando em inglês, francês, espanhol, italiano e teve até linguagem de sinais (nao assista dublado porque senao essa parte dos idiomas perde a graça).
Os personagens sao infelizes e cheios de questionamentos sobre a própria existência.
Os filmes do Malick sempre questionam sobre a fé, o amor, a família e a natureza, nao de uma forma confortável, mas de uma forma intrigante.
O que falar do Neil, ele é tao introspectivo também, tao indeciso, tao perdido, como todos nós, tomando decisoes erradas, nao sabendo o que quer da vida realmente, tentando entender o sentido de tudo isso: O que estamos fazendo? Para quê estamos fazendo? Onde estamos? Para onde vamos?
A Marina nao se sente bem em nenhum lugar do mundo e nem com ninguém, mas ela faz um esforço para se adequar, ela quer acreditar que as coisas vao dar certo.
Já postei, mas vou postar de novo o trecho da carta de Sêneca para Lucilio que falava assim:
Acho que o problema de Marina e da maioria das pessoas é esse, nao saber mudar a alma para se livrar do fardo, o problema nao é o lugar, é nós mesmos, tem gente que tem tudo e nao tem nada, nao se sente bem na própria pele e tenta fugir como se fosse adiantar, como se as coisas fossem mudar.
Nao é um filme cheio de diálogos ou de açao, é um filme quase silencioso, vc fica tao introspectivo e reflexivo quanto os personagens. Só indico para quem realmente gosta, nao é qualquer pessoa que tem paciência ou esta sede por questionamentos e ainda por cima ficar sem respostas.
Só uma dica "prazamiga", se o cara chegar para você e falar que gosta do Terrence Malick, case-se com ele.
Ja falei de Malick em: A árvore da vida, Days of heaven
Gostei da globalizaçao, atores falando em inglês, francês, espanhol, italiano e teve até linguagem de sinais (nao assista dublado porque senao essa parte dos idiomas perde a graça).
Os personagens sao infelizes e cheios de questionamentos sobre a própria existência.
Os filmes do Malick sempre questionam sobre a fé, o amor, a família e a natureza, nao de uma forma confortável, mas de uma forma intrigante.
O padre que nao tem empatia e questiona a própria fé, os monólogos dele em espanhol sao lindos e o cuidado que ele tem para com os necessitados é divino, ele é introspectivo e ao mesmo tempo cuidador |
A Marina é uma francesa que achei infantilizada, ingênua e totalmente perdida nesse mundo |
A Jane, o amor de infância do Neil, seria um casal perfeito |
A Marina nao se sente bem em nenhum lugar do mundo e nem com ninguém, mas ela faz um esforço para se adequar, ela quer acreditar que as coisas vao dar certo.
Já postei, mas vou postar de novo o trecho da carta de Sêneca para Lucilio que falava assim:
"Deves mudar a alma e não o lugar"
"Tu corres de um lado para o outro para livrar-te do peso que te aflige. Essa própria agitação torna-o pior"
"No entanto, quando tiveres te livrado do mal, qualquer viagem será agradável. Poderás ser exilado para os confins da terra, e em qualquer canto perdido dos países bárbaros aonde terão te levado haverá sempre para ti um lugar acolhedor"
Acho que o problema de Marina e da maioria das pessoas é esse, nao saber mudar a alma para se livrar do fardo, o problema nao é o lugar, é nós mesmos, tem gente que tem tudo e nao tem nada, nao se sente bem na própria pele e tenta fugir como se fosse adiantar, como se as coisas fossem mudar.
Nao é um filme cheio de diálogos ou de açao, é um filme quase silencioso, vc fica tao introspectivo e reflexivo quanto os personagens. Só indico para quem realmente gosta, nao é qualquer pessoa que tem paciência ou esta sede por questionamentos e ainda por cima ficar sem respostas.
Só uma dica "prazamiga", se o cara chegar para você e falar que gosta do Terrence Malick, case-se com ele.
Ja falei de Malick em: A árvore da vida, Days of heaven
sábado, 21 de dezembro de 2013
Ai de ti, Sarajevo..
Fime Twice born |
que plantava minas no lugar de alimento, cada pisada pelos campos era uma vida a menos, uma perna a menos, uma criança a menos, um cachorro a menos.
Ai de ti que matava os artistas, os atletas, os professores e os alunos.
Ai de ti, que nao gostava das adolescentes que escutavam Nirvana, sempre mandava seus soldados para estuprá-las e engravidá-las.
