quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Maggie Gyllenhaal em dose dupla


Curto bastante o trabalho da Maggie como atriz, ela escolhe papéis sempre controversos, de mulheres da pá virada, alternativas, etc. Sorte mesmo é ter um irmão como o Jake. Já falei dela no filme Away we go, mas agora vou comentar dois filmes que acho o máximo: Secretária e Mais estranho que a ficção.

Secretária. Um filme sado-masô light. Ela estava internada em um clínica porque se auto-mutilava,  nunca conseguia expressar a raiva falando ou xingando, então ela pegava seus acessórios pérfuro-cortantes e começava a se cortar. Após sair da clínica, ela foi buscar emprego em um escritório de advocacia e o advogado era bem excêntrico, começaram um relacionamento de submissão, castigos, palmadas. O filme é engraçado, os atores ótimos, a temática é bem diferente para os padrões hollywoodianos. Eu curti!
Aproveitando o gancho, um outro filme que segue a mesma temática de auto-mutilação + sado-masô, porém bem mais dramático,é o  "A Pianista", com a diva Isabelle Huppert, arrasando no papel de uma senhora distinta (desconfie dessa gente muito cheia de pudor, deve ter um lado negro da força que deixa até marquês de Sade com vergonha), professora de piano, respeitável, mas que tem suas fantasias esquisitas.


Mais estranho que a ficção: A vida de Harold começa a ser narrada por uma escritora, ele é auditor da Receita, tem uma vida bem rotineira, bem metódico, conta as escovadas, quantas escadas sobe, os passos, os azuleijos do banheiro, etc. Levando uma vida quase vegetativa, cheia de regras e horários, com medo de morrer, ele segue o conselho do professor, fazer alguma coisa que gosta. Então ele lembra que tem um sonho bem antigo e que ele já tinha até esquecido, tocar guitarra. É sempre assim, a gente só toma iniciativa para viver quando a vida está em risco, se depender da gente, a vida passa em brancas nuvens.
Ele começa a investigar o estabelecimento da Ana Pascal que pagou o imposto saneamento básico, edificação de parques e construção de abrigos, mas não paga salvamento de empresas e fundos planejados pra campanha política. Ela é toda "anarquista", como ele diz. Ele todo certinho se apaixona pela doidinha que fazia cookies e cupcakes. Tem uma parte engraçada, ela faz cookies fresquinhos com um copo de leite para ele, mas ele não pode aceitar, por ser auditor, caracterizava suborno, aí ele quis comprar porque assim não teria problema, ela ficou fula... O filme é muito bom, uma temática diferente, ótimos atores, claro que não entrei em detalhes para não estragar o elemento surpresa. Vejam!
Também gostei da Maggie, nos filmes Batman e O Sorriso da Monalisa. Ainda acho que ela precisa trabalhar com Tim Burton e Woody Allen, porque ela é super excêntrica, do jeito que eles gostam.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Quando o tema é morte

Temos uma certa dificuldade em lidar com o tema morte, é algo que não queremos pensar mesmo sabendo que é a única certeza que temos na vida. Vou falar de dois filmes lindos que assisti sobre esse assunto, o japonês "Depois da Vida" e o alemão "Hanami-Cerejeiras em flor".


Depois da vida, é do diretor Hirokazu Kore-eda, sou fã. Já falei de dois filmes dele aqui: Air Doll e Nobody knows. Esse filme mostra um prédio para onde as pessoas que acabaram de morrer vão, lá elas têm que informar aos funcionários qual foi a melhor lembrança que elas tiveram na vida, apenas uma. Quando a pessoa lembra, é feito um vídeo reproduzindo esse momento que levará para toda eternidade. Ai que lindo isso, não?


Hanami-Cerejeiras em flor: Pensa em um filme especial que pode marcar a sua vida, esse é um dos que pode. Narra a história de um casal alemão, a mulher descobre que o marido tem uma doença e vai morrer em breve, então ela prepara para visitar os filhos em Berlim, inclusive um que mora no Japão, pais que ela adora. Os filhos recebem os pais friamente, todos não tem tempo para eles. Algo inesperado acontece, o pai vai para o Japão encontrar o filho, sente-se solitário lá. Encontra com a Yu no parque, ela ensina-o o Butoh (dança das sombras). Não dá para entrar em detalhes porque é cheio de surpresas, muito sensível. A fotografia do filme é linda, a dança espetacular, o Japão (todos sabem que só falo desse país aqui, amo!), além dos temas, morte, solidão, desprezo, tudo isso misturado com a beleza da dança, das cerejeiras em flor.

 Outros filmes que falam da morte de forma poética:


domingo, 26 de dezembro de 2010

A casa das belas adormecidas

Aproveitei meus dias de "dolce far niente" e estou mergulhando em filmes e livros. Hoje li mais uma obra do Yasunari Kawabata, ganhou prêmio Nobel de Literatura, já tinha falado do livro "Contos da palma da mão", agora terminei "A casa das belas adormecidas". Todos sabem meu fetiche por tudo que vem do oriente, de preferência da terra do sol nascente. O autor, como muitos outros artistas de sua terra, tão sensíveis à realidade e inconformados, procuraram, por meio do suicídio, terminar sua passagem pela vida.
Este livro incentivou Gabriel Garcia Marquez escrever Memórias de minhas putas tristes.
Narra a história do Sr. Eguchi, ele descobriu uma casa onde as meninas eram sedadas e ficavam como mortas ao lado dos velhos que não eram mais viris, conforme as seguintes descrições:
Veja você, inventaram mulheres que passam a noite adormecidas e não acordam.

O fato de poder deitar-se ao lado de uma garota como aquela, equivalia, sem dúvida, à felicidade de se encontrar no paraíso. Já que a menina não acordava, o cliente idoso não precisava envergonhar-se do complexo de senilidade, e ganhava permissão de perseguir livremente suas fantasias a respeito das mulheres e mergulhar em recordações. Talvez por isso não hesitassem em pagar mais caro pela garota adormecida do que por uma mulher acordada.

