segunda-feira, 29 de março de 2010

Desprender-se

Sabe esse senhor da foto? Parece um mendigo dentro do metrô, não sei ao certo o que é mito o que é verdade, uns dizem que ele é o cara mais inteligente do século, vive isolado, não tem emprego, mora em um cortiço, não toma banho, etc.
O nome dele é Grigori Perelman, matemático russo e bastante excêntrico, recusou a fazer teste de QI e declarou que isso é coisa de arrogante que carece de elogio, recusou a Medalha Fields (uma espécie de Nobel da matemática) e nem ao menos compareceu ao evento, e por último, recusou um prêmio de 1 milhão de dólares por ter resolvido  e consequentemente comprovado, a Conjectura de Poincaré (não me pergunte que raios venha a ser isso).
Ele conseguiu chamar a atenção da sociedade científica, mas também chamou das pessoas comuns que não entenderam o motivo de seu desprendimento pelo reconhecimento e pelo dinheiro, ele ama o que faz e não faz disso mercadoria. Isso me lembra uma corrente de filósofos gregos, os cínicos (não tem nada a ver c/ o significado que damos hoje a essa palavra). Os cínicos diziam que a verdadeira felicidade não depende de fatores externos como o luxo, o poder político e boa saúde. Para eles, a verdadeira felicidade em se libertar dessas coisas casuais e efêmeras.
O mais importante representante dessa corrente foi  Diógenes. Ele vivia dentro de um barril e possuía apenas sua túnica, um cajado e um embornal de pão. Conta-se que um dia Alexandre Magno parou em frente ao filósofo e ofereceu-lhe, como uma prova do respeito que nutria por ele, a realização de um desejo, qualquer que fosse, caso tivesse algum. Diógenes respondeu: "Desejo apenas que te afastes do meu Sol". Essa resposta ilustra bem o pensamento cínico: Diógenes não desejava nada a mais do que tinha e estava feliz assim.
E nós, pobres mortais que vendemos a nossa alma ao diabo todos os dias, por bem menos de 1 milhão, acabam com nossa força física, intelectual em troca de uns contos de réis.

domingo, 7 de março de 2010

Dia da mulher com Ladainha

Flowers, cá estou eu celebrando o Dia Internacional da Mulher, esse bicho que sangra todo mês, bichinho cheio de amor, de proteção, de sonhos. As guerreiras que tem jornadas duplas ou triplas de trabalho. Quem dera fosse que esse dia fosse todos os dias...



Ladainha

Composição: Alzira Espíndola, Estrela Ruiz Leminski e Alice Ruiz

Era uma vez uma mulher
Que via um futuro grandioso
Para cada homem que a tocava
Um dia
Ela se tocou...

Eu pensava que o amor
Me faria uma rainha
E quando você chegasse
Não seria mais sozinha

Você chega da gandaia
Só pensando numazinha
Seu amor é pouca palha
Para minha fogueirinha

O que você jogou fora
É para poucos
O meu mal foi jogar
Pérolas aos porcos

Eu não sou da sua laia
Não quero sua ladainha
Pra ser mal acompanhada
Prefiro ficar na minha