A Bósnia está longe, a Bósnia está perto, a Bósnia é o mundo todo
A Bósnia superou a guerra e hoje as mulheres cuidam dos seus filhos que tb sao filhos dos soldados inimigos, elas nao escutam mais rock, o Kurt Cobain está morto assim como está morta a esperança delas.
quinta-feira, 19 de dezembro de 2013
O maior meme de fim de ano: Retrospectiva 2013
Este meme foi proposto pela Tatiani do blog "Elvis Costello gritou meu nome". Espero que todos vocês participem também e deixem o link nos comentários para eu ler, adoro ler a restrospectiva dos outros.
1. Onde você estava quando 2013 começou?
Estava na rua, no show da virada, no meio de uma tempestade de neve, com o Boy George de Dj.
olha a neve caindo e eu toda encapotada - esse dia foi loko |
2. O que você fez em 2013 que você nunca tinha feito antes?
Estudar entre 10 e 12 horas por dia
3. Você manteve suas resoluções de fim de ano e fará novas para 2014?
Eu nao faço promessas de fim de ano porque nao cumpro, portanto nao farei para 2014.
4. Você foi a algum show em 2013?
Sim, fui em vários: os mais legais foram do Bad Religion, do Tiesto, do Bruno Mars, mas o top do top foi o do Stevie Wonder e o que decepcionou um pouco foi o do Guns n Roses.
Ele nao só canta e toca divinamente, ele faz tb todo um discurso politico e social. |
5. Você procurará um novo emprego em 2014?
Nao, estudarei em tempo integral até o fim de 2014.
6. Você bebeu muito em 2013?
Nao tanto quanto eu gostaria.
7. Você viajou nas férias? Para onde?
Férias? Que férias? quéquéisso.....
8. Qual foi sua maior conquista em 2013?
Tirar vários A em muitos trabalhos.
9. Se você pudesse voltar no tempo, para qualquer momento de 2013, e mudar alguma coisa, o que seria?
Teria escolhido estudar em tempo parcial, integral cansa muito
10. Você ficou doente ou ferido?
Nao sei como, mas ainda bem que nao....
11. Qual foi a melhor coisa que você comprou?
Um tablet para usar nas aulas porque era um saco carregar laptop pesado na mochila.
12. Quais são as pessoas cujo comportamento mereceu aplausos?
O presidente Pepe Mujica do Uruguai, a deputada Manuela do Brasil, a escritora Alice Munro que ganhou o Nobel de literatura, o nosso finado Nelson Mandela.
13. E quais são as pessoas cujo comportamento você reprovou?
Nao gosto do presidente da Rússia, nem do senado americano, nem de alguns políticos conservadores e que lutam apenas por seus interesses no Brasil.
14. Onde você investiu a maior parte do seu dinheiro?
Que dinheiro? Só no supermercado mesmo por questoes de sobrevivência.
15. O que te deixou muito, muito, muito feliz?
Aqui as coisas sao mais fáceis de conquistar, eu queria ser aceita em duas disciplinas que nao sao do meu curso, aí tinha que falar com a diretora do departamento para pedir permissao, ela foi tao gente boa e me aceitou logo de cara, diferente do que acontecia no Brasil, para falar com um responsável de departamento tem que agendar um horário, preencher trocentos formulários, esperar uns 20 dias pela resposta.
16. Qual música sempre vai te lembrar de 2013?
A música é muito idiota, mas tocou tanto por aqui que nao tem como nao lembrar
17. Comparando este momento com o que você viveu exatamente um ano atrás, você está mais feliz ou mais triste?
Sei lá gente, eu sou tipo a Chloe, a meninha do video abaixo, enquanto a irma dela fica toda emocionada, ela fica com a cara de tô nem aí, eu sou assim, nao sou o tipo que se empolga facilmente
18. O que você queria ter feito mais?
Teria cuidado mais de mim e da minha casa.
19. O que você gostaria de ter feito menos?
Teria estudado menos
20. Como você passou seu Natal?
Para mim é só um dia como qualquer outro, nao comemoro...
21. Quem foi a pessoa de quem você mais sentiu falta este ano?
minha familia e meus amigos do Brasil
22. Você se apaixonou em 2013?
Zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz
23. Qual foi a maior mudança para você em 2013?
"colei" a mesma resposta que dei ano passado, mas que ainda faz sentido: A mudança interior, estou mais madura, acho que ultrapassei barreiras que nunca imaginei que daria conta e dei.
