sábado, 8 de maio de 2010

Budapeste - Chico Buarque

Ano passado o pessoal do grupo de cinema foi ver o filme "Budapeste" que é baseado no livro do Chico Buarque, eu não pude ir porque tinha algum compromisso, mas as opiniões foram tão opostas que até estranhei, uns amaram o filme de paixão e os outros odiaram, para eu ter minha própria opinião, coloquei o livro na minha lista do desafio literário.

Quanto ao livro: tem 176 págs e é bem facinho de ler, mas prefiro o Chico compositor e cantor, deve ser o costume (Que heresia!). Não que na literatura ele seja ruim, longe disso, a leitura é deliciosa, mas ele é perfeito na música. Ainda continuo chicólatra e o que ele fizer tera meu apoio.
"Devia ser proibido debochar de quem se aventura em língua estrangeira". 
"húngaro, única língua do mundo que, segundo as más línguas, o diabo respeita". 

José Costa, um ghost writer, divido entre o Rio e Budapeste, entre Vanda e Kriska, entre o português e o húngaro. No Rio tem as praias, as mulheres morenas e lindas, como Vanda, morena dos cabelos enrolados, mãe de seu filho gordo, com problema de fala. Em Budapeste, a branquíssima Kriska, sua profa de húngaro que tem um filho também.
A grande questão é: Quem é Costa? O cara escondido atrás do alemão Kaspar Kraabe que se apaixonou por Teresa, a morena que eles escrevia seu livro na pele dela, até ela abandoná-lo por um cozinheiro suiço? Ou seria Kocsis Ferenc, o poeta húngaro? Em português ele nunca escreveu um verso, mas em húngaro, escreveu poesia. Era o Costa, trabalhando em um escritório no Rio, sendo capacho de Álvaro? Ou seria o Zsoze Kósta? Era tantos e não era ninguém, apenas um fantasma com crise de identidade.

O filme
O filme é 10, tive preconceito porque no trailer vi muita carne feminina, achei que fosse apelação, mas o livro também é bem sensual,cheio de latinidade, tem a musa, as prostitutas, as mulheres de Costa. No livro ele fala que Budapeste é amarela, no filme quando mostra Budapeste, é meio amarelada mesmo. O filme foi super fiel ao livro, a atuação do ator Leonardo Medeiros está maravilhosa, a Giovana Antonelli é descrição de Vanda no livro, só a Kriska que não era tão branca como descrita, a direção é impecável. Quem não gosta do filme, não vai gostar do livro e vice-versa.

Sensação de dejà vu (eu já vi): 
Outro filme que mostra mudança de comportamento em outro país é o "Double vie de Veronique", do Kieslowski, que a personagem se divide entre Polônia e França.
Um filme, que também foi baseado em um livro e que mostra essa ideia de escrever o livro no corpo do amado é o "Livro de Cabeceira", de Peter Greenway
Filme sobre ghost writer, "Roman de gare", do francês Claude Lelouch

Chico, ne me quitte pas seule, me liga!!!!

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Um signo, uma mulher - Vinícius de Moraes


Trata-se da edição em livro, datada de setembro de 1975, composta e impressa em Buenos Aires, de doze pequenos poemas, cada um deles intitulado e escrito a partir de um dos signos do zodíaco, com as características amorosas da mulher de cada signo, à maneira de horóscopo. Os poemas haviam sido originalmente publicados, sob encomenda, no primeiro número da Revista Manchete de 1971, como presente de Ano Novo aos leitores.
Vou postar o que Vinícius disse sobre meu signo:

As mulheres sagitarianas
São abnegadas e bacanas
Mas não lhe venham com grossuras
Nem injustiças ou censuras
Porque ela custa mas se esquenta
E pode ser muito violenta.
Aí, o homem que se cuide...
Também, quem gosta de censura!  

Se você quiser ver o seu signo, pode baixar o livro aqui, faz parte do acervo digital da Biblioteca Brasiliana da USP,  lá você encontra muitas obras digitalizadas, totalmente free.

sábado, 1 de maio de 2010

Tartarugas podem voar



Às vezes me pergunto, será que o inferno é aqui e a gente não sabe?

Na mostra "Fronteiras", do Cinusp, passou o filme "Tartarugas podem voar", sobre um campo de refugiados curdos, no Iraque, crianças que trabalham desativando minas e vendendo no mercado negro para sobreviver, a maioria delas já essão mutiladas por causa das minas, perderam suas famílias e estão à mercê do acaso.
A história dos curdos é muito triste, é um povo sem nação, a área que eles reinvidicam como terra, é muito rica, tem petróleo, como sabemos, será impossível de eles conquistarem, então eles vivem entre o Afeganistão, Irã e Iraque e sofrem todos os tipos de abusos, de todos os crimes contra a humanidade eles já foram vítimas.
A menina com aproximadamente 12 anos foi estuprada pelo exército de Sadam e teve um filho cego que ela odeia.
O menino cego deve ter uns dois anos, não teve uma vez que ele aparecia e eu não chorava que nem uma louca.
Tem também o menino sem braço, ele tem previsões, tanto que as pessoas acreditam mais nele do que na notícia que passa na TV, ele ajuda a menina cuidar do menino cego, todos na aldeia acham que os três são irmãos.
Outro menino é o "Satellite", uma criança que já é um líder, ele monta as parabólicas para as pessoas terem acesso à TV, troca mina por armas e é respeitado até pelos velhos, sabe umas palavras em inglês e as pessoas acham que ele pode comunicar com os soldados americanos.
É um filme muito triste, chorei rios e entrei em depressão, às vezes quando lembro do ceguinho eu choro sozinha. O pior é ver que ninguém faz nada por elas, são apenas crianças...