A relação da mulher com esses seres são sempre de cumplicidade, eles exercem uma influência tanto intelectual quanto sexual sobre ela.
O homem e os deuses tornam-se inimigo destes seres, pois sempre os vê como rival que quer deturpar a mente feminina, tira-as do estado de submissão para o estado de enfrentamento.
Quando Eva teve contato com a serpente, Nietzsche afirma que "Foi devido à mulher que o homem provou da árvore do conhecimento".O pacto entre a mulher e a serpente fez com que fossem expulsos do paraíso e tivessem acesso ao conhecimento que pertencia só a deus.
Assim como em gênesis (o início), tinha a serpente manipuladora, no Apocalipse (o fim), tem uma mulher que representa a noiva e a besta que representa o anticristo.
Não só na bíblia, mas na mitologia grega, por exemplo, como maldição o filho de Ixião com Hera nasce um centauro (metade homem/ metade animal) com mente humana e atitudes de irracionais ou bestiais.
Já nas histórias infantis vemos Chapeuzinho vermelho e o lobo mau que quer levá-la para o mau caminho e possuí-la.
A Bela e a Fera: A Fera sofreu a maldição de uma bruxa, ficou deformado e se apaixonou pela Bela;
King Kong: Macaco gigante se apaixona por uma atriz.
Tem um filme francês do cineasta polonês Walerian Borowczyk, chamado La bête (A besta), é zoófilo-erótico, mostra a Bela e a Fera de modo bem grotesco.
Onde eu quero chegar com essa conversa? Nem eu sei. Também quero entender quem são os verdadeiros monstros que rodeiam os seres femininos que nos leva para o mau caminho, nos atrai com uma força incrível a ponto de ficarmos cegas e não enxergarmos que é um monstro horripilante. Os homens e os deuses tentam nos desviar deste caminho e não conseguem. Na verdade, não sei se os monstros nos atrai ou nós atraímos eles.
A mulher, um ser incompreendido que faz a mediação entre o bem e o mal, encanta com o obscuro, tem uma curiosidade, uma teimosia que a leva a lugares ou a situações que talvez ninguém queira ir. Ela foi capaz de tirar o conhecimento de deus e se manteve forte para sofrer as consequências.
Meus monstros eu mesma crio, eles tomam proporções gigantescas, estou num vale cheio deles, enormes e escuros, não consigo nem ver o céu ou um palmo a frente do nariz, mas quer saber? Gosto deles, eles me ensinam muito, não os enfrento, a feiura deles também não me assusta, estou tão acustumada que se um deles sair da minha vida sentirei falta. Hoje sei que não consigo viver em um mundo perfeito e com regras certinhas, sou atraída pelo caos, pela tormenta e pela infinita tristeza, quando tudo está bem, dou um jeito para deixar tudo confuso, o estado de harmonia me incomoda profundamente.