24. Quais foram os seus programas de TV favoritos?
Séries, como sempre, assisto tudo de uma vez nos intervalos entre um semestre e outro. Fiquei orfa de Dexter, achei que nao sobreviveria mais sem meu ruivinho preferido.
La Galère- única série feminista que vi na vida, a casa do matriarcado, pena que já acabou também |
Girls - Geraçao me me me, mas ainda é melhor do que "Sexy and the city" |
Revenge ou "classe média sofre", baseada na obra de Alexandre Dumas, Conde de Monte Cristo sqn, blá blá blá whiskas sachê |
Como diz Shakespeare, ódio é como tomar veneno e esperar que a outra pessoa morra. Nem perco meu tempo.
26. Qual foi o melhor livro que você leu?
Claro que nao iria escolher um, né? As interminências da morte - José Saramago, A revoluçao dos bichos - George Orwell e A Metamorfose - Kafka.
27. Qual foi a melhor descoberta musical?
Nao sei se é a melhor, mas eu viciei em Lana del Rey.
28. O que você queria e conseguiu?
estudar
29. O que você queria e não conseguiu?
viajar e fazer tattoo (sempre faço uma por ano, há 9 anos)
30. Qual foi o seu filme favorito em 2013?
Antes da meia-noite, acompanho este casal como se fosse novela
31. O que você fez no seu aniversário (e quantos anos você tem)?
Passei estudando e recebi um doodle do google, achei fofo ;) Nao vou falar minha idade, achei a pergunta ofensiva rsrsr.
Já pensou se eu tivesse feito um cruzeiro para Cuba e Jamaica? Teria sido lindo.
33. Como você descreveria seu conceito pessoal de moda e estilo em 2013?
O mesmo de sempre, entre hippie e mendiga style.
34. O que manteve sua sanidade?
Que sanidade? Aqui é loucura, loucura, loucura...
35. Qual celebridade/figura pública que mais te fascinou?
O Mujica como figura pública e a Dilma Bolada (Jefferson) pela criatividade, rio muito com as hashtags que ele cria. Sem esquecer o intérprete da linguagem de sinais fake, gênio!
36. Escolha o trecho de uma canção que melhor resume seu ano de 2013.
Achei lindo o flash mob do Soweto Gospel Choir fazendo um tributo ao Mandela, nao entendi o que eles cantaram, mas só as vozes e a emoçao que a cançao passa, fui às lágrimas.
37. Do que você sente falta?
sou insaciável, sinto falta de tudo, desde gente até comida e lugares....
38. Quem foi a melhor pessoa que você conheceu em 2013?
meu professor de Estudos Patrimoniais, é um "véinho" muito gente boa, no fim do curso dei um pacote de café brasileiro para ele, ele ficou muito agradecido, me mandou um email dizendo que a mulher dele tinha feito e eles gostaram bastante e ainda agradeceu em português. O povo aqui é carente de afeto, se vc faz um agradinho, eles ficam todos comovidos...
39. Conte uma lição de vida importante que você aprendeu em 2013?
Superação, às vezes acho que nao vou dar conta, mas dou....
40. Quais são os seus planos para 2014?
Meu plano é nao fazer planos.
terça-feira, 17 de dezembro de 2013
A insustentável dureza do ser
Sobrevivi a mais uma sessao na faculdade, preciso sobreviver a mais três, ou seja, até o fim do próximo ano. Estudar absorve todas as minhas energias, tira-me todo o tempo de viver, de cuidar de mim, de cuidar da casa.
Eu sou a minha pior inimiga, exijo de mim a perfeiçao, quero provar que posso tudo, quero que meu filho me veja como exemplo de luta em todos os sentidos, quero ser forte, ninguém me vê chorando, mas eu choro muito no chuveiro, choro por causa do cansaço físico e mental, choro de saudades, choro sem motivo algum.
Quero fazer o melhor para mostrar ao governo que o investimento na bolsa de estudo que recebo é merecido, que nao estou usando o dinheiro de impostos dos cidadaos em vao. No país onde morava é humilhante receber bolsa de qualquer coisa, como se você fosse um "vagabundo" sustentado, como se você nao precisasse de uma vara emprestada para pescar até conseguir comprar a sua própria vara. Ainda bem que aqui é diferente, você pode escolher estudar com bolsa em tempo integral, no Brasil eu tive que trabalhar 8h por dia e estudar à noite, durante 4 anos, de segunda a sábado, era bem pior. É um absurdo trabalhar e estudar ao mesmo tempo, é quase ser super-homem, mas se no Brasil criarem uma bolsa de estudos como a daqui, com certeza seria o fim do mundo porque a "classe média sofre" nao aceitaria arcar com as contas de estudantes, mesmo sabendo que após a formatura eles iriam retribuir com serviços e com impostos, por isso a desigualdade social está longe de acabar por lá.