O Sr. Eguchi passou a ser cliente assíduo da casa, ao lado da meninas adormecidas ele recordava de todas as mulheres que fizeram parte de sua vida: sua mãe doente, sua esposa, seu primeiro amor, as prostitutas, suas três filhas, também tentava decifrar a vida daquelas meninas deitadas imóveis ao seu lado. Todas as obras do autor é sempre no intuito de revelar o universo feminino, a sexualidade e a morte. A forma que ele narra o corpo e a alma da mulher é muito sensível. Um exemplo:
[..] o velho divagava, refletindo como era possível que, dentre todos os animais, somente a forma dos seios da mulher tenha adquirido, após longa evolução, um formato tão belo.
A leitura é bem envolvente e fácil, li em 1 dia. 124 pág. Editora: Estação Liberdade.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Post Emo

Não sou muito chegada em festas de final de ano, aquele bla bla bla que nem sempre é sincero, apenas para cumprir o protocolo. Eu posso não gostar de festas, também não sou boa em discursos, mas sou agradecida. Portanto, agradeço a todo(a)s que me acompanham pelo Google Friend Connect, pelo Reader (RSS), pelo Buzz, que deixam recadinhos aqui. Desejo tudo de bom para vocês, espero que o próximo ano seja um sucesso para todo(a)s nós e Boas Festas!

Cartão de Natal
João Cabral de Melo Neto


        Pois que reinaugurando essa criança
        pensam os homens
        reinaugurar a sua vida
        e começar novo caderno,
        fresco como o pão do dia;
        pois que nestes dias a aventura
        parece em ponto de voo, e parece
        que vão enfim poder
        explodir suas sementes:

        que desta vez não perca esse caderno
        sua atração núbil para o dente;
        que o entusiasmo conserve vivas
        suas molas,
        e possa enfim o ferro
        comer a ferrugem
        o sim comer o não.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Woody Allen - Parte 1


Dando continuidade aos Artistas de sagitário, desta vez vou homenagear o Woody Allen. Eu me divirto com esse judeu-ateu-hipocondríaco-maníaco-pessimista.


Tudo por dar certo. Um cara ranzinza, "véio"-chato-hipocondríaco, dessa vez não foi o Woody Allen que representou esse papel, mas foi o ator Larry David que é tão doido quanto, é professor de xadrez e não tem paciência com os alunos, quase ganhou um Nobel e se acha superior aos meros mortais. Tropeça com uma menina de 20 anos, a Melodie, sulista, burrinha que tinha participado de concursos de Miss, mas foge para NY. Começa dividir o apartamento com ele, eles se dão bem, casam, aí a sogra chega (uma das coisas que sempre acontece nos filmes de WA é a sogra vir morar com o casal). Acontece uma série de coisas que acabam mudando a vida de todos. Os velhos ranzinzas sempre tem razão, tem os melhores conselhos, frases ótimas, um sarcasmo e um humor negro, tipicos de sagitarianos. Eles podem ter seus tiques, mas todos sempre confiam neles. Woody Allen adora véio pegando novinha.


Igual a tudo na vida. Esse filme é sobre um jovem roteirista, Jerry,  que arruma namorada e mantém o relacionamento mesmo que a coisa não esteja indo bem, só porque tem medo de dormir sozinho. Faz terapia há anos, mas nunca resolveu. Tem um agente que só enrola e quer que ele assine o contrato por mais 7 anos. Apaixona-se por Amanda e em uma das entrevistas de trabalho encontra o David (Woody Allen), "véio"-chato-hipocondríaco, tornam-se amigos e aconselha-o a tomar novos rumos na vida. Adoro a Amanda, ela é muito perdida, paranóica com dietas, fuma e Jerry que é todo certinho, não se conforma em ter se apaixonado por uma fumante, mas ela é inteligente, gosta de música, teatro e poesia.




Vicky, Cristina, Barcelona. A-do-ro! É o filme que mais tem gente bonita por metro quadrado. Duas amigas americanas vão para Barcelona (Conselho que recebi de uma pessoa que foi e nunca mais voltou: Se você tem um problema na sua vida, vai para Barcelona, nunca mais serás a mesma pessoa). Aí sempre tem uma amiga desmiolada e outra que é mais certinha. Vicky (a certinha) estava noiva, discordava das atitudes da Cristina. E para piorar a situação quem aparece? Juan Antonio (Javier Bardem), homens que tem nome composto é um perigo, eles fazem todas as mulheres sofrerem por eles (pelo menos é o que acontece nas novelas mexicanas rsrs), ô perdição, esse levou até a boa moça para o mau caminho. Eles viram amigos, passeiam, partem para pegação, sai com uma, depois com a outra e tem a sua mulher, Maria (Penélope Cruz) que é doida de pedra. Woody Allen adora mulher excêntrica, autodestrutiva e criativa, a Maria, a Amanda do filme acima, entre outras. Além do filme ser uma graça, os passeios por Barcelona, as cores, a trilha sonora, é tudo muito bem feito.

Gentem, para não ficar muito grande o post, dividi em partes, também falei por cima, de forma bem descompromissada, se interessar pelo filme, leia uma resenha mais elaborada por críticos profissionais porque aqui eu só faço comentários bem rápidos sem entrar em detalhes da profundidade intelectual da obra. Na 2ª parte vou falar de Match Point, Maridos e esposas, O sonho de Cassandra, Poderosa Afrodite, Desconstruindo Harry, entre outros.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Paulo Leminski - Parte I

O Paulo Leminski, suas obras levarei na minha bagagem, ele é o pedaço do Brasil que adoro, que exalto, que me deixa orgulhosa de ser brasileira. Escreveu haikais que leio e releio, decoro, colo nas paredes, quero tatuar, blogar.



Sua autodefinição:

O pauloleminski
é um cachorro louco
que deve ser morto
a pau a pedra
a fogo a pique
senão é bem capaz
o filhodaputa
de fazer chover
em nosso piquenique

Um pouco de sua obra:

Objeto
de meu mais desesperado desejo
não seja aquilo
por quem ardo e não vejo
seja estrela que me beija
oriente que me reja
azul amor beleza
faça qualquer coisa
mas pelo amor de deus
ou de nós dois
seja
___________________________

"Entre a dívida externa
e a dúvida interna
meu coração
comercial
alterna. "
__________________________

coração
PRA CIMA
escrito embaixo
FRÁGIL
__________________________

en la lucha de clases
todas las armas son buenas
piedras
noches
poemas
__________________________ 
Confira
tudo que
respira
conspira
___________________________
 sossegue coração
ainda não é agora
a confusão prossegue
sonhos afora

calma calma
logo mais a gente goza
perto do osso
a carne é mais gostosa
__________________________
acordei bemol
tudo estava sustenido
sol fazia
só não fazia sentido
__________________________

ano novo
anos buscando
um ânimo novo
__________________________ 
isso de querer
ser exatamente aquilo
que a gente é
ainda vai
nos levar além 
__________________________
Era uma vez
o sol nascente
me fecha os olhos
até eu virar japonês



