domingo, 10 de abril de 2016

BEDA 10: Biografia da Simone de Beauvoir

Peguei na biblioteca esta biografia da Simone de Beauvoir, escrita pela Claudine Monteil, 143 pags.

Simone vem de uma familia aristocrata arruinada. Seu pai era autoritario, catolico e tinha opinioes de extrema-direita. A mae era submissa e entendiada e Simone nao queria ser como ela.
Simone na infância
Foi uma otima aluna tanto no ensino basico como na Universidade Sorbonne onde conheceu Sartre.
Desde pequena ela descobre que nao existe apenas uma verdade, mas uma pluralidade de opinioes O ateismo permitiu que ela reinvidicasse o direito das mulheres. Segundo ela, o catolicismo colocou a mulher em um papel de segunda classe durante séculos, inclusive o papel de sua mae que era uma catolica praticante.
"Era mais facil pensar em um mundo sem um criador do que um criador encarregado de todas as contradiçoes do mundo".

Em 1947 ela decidiu fazer varias viagens pelo mundo para conhecer de perto os problemas sociais, politicos e econômicos dos paises socialistas e capitalistas, foi para os EUA, Uniao Soviética, Africa, Europa, China, Cuba, Brasil e Japao.
Conheceu o escritor americano Nelson Algren, apaixonou-se por ele, mas voltou para o lado de Sartre.
Simone nao militou apenas pelos direitos das mulheres, ela também lutou pelos direitos de minorias, dos idosos, contra o racismo, contra guerras, contra a colonizaçao no Oriente Médio e Africa, etc.
Em 1949 publica "O Segundo Sexo", livro de referência do feminismo mundial. Foi criticada por muitos homens, entre eles seu primo que disse que ela era a ovelha nega da familia e também o escritor Albert Camus, mesmo assim eram amigos, apesar das divergências de pensamento.
Em 1970 cria o Movimento de Liberaçao das Mulheres. Em 1971 cria a Associaçao Choisir (escolher) e luta pelo direito ao aborto até a aprovaçao da Lei da interrupçao voluntaria da gravidez.
O homem feminista tem que manter distância porque cabe às mulheres conquistarem seus direitos

Nosso corpo nos pertence, nao seremos mais compradas, vendidas, violentadas...


Era uma mulher muito generosa, apoiou a carreira de artistica plastica de sua irma Hélène, comprava os materiais de pintura, nao tinha carro proprio, mas comprou um para irma se locomover.
Ajudou financeiramente a escritora Violette Leduc e varias outras mulheres que queriam se expressar nas artes e na literatura. Ajudava até as mulheres que nao gostavam dela, pois as conquistas femininas tinham que estar acima das divergências pessoais.
Luta pela Independência da Argélia, por causa disso teve que viver clandestinamente durante dois anos por medo de represalias.
Opoe-se à Guerra do Vietnam e participa do Tribunal Russel, composto de intelectuais que denunciam os crimes cometidos pelos americanos na Indochina.
Milita pela aproximaçao ente palestinos e israelenses.
Apoia o movimento estudantil em 1968.
Cria juntamente com Sartre o jornal "Libération" em 1969.
Foi indicada ao prêmio Nobel de Literatura, mas nao ganhou. Sartre ja tinha ganhado um Nobel, mas recusou o prêmio.

Boris Ivan escreveu "A espuma dos dias" em homenagem ao casal Sartre-Beauvoir

Como é dificil para os americanos, mesmo os de boa vontade, nao se considerar o centro do universo!

Uma jovem argelina de 23 anos foi sequestrada, torturada e violentada com uma garrafa pelos militares franceses e Simone nao se cala, mesmo sob ameaça, escreve sobre isso no jornal "Les temps modernes".

Gravidas adolescentes, muitas delas foram estupradas, colocadas para fora de casa pela propria familia, vivem em abrigos sofrendo todo tipo de humilhaçao e proibidas de continuar frequentando a escola. No texto narra um caso de uma menina, gravida de 6 meses que o pai arrasta pelos cabelos, da-lhe golpes e ninguém se mete. Estes abusos sofridos pelas mulheres fez com que Simone e outras mulheres entrassem numa greve de fome na frente da instituiçao denunciando os maus-tratos. As adolescentes revelaram o que passavam dentro e fora, a imprensa presente registrou tudo e foi um dos fatores que ajudou na criaçao da Lei pelo direito ao aborto.

Uma menina tinha sido presa por ter feito um aborto, Simone vai no julgamento, os juizes sao todos homens, ela os acusa de serem indiferentes ao sofrimento das mulheres e à hiprocrisia das instituiçoes: "A gente exalta a maternidade, é a unico jeito de manter a mulher dentro de casa e obriga-la a fazer os serviços domésticos".

Enterro da Simone que faleceu no dia 14 de abril, de 1986: "A morte parece menos terrivel quando estamos cansados"

BEDA (Blog everyday in April)

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