Por causa desse pensamento preconceituoso que eu trouxe na bagagem, quero acabar meus estudos logo e começar a contribuir com a sociedade que me acolheu, nao quero ser vista como parasita (mesmo sabendo que eles nao me veem assim, tá na minha cabeça), afinal estou dando um duro danado.
Por causa dos estudos, sinto-me culpada de sentar na frente da tv enquanto como, sinto-me culpada em pegar um livro que nao seja didático. Fazer as unhas como antes? Agora só faço nas mini férias entre uma sessao e outra e além de nao pintá-las mais com tanta frequência, comecei a roê-las por causa da ansiedade monstra.
Minhas sobrancelhas perderam o formato, está in natura, meu cabelo deve ter uns 3 tons de tintas, sem falar na quantidade de fios brancos que surgiram. Assim vou levando a vida, entre trancos e barrancos, eu sempre soube que nao seria fácil e eu ainda tenho a capacidade de dificultar ainda mais o que já é difícil. Eu poderia estar trabalhando numa loja, numa livraria, ganhando meu dinheiro para fazer umas viagens locais ou para decorar o apartamento, visto que aqui qualquer serviço é bem remunerado e você pode ter tudo o que você quiser, sem que isso seja luxo, mas sim uma questao de dignidade. Poderia ligar a TV sem preocupaçao alguma e curtir o besteirol, mas nao, vou a fundo, afinal a vida é cheia de som e de fúria, é hardcore, quero ver até quando a pilha aguenta. Talvez eu nao seja uma pessoa feliz, talvez eu seja uma pessoa curiosa, talvez para mim o sofrer seja prazeroso, como explica bem o texto do Rubem Alves a seguir:
"Se fôssemos completos, Beethoven nunca teria feito a Nona Sinfonia. Ele a fez porque tinha um buraco dentro dele que doía muito. E o jeito que encontrou de curar a dor dentro do corpo foi compondo a Nona Sinfonia.
Ostra feliz não faz pérola. Ostra que faz pérola é uma ostra que sofre. É preciso que tenha um grão de areia dentro dela que a incomode. E ela faz a pérola para quê? Para não doer mais, para não ser cortada. Isso é verdadeiro para todo mundo.
Você sabe que as pessoas felizes nunca deram contribuição alguma para a humanidade. E fizeram muito bem, tinham que gozar a sua felicidade. Mas existe uma dor chamada curiosidade. Mais precisamente é uma coceira, é um bicho-de-pé no pensamento. Isso faz sofrer. Porque você é curioso, você inventa, você descobre, você abre a fechadura."
Eu sou a minha pior inimiga, exijo de mim a perfeiçao, quero provar que posso tudo, quero que meu filho me veja como exemplo de luta em todos os sentidos, quero ser forte, ninguém me vê chorando, mas eu choro muito no chuveiro, choro por causa do cansaço físico e mental, choro de saudades, choro sem motivo algum.
Quero fazer o melhor para mostrar ao governo que o investimento na bolsa de estudo que recebo é merecido, que nao estou usando o dinheiro de impostos dos cidadaos em vao. No país onde morava é humilhante receber bolsa de qualquer coisa, como se você fosse um "vagabundo" sustentado, como se você nao precisasse de uma vara emprestada para pescar até conseguir comprar a sua própria vara. Ainda bem que aqui é diferente, você pode escolher estudar com bolsa em tempo integral, no Brasil eu tive que trabalhar 8h por dia e estudar à noite, durante 4 anos, de segunda a sábado, era bem pior. É um absurdo trabalhar e estudar ao mesmo tempo, é quase ser super-homem, mas se no Brasil criarem uma bolsa de estudos como a daqui, com certeza seria o fim do mundo porque a "classe média sofre" nao aceitaria arcar com as contas de estudantes, mesmo sabendo que após a formatura eles iriam retribuir com serviços e com impostos, por isso a desigualdade social está longe de acabar por lá.
Por causa desse pensamento preconceituoso que eu trouxe na bagagem, quero acabar meus estudos logo e começar a contribuir com a sociedade que me acolheu, nao quero ser vista como parasita (mesmo sabendo que eles nao me veem assim, tá na minha cabeça), afinal estou dando um duro danado.