E como diz o título de uma de suas obras: Distraídos venceremos

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Filmes do fim-de-semana


 Quando você não escolhe, tudo é possível
Nemo e Anna
Mr Nobody. Filme dirigido pelo belga Jaco Van Dormael, pode ser classificado como: alternativo, dramático, futurista, sci-fi. Narra a história do Sr. Nemo Nobody, desde seu nascimento até o seu futuro com mais de 120 anos de vida, ele foi o último dos mortais, em um futuro de pessoas imortais.
Desde pequeno ele se viu no dilema de definir suas escolhas, tinha que definir se ficava com a mãe ou com pai após a separação dos mesmos, tinha que definir se pegava um rocambole ou uma bomba de chocolate, se namorava com a Ana, com a Elise ou com a Jean, cada uma de suas escolhas seriam como o efeito borboleta, trazer a paz ou a catástrofe.Levou-se em consideração o princío da entropia (termo usado na Física, mas virou clichê entre os "normais" na definição de tempo, possibilidades, desordem e caos, até mesmo da irreversibilidade, o que está feito, está feito, não tem como voltar atrás, se misturar o catchup na maionese, não tem como separar os dois). O tempo cura ou traumatiza? O tempo nos torna mais sensatos, se passarmos pela mesma situação mais uma vez, não arriscaremos, não teremos a mesma motivação da primeira vez, estaremos resguardados dentro de nossos traumas, mesmo se a chance de acertar na 2ª vez seja maior que na 1ª, mas como poderemos saber? Arriscando, mas aos poucos, cautelosos.
Às vezes me pego no mesmo dilema: E se eu tivesse feito de outro jeito, como seria? A gente nunca vai saber, não é mesmo? Temos que correr o risco sempre.
Super emocionante, diferente, recomendo! O Jaret está lindo e ótimo no papel, como sempre.



Die Welle. É um filme alemão, baseado em fatos reais, sobre um professor que tentou na prática, explicar aos alunos o que é autocracia. A pergunta que ele fez foi: Será que podemos repetir a história de Hitler hoje? Os alunos discordaram, porém eles começaram a praticar em sala como seria convencer a massa. Por que um ditador toma o poder? Por causa da economia, inflação, altos índices de desemprego, falta de confiança no governo, tudo isso gera insatisfação e mobilização das massas que definem um líder.
Como ser reconhecido? Uso de uniformes específicos, saudações, criação de páginas na internet, deixar marcas como pichação, adesivos em lugares estratégicos, proteger os colegas da mesma gangue, ameaçar grupos que não tem o mesmo pensamento. Os alunos levaram tão a sério que criaram um grupo forte, destemido, que se protegiam e botavam terror nos outros, o final é o mesmo que se espera em uma ditadura. Vale a pena ver!

Chuva negra, do diretor japonês Shohei Imamura. Um filme sobre a bomba atômica sobre Hiroshima, mostra o horror, as vítimas surgindo entre os escombros da cidade em chamas, um homem tenta levar a sobrinha e a esposa para fábrica, pois tentará arrumar um noivo para a jovem, eles tomam a chuva negra, mas não sabem se ela contamina. Por não estarem em Hiroshima durante a explosão, não sabem se sofreram com a radioatividade. Os pretendentes ficavam temerosos em casar com mulheres que receberam radiação, pois elas poderiam ficar estéreis, ter filhos deformados ou até mesmo morrerem de câncer. Triste, porém belo!
O mesmo diretor fez um filme sobre a velhice no Japão, chamado "A balada de Narayama". Bem comovente! Outro filme que gostei, foi "A enguia" Um homem enciumado, mata a esposa, se entrega para polícia, cumpre pena, vai morar em uma cidadezinha onde abre uma barbearia, desde os tempos da prisão, ele criava uma enguia e levava-a consigo para onde ele ia. Daí, segredos ocultos serão revelados.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

être ou avoir (ser ou ter)

Quando alguém pergunta: você tem tal coisa? A resposta sai automaticamente, tenho ou não tenho, ainda posso enumerá-las e engrandecê-las. Mas quando pergunta: Quem você é? Ai, que difícil, tenho que pensar qual a melhor resposta que irá agradar ao locutor, pois nem um mesma sei quem sou.
Estou encucada, a tradição cultural, a religião e até mesmo a propaganda de bens de consumo tentam nos convecer de como devemos ser: temos que ser bons, amar o próximo, respeitar as leis, trabalhar, estudar, formar família, ter casa, ter carro, ter dinheiro, tudo de forma honesta. Entretanto, não temos base para simplesmente "ser", ser feliz não é ter, ser feliz é ser. Pior que sermos nós mesmos é querer ser de alguém, achar que alguém vai nos fazer feliz e jogamos uma responsabilidade daquilo que somos em cima de outro ser que também não sabe quem é. Aí a infelicidade é dobrada, não resolvemos nossos problemas e o outro também não tem essa competência. Em seguida, passamos a responsabilidade para Deus, aí ouvimos aquelas frases: Deus me ama. Deixei nas mãos de Deus. Vou apelar aos santos. Transferimos mais uma vez a responsabilidade para um ser que não temos nem como comprovar sua existência.
Escondemos atrás dos nossos carros, das nossas casas, é mais fácil explicar a existência deles que a nossa própria existência. Apresentar-nos nus, como Adão e Eva perante Deus, até ele ficou constrangido e pediu para que eles se vestissem. Quanto mais acessórios, maquilagens, máscaras temos, menos somos. Ser de corpo e alma somente, sem ter que esconder atrás de uma outra pessoa, de uma entidade ou de um bem de consumo é tão difícil, eu também não aprendi essa lição, estou escondida atrás de muitas coisas e pessoas, prefiro falar de como meu filho está lindo, falar de viagens, de outras pessoas, de coisas, mas  a conversa é desviada rapidinho quando o assunto é: eu mesma. Não gosto de falar de mim, do que sou, do que gosto, do que espero, prefiro falar dos meus esmaltes, livros, filmes. Assim a gente vai se anulando e colocando coisas fúteis em nosso lugar. Para mim, é mais fácil dizer: Que sapato lindo! Adorei sua bolsa! a dizer: Você é tão legal, gosto tanto da sua companhia, sua risada é fascinante...Até porque quando você elogia a pessoa pelo o que ela é, ela já desconfia, acha que você quer alguma coisa.
Quando eu tento ser eu, fazer o que gosto, ter um tempo só para mim, eu tenho uma sensação que estou sendo egoísta, é estranho. Por quê a gente tem que viver só para agradar os outros? Eu quero me descobrir, saber quem eu sou, definir meus rumos, mas talvez eu tenha medo, embora eu saiba que a minha felicidade depende de mim e não dos outros.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Desafio literário: Perto do coração selvagem - Clarice Lispector

 Sinceramente, eu vivo. Quem sou? Bem, isso já é demais (...) Perco a consciência, mas não importa, encontro a maior serenidade na alucinação. É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer, porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo.”