Por causa dos estudos, sinto-me culpada de sentar na frente da tv enquanto como, sinto-me culpada em pegar um livro que nao seja didático. Fazer as unhas como antes? Agora só faço nas mini férias entre uma sessao e outra e além de nao pintá-las mais com tanta frequência, comecei a roê-las por causa da ansiedade monstra.
Minhas sobrancelhas perderam o formato, está in natura, meu cabelo deve ter uns 3 tons de tintas, sem falar na quantidade de fios brancos que surgiram. Assim vou levando a vida, entre trancos e barrancos, eu sempre soube que nao seria fácil e eu ainda tenho a capacidade de dificultar ainda mais o que já é difícil. Eu poderia estar trabalhando numa loja, numa livraria, ganhando meu dinheiro para fazer umas viagens locais ou para decorar o apartamento, visto que aqui qualquer serviço é bem remunerado e você pode ter tudo o que você quiser, sem que isso seja luxo, mas sim uma questao de dignidade. Poderia ligar a TV sem preocupaçao alguma e curtir o besteirol, mas nao, vou a fundo, afinal a vida é cheia de som e de fúria, é hardcore, quero ver até quando a pilha aguenta. Talvez eu nao seja uma pessoa feliz, talvez eu seja uma pessoa curiosa, talvez para mim o sofrer seja prazeroso, como explica bem o texto do Rubem Alves a seguir:
"Se fôssemos completos, Beethoven nunca teria feito a Nona Sinfonia. Ele a fez porque tinha um buraco dentro dele que doía muito. E o jeito que encontrou de curar a dor dentro do corpo foi compondo a Nona Sinfonia.
Ostra feliz não faz pérola. Ostra que faz pérola é uma ostra que sofre. É preciso que tenha um grão de areia dentro dela que a incomode. E ela faz a pérola para quê? Para não doer mais, para não ser cortada. Isso é verdadeiro para todo mundo.
Você sabe que as pessoas felizes nunca deram contribuição alguma para a humanidade. E fizeram muito bem, tinham que gozar a sua felicidade. Mas existe uma dor chamada curiosidade. Mais precisamente é uma coceira, é um bicho-de-pé no pensamento. Isso faz sofrer. Porque você é curioso, você inventa, você descobre, você abre a fechadura."
quarta-feira, 11 de dezembro de 2013
BC Musical: MPB
Saudades da minha terra quando escuto MPB. A música é tao rica, tem tanta mistura de ritmos, de diversas culturas, tem uma carga dramática latina ou uma felicidade sem tamanho.
Chico César
Maria Gadu (adoro a letra, a música e a parceria com Dani Black)
A banda mais bonita da cidade
Essa eu escolhi, nem foi pela música em si, mas pelo comentário de um gringo lá no youtube que me fez chorar, ele escreveu que era um dos videos mais legais que ele tinha visto e era tao "o jeito brasileiro de ser" e eu achava que isso era normal pelo mundo, tanto que nao via nada demais nesse clipe, até descobrir que nao é bem assim. Eu lembrei dos meus/minhas amigxs e da minha família, da bagunça que a gente fazia, das risadas, de ir para casa de um e de outro, mais ou menos como no clipe.
Até 2011, o que mais tinha era marcaçao de foto minha no facebook, sempre rodeada de gente, por isso fiquei com saudades. Nós, brasileiros, somos o povo mais legal do mundo, apesar dos pesares a gente tem uma alegria espontânea, sorri facilmente, improvisa, monta um estúdio na cozinha se necessário, poe mais água no feijao, pra tudo se dá um jeito (nao estou falando daquele jeitinho no mau sentido que tb é muito comum, mas o jeito de acolher como coraçao de mae, no bom sentido mesmo), aqui nao tem nada disso, é cada um na sua, eles sao gentis e educados, mas nao tem essa de virar amiguinho nao, pra vc ganhar um abraço só se vc tiver com uma plaquinha do Free Hugs (abraços grátis) e olhe lá... rsrsrs
Eu nao quero voltar, só queria trazer todo mundo pra cá, é muito difícil? Será se eu mandar esse chororô pro ministério da imigraçao eles liberam o visto pra galera? kkkk (ALOKA)
Essa Blogagem Coletiva musical é uma iniciativa da Dani Moreno, confira lá as músicas escolhidas por outras participantes
Chico César
Maria Gadu (adoro a letra, a música e a parceria com Dani Black)
Isso não ameniza seus ais
Não põe as mágoas pra fora
Não abandona a casa da dor
Quem quando dentro ignora
Você não admite sofrer
Mas já se vê sem escolha
É só sorriso, mas não consegue chorar, ai, ai...
A banda mais bonita da cidade
Essa eu escolhi, nem foi pela música em si, mas pelo comentário de um gringo lá no youtube que me fez chorar, ele escreveu que era um dos videos mais legais que ele tinha visto e era tao "o jeito brasileiro de ser" e eu achava que isso era normal pelo mundo, tanto que nao via nada demais nesse clipe, até descobrir que nao é bem assim. Eu lembrei dos meus/minhas amigxs e da minha família, da bagunça que a gente fazia, das risadas, de ir para casa de um e de outro, mais ou menos como no clipe.
Até 2011, o que mais tinha era marcaçao de foto minha no facebook, sempre rodeada de gente, por isso fiquei com saudades. Nós, brasileiros, somos o povo mais legal do mundo, apesar dos pesares a gente tem uma alegria espontânea, sorri facilmente, improvisa, monta um estúdio na cozinha se necessário, poe mais água no feijao, pra tudo se dá um jeito (nao estou falando daquele jeitinho no mau sentido que tb é muito comum, mas o jeito de acolher como coraçao de mae, no bom sentido mesmo), aqui nao tem nada disso, é cada um na sua, eles sao gentis e educados, mas nao tem essa de virar amiguinho nao, pra vc ganhar um abraço só se vc tiver com uma plaquinha do Free Hugs (abraços grátis) e olhe lá... rsrsrs
Eu nao quero voltar, só queria trazer todo mundo pra cá, é muito difícil? Será se eu mandar esse chororô pro ministério da imigraçao eles liberam o visto pra galera? kkkk (ALOKA)
Essa Blogagem Coletiva musical é uma iniciativa da Dani Moreno, confira lá as músicas escolhidas por outras participantes
segunda-feira, 9 de dezembro de 2013
novelinha hipster: Do amor
Aproveitando meus 2 dias de ócio, assisti a todos os episódios que foram ao ar até hoje da série "Do Amor" que chamo sarcasticamente carinhosamente de novelinha hipster. É transmitida pelo canal Multishow, mas eu assisto no Vimeo e parece que no youtube tb tem.
O que chama minha atençao positivamente ou negativamente:
- A maioria do elenco tem sobrenome gringo, até parece uma série alema. Ex: Fabrício Belsoff, Júlia Lund, Diana Herzog, Lúcia Bronstein, Jonathan Haagensen. Why, Brazil? Mostra sua cara.
- Figurino com cara de brechó (amo!)
- Maxi-brincos e maxi colares.
- Conversas por SMS e chat (acho legal na série, mas odeio na vida real)
- Homens de óculos, barba e camisa xadrez (Benzadeus! Tá explicado porque assisto)
- A make da Maria Flor e o cabelo à la Amélie Poulain na 2a temporada
- Os personagens tem nomes de padres velhos: Brás, Pio, Tomás
Pio no metrô de Berlim, acho ele muito parecido com o narrador do livro "Minha querida Sputnik", do Murakami, no papel de professorzinho loser. |
Amélie, é vc? |
Amélie só observa |
foi beber pra esquecer o clone... |
Brás e Lulu. Mais um barbudo, oba! |
concorda? |
Barbara veio platinada, de joazinho à la Michelle Willians e menos songa-monga na 2a temporada |
Diga-nos o que vc achou disso Michelle... |
Se vc é blasé como eu, tá pouco se lixando pra festas de fim de ano, está sem fazer nada, cansada de facebook e twitter, tb nao tá a fim de ler livro cabeça nessa altura do campeonato, aproveite e assista um pouquinho de besteirol cool e tente achar mais referências. A série nao é ruim nao, tanto que nao perco nenhum capítulo, o problema é que eu vejo coisas demais, eu sou PhD em assuntos aleatórios e cultura pop, aí parece que tudo é uma cópia, da cópia, da cópia...
sexta-feira, 6 de dezembro de 2013
O feminicídio na Politécnica de Montréal
Hoje, dia 6 de dezembro é um dia muito difícil aqui no Québec. Há 24 anos, um jovem entrou armado na faculdade, separou as mulheres dos homens, fuzilou 14 mulheres e suicidou-se. Na carta que ele deixou, dizia que nao concordava com as mulheres cursando engenharia e que elas nao mereciam ter os mesmos direitos dos homens.