Último livro do desafio 2010. O primeiro romance publicado de Clarice, ela tinha entre 19 e 20 anos, de caráter existencialista, narra a história de Joana desde sua infância até o fim de seu casamento, sua relação com o pai, o professor, o marido, a amante do marido e seu amante. Joana é introspectiva, reflete muito, mas não consegue falar ou relacionar e quando fala os ouvintes ignoram, não entendem, na verdade nem ela compreende a si mesma.
Eu fico muito perturbada quando leio Clarice, pego as dores dos personagens para mim, acho que toda mulher de alguma forma se identifica com alguns hábitos e pensamentos dessas personagens, aquela sensação que só o sexo feminino entende. Ela tem todos os sentimentos, sonha em realizá-los, mas está sempre só, tem muitos questionamentos, mas não encontra as respostas. Ela de alguma forma perde todo mundo que ela tem uma ligação por diversos motivos, morte, doença, incompreensão, etc.

Fragmentos:

"Liberdade é pouco. O que desejo ainda não tem nome.”

"A tragédia moderna é a procura vã de adaptação do homem ao estado de coisas que ele criou."
"Por isso é que vemos multiplicarem-se os remédios destinados a unir o homem às idéias e instituições existentes — a educação, por exemplo, tão difícil — e vemo-lo continuar sempre fora do mundo que ele construiu. O homem levanta casas para olhar e não para nelas morar".

"(...) eu nunca sei o que fazer das pessoas ou das coisas de que eu gosto, elas chegam a me pesar, desde pequena. Talvez se eu gostasse realmente  com  o corpo... Talvez me  ligasse mais... — São confidencias, Deus meu".

"É que tudo o que eu tenho não se pode dar. Nem tomar. Eu mesma posso morrer de sede diante de mim. A solidão está misturada à minha essência..."

“Sobretudo um dia virá em que todo meu movimento será criação, nascimento, eu romperei todos os nãos que existem dentro de mim, provarei a mim mesma que nada há a temer, que tudo o que eu for será sempre onde haja uma mulher com meu princípio, erguerei dentro de mim o que sou um dia, a um gesto meu minhas vagas se levantarão poderosas, água pura submergindo a dúvida, a consciência, eu serei forte como a alma de um animal e quando eu falar serão palavras não pensadas e lentas, não levemente sentidas, não cheias de vontade de humanidade, não o passado corroendo o futuro! O que eu disser soará fatal e inteiro!”
 Sou suspeita em dar nota para Clarice, para mim ela é a melhor escritora que o Brasil já teve e quiçá uma das melhores do mundo.
 Agora "vamo-que vamo" para o desafio de 2011. Estou orgulhosa de mim mesma, li todos os livros, não falhei em nenhum mês.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

artistas de sagitário: Ozzy Osbourne





Esse blog homenageia os sagitarianos, hoje o espaço é do Ozzy (03/12). Ele virá ao Brasil em 2011, confira a agenda de shows aqui.
Biografia aqui.

O som dele no geral não faz o meu estilo, mas tem uma música que eu adoro e tem um significado muito especial para mim, como faz tempo que não coloco letra de música, vou colocar essa: I'm going through changes (Estou passando por mudanças)



I feel unhappy
I feel so sad
I lost the best friend
That I ever had

She was my woman
I loved her so
But it's too late now
I've let her go

I'm going through changes
I'm going through changes

We shared the eve's
We shared each day
In love together
We found a way

But soon the world
Had its evil way
My heart was blinded
Love went astray

I'm going through changes
I'm going through changes

It took so long
To realize
That I can still hear
Her last goodbyes

Now all my days
Are filled with tears
Wish I could go back
And change these years

I'm going through changes
I'm going through changes 

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

mulher e os monstros

Desde o mito de Adão e Eva, a mulher sente-se atraída por um ser bestial, seja uma serpente, uma fera, uma aberração, um vampiro, um lobisomem, centauro, fauno, etc.
A relação da mulher com esses seres são sempre de cumplicidade, eles exercem uma influência tanto intelectual quanto sexual sobre ela.
O homem e os deuses tornam-se inimigo destes seres, pois sempre os vê como rival que quer deturpar a mente feminina, tira-as do estado de submissão para o estado de enfrentamento.
Quando Eva teve contato com a serpente, Nietzsche afirma que "Foi devido à mulher que o homem provou da árvore do conhecimento".O pacto entre a mulher e a serpente fez com que fossem expulsos do paraíso e tivessem acesso ao conhecimento que pertencia só a deus.
Assim como em gênesis (o início), tinha a serpente manipuladora, no Apocalipse (o fim), tem uma mulher que representa a noiva e a besta que representa o anticristo.
Não só na bíblia, mas na mitologia grega, por exemplo, como maldição o filho de Ixião com Hera nasce um centauro (metade homem/ metade animal) com mente humana e atitudes de irracionais ou bestiais.
Já nas histórias infantis vemos Chapeuzinho vermelho e o lobo mau que quer levá-la para o mau caminho e possuí-la.

A Bela e a Fera: A Fera sofreu a maldição de uma bruxa, ficou deformado e se apaixonou pela Bela;
King Kong: Macaco gigante se apaixona por uma atriz.
Tem um filme francês do cineasta polonês Walerian Borowczyk, chamado La bête (A besta), é zoófilo-erótico, mostra a Bela e a Fera de modo bem grotesco.
Onde eu quero chegar com essa conversa? Nem eu sei. Também quero entender quem são os verdadeiros monstros que rodeiam os seres femininos que nos leva para o mau caminho, nos atrai com uma força incrível a ponto de ficarmos cegas e não enxergarmos que é um monstro horripilante. Os homens e os deuses tentam nos desviar deste caminho e não conseguem. Na verdade, não sei se os monstros nos atrai ou nós atraímos eles.