Tem um filme-documentário chamado "Polythecnique", dirigido pelo Denis Villeneuve, que conta esse fato com mais detalhes, é um filme que a gente tem que assistir apenas uma vez na vida só para inteirar do assunto porque é punk.
Saiu uma entrevista com a mae dele e é a coisa mais triste deste mundo, sabe aquele sentimento da mae de "Precisamos falar sobre Kevin"? Que situaçao desesperadora ter que lidar com a maternidade de forma tao cruel, além do filho cometer esse crime, a outra filha também acabou morrendo aos 29 anos, de overdose, veja a reportagem (em francês): Entrevue avec «la 15e victime» de Polytechnique, Monique Lépine
A romantizaçao da maternidade é mais um problema do que uma soluçao na nossa sociedade. Essa ideia de vida de comercial de margarina criada pela propaganda /marketing e também por religioes é muito perigosa, se a mae nao se vê nesses moldes, ela se sente frustrada e incapaz de lidar com a situaçao, nao tem coragem de pedir ajuda, já que é muito constrangedor, afinal ela tem que fingir que tem a familia perfeita também. É quase um tabu até para própria mae reconhecer um filho como problemático, nem ela acredita que é verdade, tenta acreditar que é só uma fase, encobre uma sujeira aqui, outra ali, faz vista grossa, na esperança de ser a super-mae e nao magoar o filho e nem a sociedade ao mesmo tempo.
A mae do atirador era mae solteira, o pai abandonou-a com duas crianças, teve que trabalhar para sustentá-los, o pai nunca deu pensao, nunca foi presente, nunca apareceu para ver os filhos, ela teve que criá-los sozinha e depois enterrá-los, imagine o peso que essa mulher carrega. Acredite, a sociedade ainda julga como se ela fosse culpada da própria tragédia, assim como a Gretchen, do "Fausto", de Goethe (que para mim é uma das histórias mais tristes de feminicídio) ou como Eva (bíblia) que é culpada pelo mal do mundo, só nao vivemos no paraíso e nao parimos sem dor por causa dela.
Tem um outro filme chamado "Beautiful boy", do diretor Shawn Ku, que conta a história de um casal que seu filho cometeu um massacre na faculdade e eles tiveram que lidar com a sociedade que vinham pichar a casa deles, quebrar as janelas sem ao menos entender o lado dos pais que sempre foram bons e faziam tudo pelo menino, só que ele tinha problemas. Surge entao aquela questao: Os pais devem pagar pelo erro dos filhos e vice-versa? Que tal a culpa recair apenas sobre o culpado?
Como o estado pode ajudar maes com filhos problemáticos? Existe ajuda psicológica para os dois?
Como evitar crimes como esse que é tao recorrente hoje em dia?
Por quê tanto feminicídio na história da humanidade? (vou fazer um post daqui uns dias sobre um documentário chamado "Amor e sexo durante a ocupaçao" que conta a vida das mulheres francesas durante a ocupaçao alema, antes, durante e depois da segunda guerra, perdi o sono quando vi e estou horrorizada até hoje).
Já falei do filme perturbador do Lars von Trier, Anticristo que mostra alguns traços de feminicidio e de culpa, da mulher ser rechaçada pela religiao e até pelo Nietzsche que é o oposto da religiao, mas ideias sao parecidas.
Além dos 3 filmes citados acima, tem outros que abordam esse tema de assassinatos em escolas:
A Lola escreveu sobre o feminicídio que houve em uma escola no Brasil e outro nos EUA: Assassinos de mulheres e seus crimes de ódio silenciados.
Eu já assisti a todos os filmes, mas foi um por ano, nao recomendo assistir tudo na mesma época, senao você perde a fé na humanidade para sempre, intercala com filmes mais leves e esteja forte emocionalmente para aguentar os baques, apesar do tema tabu, precisamos ver, tentar entender e discutir, tirar esse assunto das trevas e trazer para luz, temos que encarar e cobrar mais políticas sociais e parar de fingir que nada está acontecendo.
Tem um filme-documentário chamado "Polythecnique", dirigido pelo Denis Villeneuve, que conta esse fato com mais detalhes, é um filme que a gente tem que assistir apenas uma vez na vida só para inteirar do assunto porque é punk.
Saiu uma entrevista com a mae dele e é a coisa mais triste deste mundo, sabe aquele sentimento da mae de "Precisamos falar sobre Kevin"? Que situaçao desesperadora ter que lidar com a maternidade de forma tao cruel, além do filho cometer esse crime, a outra filha também acabou morrendo aos 29 anos, de overdose, veja a reportagem (em francês): Entrevue avec «la 15e victime» de Polytechnique, Monique Lépine
memorial às vitimas do feminicidio, no parque Minto, em Ottawa |
A romantizaçao da maternidade é mais um problema do que uma soluçao na nossa sociedade. Essa ideia de vida de comercial de margarina criada pela propaganda /marketing e também por religioes é muito perigosa, se a mae nao se vê nesses moldes, ela se sente frustrada e incapaz de lidar com a situaçao, nao tem coragem de pedir ajuda, já que é muito constrangedor, afinal ela tem que fingir que tem a familia perfeita também. É quase um tabu até para própria mae reconhecer um filho como problemático, nem ela acredita que é verdade, tenta acreditar que é só uma fase, encobre uma sujeira aqui, outra ali, faz vista grossa, na esperança de ser a super-mae e nao magoar o filho e nem a sociedade ao mesmo tempo.
A mae do atirador era mae solteira, o pai abandonou-a com duas crianças, teve que trabalhar para sustentá-los, o pai nunca deu pensao, nunca foi presente, nunca apareceu para ver os filhos, ela teve que criá-los sozinha e depois enterrá-los, imagine o peso que essa mulher carrega. Acredite, a sociedade ainda julga como se ela fosse culpada da própria tragédia, assim como a Gretchen, do "Fausto", de Goethe (que para mim é uma das histórias mais tristes de feminicídio) ou como Eva (bíblia) que é culpada pelo mal do mundo, só nao vivemos no paraíso e nao parimos sem dor por causa dela.
Tem um outro filme chamado "Beautiful boy", do diretor Shawn Ku, que conta a história de um casal que seu filho cometeu um massacre na faculdade e eles tiveram que lidar com a sociedade que vinham pichar a casa deles, quebrar as janelas sem ao menos entender o lado dos pais que sempre foram bons e faziam tudo pelo menino, só que ele tinha problemas. Surge entao aquela questao: Os pais devem pagar pelo erro dos filhos e vice-versa? Que tal a culpa recair apenas sobre o culpado?
Como o estado pode ajudar maes com filhos problemáticos? Existe ajuda psicológica para os dois?
Como evitar crimes como esse que é tao recorrente hoje em dia?
Por quê tanto feminicídio na história da humanidade? (vou fazer um post daqui uns dias sobre um documentário chamado "Amor e sexo durante a ocupaçao" que conta a vida das mulheres francesas durante a ocupaçao alema, antes, durante e depois da segunda guerra, perdi o sono quando vi e estou horrorizada até hoje).
Já falei do filme perturbador do Lars von Trier, Anticristo que mostra alguns traços de feminicidio e de culpa, da mulher ser rechaçada pela religiao e até pelo Nietzsche que é o oposto da religiao, mas ideias sao parecidas.
Além dos 3 filmes citados acima, tem outros que abordam esse tema de assassinatos em escolas:
- Elephant, de Gus Van Sant
- Tiros em Columbine, de Michael Moore
A Lola escreveu sobre o feminicídio que houve em uma escola no Brasil e outro nos EUA: Assassinos de mulheres e seus crimes de ódio silenciados.
quarta-feira, 4 de dezembro de 2013
BC Musical: declaraçao de amor
Para mim, a declaraçao de amor é aquela sexy, cheia de malícia e de intimidade, com alguém que te faz rir e gosta de estar com vc, que vc pode falar de sacanagem na boa, como o casal (tb na vida real, nao só no clipe) Miranda Kassin e André Frateschi, sao atores, cantores e lindos. E pelo visto, dao muito rsrsrsrs
Maná tem música mais dramática que novela mexicana, uma choradeira só, mas tem como nao amar?
Falar de declaraçao de amor sem ter nenhuma musiquinha francesa, nao dá, né? Serge Gainsbourg e Anna Karina
Essa Blogagem Coletiva musical é uma iniciativa da Dani Moreno, confira lá as músicas escolhidas por outras participantes
Maná tem música mais dramática que novela mexicana, uma choradeira só, mas tem como nao amar?
Falar de declaraçao de amor sem ter nenhuma musiquinha francesa, nao dá, né? Serge Gainsbourg e Anna Karina
Essa Blogagem Coletiva musical é uma iniciativa da Dani Moreno, confira lá as músicas escolhidas por outras participantes