A mulher, um ser incompreendido que faz a mediação entre o bem e o mal, encanta com o obscuro, tem uma curiosidade, uma teimosia que a leva a lugares ou a situações que talvez ninguém queira ir. Ela foi capaz de tirar o conhecimento de deus e se manteve forte para sofrer as consequências.
Meus monstros eu mesma crio, eles tomam proporções gigantescas, estou num vale cheio deles, enormes e escuros, não consigo nem ver o céu ou um palmo a frente do nariz, mas quer saber? Gosto deles, eles me ensinam muito, não os enfrento, a feiura deles também não me assusta, estou tão acustumada que se um deles sair da minha vida sentirei falta. Hoje sei que não consigo viver em um mundo perfeito e com regras certinhas, sou atraída pelo caos, pela tormenta e pela infinita tristeza, quando tudo está bem, dou um jeito para deixar tudo confuso, o estado de harmonia me incomoda profundamente.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Desafio literário novembro: Caim, de José Saramago

Pela fé, Abel ofereceu a Deus um sacrifício melhor do que o de Caim. Por causa da sua fé, Deus considerou-o seu amigo e aceitou com agrado as suas ofertas. E é pela fé que Abel, embora tenha morrido, ainda fala.
(Hebreus, 11,4) LIVRO DOS DISPARATES

Quando estava fazendo a lista dos livros do desafio 2010, não imaginava que perderíamos neste ano, um dos maires escritores de língua portuguesa, José Saramago. Li Caim, mais um livro anti-bíblico do autor. Começa narrando sobre a criação do homem e a mulher, Adão e Eva. O castigo de Deus, após o casal terem comido do fruto proibido, a expulsão do paraíso e a maldição rogada aos dois:
agora acabou-se-lhes a boa vida, tu, eva, não só sofrerás todos os incómodos da gravidez, incluindo os enjoos, como parirás com dores, e não obstante sentirás atracção pelo teu homem, e ele mandará em ti [...]
só à custa de muitas bagas de suor conseguirás arranjar o necessário para comer, até que um dia te venhas a transformar de novo em terra, pois dela foste formado, na verdade, mísero adão, tu és pó e ao pó um dia tornarás.
Os filhos de Eva foram Caim, Abel e Set, Caim trabalhava na agricultura e Abel na pecuária, na hora do sacrifício de seus trabalhos ao senhor, este preferiu o incenso das oferendas de Abel:
Estava claro, o senhor desdenhava caim. Foi então que o verdadeiro carácter de abel veio ao de cima. Em lugar de se compadecer do desgosto do irmão e consolá-lo, escarneceu dele, e, como se isto ainda fosse pouco, desatou a enaltecer a sua própria pessoa, proclamando-se, perante o atónito e desconcertado caim, como um favorito do senhor, como um eleito de deus.
Caim, cansando da soberba do irmão, mata-o. Deus vem tirar satisfação e amaldiçoa Caim:
não absolve a tua, terás o teu castigo, Qual, Andarás errante e perdido pelo mundo, Sendo assim, qualquer pessoa me poderá matar, Não, porque porei um sinal na tua testa, ninguém te fará mal
 Torna-se errante pelo mundo e chega na terra de Nod, como sempre foi lavrador, mas lá não tinha plantação, aceitou o serviço de amassador de barro, mas chamou a atenção de Lilith ( No folclore popular hebreu medieval, ela é tida como a primeira esposa de Adão, que o abandonou, partindo do Jardim do Éden por causa de uma disputa sobre igualdade dos sexos, chegando depois a ser descrita como um demônio.De acordo com certas interpretações da criação humana em Gênesis, no Antigo Testamento, reconhecendo que havia sido criada por Deus com a mesma matéria prima, Lilith rebelou-se, recusando-se a ficar sempre em baixo durante as suas relações sexuais. Na modernidade, isso levou a popularização da noção de que Lilith foi a primeira mulher a rebelar-se contra o sistema patriarcal. Ref. Wikipédia).
Caim e Lilith tiveram um romance tórrido e geraram um filho, Caim, como era errante, foi embora de Nod, assistiu a tentativa de sacrifício de Aarão contra seu único filho amado, Isaque:
o senhor ordenou a abraão que lhe sacrificasse o próprio filho, com a maior simplicidade o fez, como quem pede um copo de água quando tem sede
 Depois vê a construção e a destruição da torre de Babel:
decidimos construir uma cidade com uma grande torre, essa que aí está, uma torre que chegasse ao céu, Para ficarmos famosos, E que aconteceu, por que está a construção parada, Porque o senhor veio vê-la e não gostou, Chegar ao céu é o desejo de todo o homem justo, o senhor até deveria dar uma ajuda à obra, por isso confundiu-nos as línguas e a partir daí, como vês, deixámos de entender-nos, destruí-la, e o que o senhor diz, faz, O ciúme é o seu grande defeito, em vez de ficar orgulhoso dos filhos que tem, preferiu dar voz à inveja, está claro que o senhor não suporta ver uma pessoa feliz, Tanto trabalho, tanto suor, para nada.
 A história dos homens é a história dos seus desentendimentos com deus, nem ele nos entende a nós, nem nós o entendemos a ele.
 Depois presenciou a destruição de Sodoma e Gomorra, achou injusto a morte da mulher de Lot:
Quanto à mulher de lot, essa olhou para trás desobedecendo à ordem recebida e ficou transformada numa estátua de sal. Até hoje ainda ninguém conseguiu compreender por que foi ela castigada desta maneira, quando tão natural é querermos saber o que se passa nas nossas costas. É possível que o senhor tivesse querido punir a curiosidade como se se tratasse de um pecado mortal.
 Viu Moisés a andar com o povo no deserto, o incesto das filhas de Lot ao engravidarem do próprio pai e ficava mais cabreiro com Deus e com as atitudes de seus escolhidos.
Lúcifer sabia bem o que fazia quando se rebelou contra deus, há quem diga que o fez por inveja e não é certo, o que ele conhecia era a maligna natureza do sujeito.
Presenciou guerras dos hebreus com outros povos, saqueavam, queimavam cidades, matavam seus habitantes, estupravam as mulheres. Viu o sofrimento de Jó e sua fé inabalável:
job não pode saber que foi alvo de um acordo de jogadores, entre deus e o diabo, A mim não me arece limpo da parte do senhor.
O senhor não ouve, o senhor é surdo, por toda parte se lhe levantam súplicas, são pobres, infelizes, desgraçados, todos a implorar o remédio que o mundo lhes negou.
o mais certo é que satã não seja mais que um instrumento do senhor, o encarregado de levar cabo aos trabalhos sujos que não pôde assinar em seu nome.
 E por último, participou da construção da arca de Noé.
Resumindo: Caim viveu para presenciar todos os genocídios e injustiças cometidas por um deus vingativo, que coloca à prova as pessoas que o amam, ele mesmo foi vítima de rejeição por parte de deus ao escolher seu irmão e causar discórida, separação e morte na família. Gosto da forma peculiar que Saramago escreve, como podem ler nos fragmentos acima, ele não costuma colocar letra maiúscula em nomes próprios, nem interrogação em questões, é tudo separado por vírgulas, de vez em quando aparece um ponto final.
Li em dois dias, leria em um se não tivesse mais o que fazer, prende muito a atenção. 142 págs. Editora: Companhia das Letras. Nota 10

domingo, 7 de novembro de 2010

The Science of sleep



Esse filme é do mesmo diretor de "Brilho Eterno de uma mente sem lembranças", Michel Gondry, achei que o projeto foi mais modesto no "The science of sleep", tem o sagitariano Gael Garcia Bernal e a Charlotte Gainsbourg, filha do casal Serge Gainsbourg e Jane Birkin,
Personagens principais: Stephane (Gael) e Stephanie (Charlotte)
O filme é falado em inglês, francês e um pouquinho de espanhol (adoro salada de idiomas em filmes)
Stephane é mexicano, após a morte do pai, vai morar com a mãe na França, consegue um emprego em uma editora de calendários e se apaixona por sua vizinha Stephanie.

Ele diz que é inventor, inventa um monte de tranqueirinhas, cria um programa de TV de mentirinha que narra o que acontece no seu dia-a-dia, no meu ponto vista, o programa de TV representa tudo o que queria demonstrar na vida real, mas não tem coragem. Ele vive em um mundo de fantasias, tem uma hora que ele confunde sonhos com realidade, essas coisas de decifrar sonhos, só Freud explica!
Nos sonhos, a vida dele é divertida, mas na realidade ele parece meio sombrio ou perdido, ele sofre com a perda do pai, tem medo de ser rejeitado pela Stephanie e torna-se possessivo e distante, tem horas que o sonho vira pesadelo, fazer o quê?
É um filme gracinha, quem nunca esteve em um lugar chato e não precisou imaginar que estava em outro mais legal? Sempre digo, se a gente não cria fantasias a gente não suporta viver, estamos na era da propaganda e marketing, "vamos fingir que....", a gente cria fantasias em relação a outra pessoa, qdo a gente descobre quem é na realidade, a gente diz: OMG! WTF? A gente acredita que merece ter a família do comercial da margarina, o sorriso mais branco usando Colgate Whitening, o cabelo da modelo do comercial do shampoo, no príncipe encantado que vai te tirar da torre e levar para o castelo dele e serem felizes para sempre, bullshit! Isso não é vida real, a gente sabe, mas, "fingir que..". é uma delícia.
Veja o trailer aqui


domingo, 17 de outubro de 2010

Sensação de dejà vu

Quando eu vi o trailer do "Priest", um filme sobre o HQ, de repente notei que já tinha visto esse figurino em algum lugar, é a morte de "O Sétimo selo", de Bergman. Parece que a arte imita a arte. Mesmo assim não deixarei de ver Priest porque:
  • Adoro filme extraído de HQ
  • Adoro o ator Paul Bettany, ele sempre interpretou muito bem (Dogville, Uma mente brilhante, Creation - Charles Darwin, Wimbledon - O jogo do amor, Os gangsters, Iron Man, etc.) e acho que parece com o ator Max Von Sydow que trabalhou com Bergman em vários filmes (só eu que acho, todo mundo fala que não tem nada a ver, Paul é mais bonito, mas alguma coisa lembra). E não é fraco não, é casado com a Jennifer Connelly.
  • Adoro luta com vampiros
  • É melhor copiar o bom que inventar um ruim

sábado, 16 de outubro de 2010

Desafio Literário 2011

Ai, que alegria!! Já estou empolgada para ler esses livros do Desafio Literário 2011, pois os temas estão muito interessantes:


Janeiro - Literatura Infanto-Juvenil
No mês das férias, vamos nos divertir com a criançada e aproveitar o tempo junto da família com muita leitura! Que tal escolher algumas obras destinadas às crianças e aos adolescentes para o Desafio Literário 2011? No site da Revista Crescer há uma variedade de sugestões, considerando as faixas etárias de 1 a 10 anos.
Livro escolhido: Pollyana Moça -Eleanor H. Potter

Fevereiro - Biografia e/ou Memórias
A biografia é um gênero literário por meio do qual se narra a história de vida de uma pessoa após sua morte. Na atualidade, este gênero está passando por mudanças, tendo em vista que as pessoas têm escrito suas próprias memórias. Que tal ler aquela biografia e/ou livro de memórias de nosso ídolo?
Livro escolhido: Clara Schumann - Catherine Lépront

Março - Romance épico
O gênero épico é uma das mais antigas manifestações literárias. O enredo caracteriza-se por ressaltar os feitos dos heróis ou as aventuras de um povo. Neste mês, vamos desengavetar aqueles romances épicos que compramos por impulso e acabaram no esquecimento!
Livro escolhido:A Trilogia Tebana (Édipo Rei, Édipo em Colono e Antígona), de Sófocles

Abril - Ficção científica
As obras de ficção-científica são aquelas que retratam, de modo real ou imaginário, o impacto da ciência e da tecnologia sobre a vida das pessoas, em particular, e da sociedade, em geral. No Brasil, este gênero literário não é muito popular, por isso, neste mês, que tal experimentar o gosto pelo tema?
Livro escolhido: 1984 - George Orwell

Maio - Livro-reportagem
O casamento da literatura com o jornalismo tornou o livro-reportagem um gênero literário. Com isso, os autores, que são jornalistas profissionais, têm uma alternativa para publicar seus textos, quando estes não podem ser veiculados em jornais e revistas devido ao extenso conteúdo. Vamos eleger nosso jornalista preferido?
Livro escolhido: Terror e esperança na Palestina, José Arbex Jr

Junho - Peças teatrais
Oba! As férias estão chegando, vamos ao teatro? De gênero dramático, as peças teatrais contemplam obras cujo enredo é baseado nos diálogos entre os personagens, os quais devem ser encenados pelos atores de acordo com o roteiro proposto pelo dramaturgo e direcionado pelo diretor.
Livro escolhido: Missa Leiga - Chico de Assis

Julho - Novos autores
Neste mês, a proposta é: incentivar a leitura de obras de autores nacionais, que ainda estão no anonimato, e divulgar o que há de melhor na literatura contemporânea. No Blog Desafio Nacional, vocês encontram uma relação de diversos novos autores.
Livro escolhido: Perseguição digital, de Loraine Pivatto

Agosto - Clássico da literatura brasileira
Se durante a vida estudantil, muitos de nós “fugimos” dos clássicos da literatura brasileira por considerá-los chatos, agora é hora do desbloqueio literário. Neste mês, vamos nos dedicar aos autores nacionais, cujas obras definiram os movimentos literários do país a partir do século 19.
Livro escolhido: Brás Cubas - Machado de Assis

Setembro - Autores regionais
Vamos descobrir os talentos literários escondidos nos recantos deste imenso país? Neste mês, então, devemos ler obras de autores que são reconhecidos apenas no lugar onde nós vivemos. Está valendo autores do nosso município, da nossa região ou do nosso Estado. Este mês promete revelações literárias!
Livro escolhido: Capitães de areia - Jorge Amado

Outubro - Nobel de literatura
O Prêmio Nobel de Literatura é concedido desde 1901 aos autores, cujas obras se distinguem pela ideologia que carregam em seu conteúdo. Mas, pouco se conhece sobre quem são os premiados e muito menos quais obras eles escreveram. Que tal pesquisar, ler e resenhar obras de autores premiados com o Nobel?
Livro escolhido: A Guerra do fim do mundo - Mario Vargas Llosa (Nobel 2010)

Novembro - Contos
O ano está acabando e, como sempre, é tão atarefado, não é mesmo? Então, vamos relaxar um pouco com a leitura de obras que contenham contos. Numa breve descrição, os contos são pequenas narrativas, reais ou imaginárias, da vida cotidiana que impressionam o leitor com desfechos surpreendentes.
Livro escolhido: O livro de ouro dos contos ingleses - Coordenação:Rubem Braga, apresentação e notas: Vinícius de Morais

Dezembro - Lançamentos do ano
Para encerrar o ano com “chave de ouro”, devemos ler aquele livro que “bombou” em 2011 em todos os meios de comunicação e redes sociais. Quais serão as surpresas do mercado editorial? Que tal a leitura daquele livro que ganhamos em datas comemorativas e não o lemos porque a pilha não parou de crescer? (A escolha dos livros para esse tema será feita ao longo de 2011. Por isso não há como incluí-los na lista. Sendo assim, os livros de dezembro de 2011 será surpresa para todos).

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Dia das crianças

Pensa em uma criança que é tudo na nossa vida?
Olha que bochechudo babão e chorão! Mas também dorme tão gostoso!
Tem uma orelhinha tão fofa, uma mãozinha que te agarra e não solta fácil, um pezinho de bisnaguinha que dá vontade de morder muito. É o 1º dia das crianças do nosso pequenino Artur, meu sobrinho mais totoso do mundo.
Meu coraçãozinho de pulguinha, o marcador "Letra de Música" de hoje será dedicado a você


Para sempre em meu coração
Cristina Mel



Eu queria o tempo parar
De novo lhe fazer ninar
Crescer e mudar, não dá pra evitar
É o caminho que Deus lhe traçou
Brinquedos, gibis, violão
Espalhados por todo lugar
Um dia a poeira eu irei tirar
No silêncio de não te encontrar
Vou guardá-lo em meu coração
As lembranças jamais mudarão
Pois quando partir e saudades sentir
Estará sempre em meu coração
Os dentinhos você vai trocar
E roupas maiores usar
O seu caminhar vai para longe o levar
Pois não posso impedir seu querer
Os dedinhos que agarram minha mão
Coisas grandes eu sei que farão
Você não é meu, é um presente de Deus
E o futuro está em suas mãos
Vou guardá-lo em meu coração
As lembranças jamais mudarão
Pois quando partir e saudades sentir
Estará sempre em meu coração

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Meu amor pelo "O Pequeno Príncipe"


Alguns anos atrás, uma Miss Brasil declarou que estava lendo "O Pequeno Príncipe", isso foi motivo de chacota, como uma adulta pode declarar que está lendo um livro de criança?  Não sei se é porque sou sempre do contra ou porque sou kidult, eu gostei de saber que ela estava lendo, para mim, se ela captou a mensagem, ela seria uma pessoa solidária, amável e agradável.
Já li livros de 900 páginas, muitos escritores famosos de diversas nacionalidades, dos clássicos aos contemporâneos, mas se me pedirem para fazer um top 5 de livros, eu incluiria "O Pequeno Príncipe", de Antoine de Saint-Exupéry, valorizo acima de tudo a mensagem que um livro quer passar, e esse, com uma linguagem ingênua, simples e com poucas páginas, você se emociona com a profundidade da mensagem. Ler em várias fases da vida é importante para entender uma obra, quando eu li aos 10, achei bonitinho, encantei pela viagem aos planetas, pela flor solitária, mas não entendi a mensagem sobre o essencial, aos 20 eu era muito prepotente e egoísta para valorizar os sentimentos, aos 30, quando você já apanhou mais da vida,você está tão sozinho quanto o príncipezinho quando chegou no deserto, você entende o que é cativar e ser cativado, entende o que é essencial.

Dedicatória:

eu dedico então esse livro à criança que essa pessoa grande já foi. Todas as pessoas grandes foram um dia crianças (mas poucas se lembram disso).

O bloqueio e a frustração logo na infância impostos pelos pais, parentes próximos e professores:

As pessoas grandes aconselharam-me deixar de lado os desenhos de jibóias abertas ou fechadas, e dedicar-me de preferência à geografia, à história, ao cálculo, à gramática. Foi assim que abandonei, aos seis anos, uma esplêndida carreira de pintor. Eu fora desencorajado pelo insucesso do meu desenho número 1 e do meu desenho número 2. As pessoas grandes não compreendem nada sozinhas, e é cansativo, para as crianças, estar toda hora explicando.

Quando o ter é mais importante que o ser:

As pessoas grandes adoram os números. Quando a gente lhes fala de um novo amigo, elas jamais se informam do essencial. Não perguntam nunca: "Qual é o som da sua voz? Quais os brinquedos que prefere? Será que ele coleciona borboletas? "Mas perguntam:
"Qual é sua idade? Quantos irmãos tem ele? Quanto pesa? Quanto ganha seu pai?" Somente então é que elas julgam conhecê-lo.
Se dizemos às pessoas grandes: "Vi uma bela casa de tijolos cor-de-rosa, gerânios na janela, pombas no telhado. . . " elas não conseguem, de modo nenhum, fazer uma idéia da casa. É preciso dizer-lhes: "Vi uma casa de seiscentos contos". Então elas exclamam: "Que beleza!"

Quando a seriedade sobrepõe aos sentimentos:

- Eu conheço um planeta onde há um sujeito vermelho, quase roxo. Nunca cheirou uma flor. Nunca olhou uma estrela. Nunca amou ninguém. Nunca fez outra coisa senão somas. E o dia todo repete como tu: "Eu sou um homem sério! Eu sou um homem sério!" e isso o faz inchar-se de orgulho. Mas ele não é um homem; é um cogumelo!

Cuidar de flor é igual cuidar de gente:

"Não soube compreender coisa alguma! Devia tê-la julgado pelos atos, não pelas palavras. Ela me perfumava, me iluminava ... Não devia jamais ter fugido. Deveria ter-lhe adivinhado a ternura sob os seus pobres ardis. São tão contraditórias as flores! Mas eu era jovem demais para saber amar."

Conselho do rei solitário:

Tu julgarás a ti mesmo, respondeu-lhe o rei. É o mais difícil. É bem mais difícil julgar a si mesmo que julgar os outros. Se consegues julgar-te bem, eis um verdadeiro sábio.

Sobre O homem vaidoso:

Os vaidosos só ouvem os elogios

Encontro com a raposa no planeta Terra:

Príncipe: Que quer dizer "cativar"?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços".
Raposa: Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim o único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros.
Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste. Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos, Se tu queres um amigo,cativa-me!
Que é preciso fazer? perguntou o principezinho.
É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto...
No dia seguinte o principezinho voltou.
- Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração... É preciso ritos.
Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.
Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.

Conselho do guarda-chaves:

- Só as crianças sabem o que procuram, disse o principezinho. Perdem tempo com uma boneca de pano, e a boneca se torna muito importante, e choram quando a gente a toma ...
- Elas são felizes ... disse o guarda-chaves.

PS: As frases em rosa eu vou tatuá-las na versão original em francês para nunca esquecer.

Não é fofo? Eu adoro!

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Meme de um mês: Dia 30 – O que você quiser

Eu quero:
Sonho de valsa para toda vida
beijo e abraço pro resto da vida
Queria saber se Joaquin Phoenix é de verdade ou uma miragem, um vetor feito pela Pixar, whatever, real não pode ser..
Eu quero um husky com um olho vermelho e outro cinza, igual ao David Bowie. Também colocaria esse nome no bichano.
Ir todo ano para Paris

Ter sempre gente de good vibe do meu lado para rirmos muito e fazermos bagunça
Quero um jardim de tulipas
Vinho tinto para bebemorar bons momentos

Quero tanta coisa! Nem dá para enumerar aqui. Infelizmente querer não é poder. Eu realizando uma coisa que quero muito já fica tudo bom, estou fazendo meu melhor para dar certo, pelo menos tento, não é?
O meme termina por aqui, assim como o mês, em outubro vou postar menos, talvez só postarei os esmaltes e o livro do desafio literário porque tenho que me concentrar. Au revoir!

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Meme de um mês: Dia 29 – O que você espera, os sonhos e planos para os próximos 365 dias

Eu sou do tipo "pé no chão", realista beirando ao pessimismo, também quero tudo ao mesmo tempo agora, eu faço planejamento sim, mas eu só divulgo quando passa a ser realidade, até porque na hora de torcer pelo sucesso dos outros eu só a primeira da fila na torcida, mas na hora de acreditar em mim mesma eu sou um caos, eu me cobro muito e só acredito vendo ou realizando. Peço a torcida de vocês para daqui um mês, dia 29/10, é um dia muito importante, se tudo der certo eu conto, se não der, esqueçam! Estou dando o sangue por isso, só falta vender a alma (estou quase!), o corpo nem pensar, não é lá essas coisas, mas também não cheguei a esse nível de apelação rsrsrs. Eu também só me interesso por coisa difícil, eu deveria aceitar a vida como ela é, deixar a vida me levar, mas não, essa inquietação não me deixa em paz, tenho que inventar moda, tô sempre indo tirar o pai da forca. Vie de merde!

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Meme do mês: Dia 28 - Este ano, em grande detalhe

Para mim, é o ano da ansiedade porque quero resolver logo uma pendência e parece que agora vai. Fazendo um balanço geral, está bem bacana e corrido, continuo no inglês (I heart it), francês (j'aime beaucoup) e espanhol (no me gusta nada, pero...), virei tia do Arthur (delicinha!), estou trabalhando com pessoas muito legais e conhecendo outras de várias partes do mundo, minha família está bem e com saúde.
A qualidade dos candidatos para governar o Brasil me deixou muito puta indignada, vou votar no ruim para o pior não ganhar. Palhaçada! Sai de uma ditadura para uma democracia circense, é grave!

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Meme de um mês: Dia 27 – Este mês em grande detalhe

Setembro em grande detalhe? Fafavor, neste mês minha rotina está bem definida, já está tudo encaminhado. E não é que setembro chove? Começou chover que não para mais. Um mês bom porque começa a primavera e só tem 30 dias (para mim 1 dia a mais no mês faz diferença). Outubro vai ser pior, eleições (ódio disso!) apresentação do meu projeto (meda!), mas vai ter a Mostra Internacional de Cinema para dar uma aliviada. Daqui a pouco o ano acaba e que venha 2011, pode ser o último ano de nossas vidas, já que o mundo vai acabar em 2012 rsrsrs Eu quero mais é que o mundo acabe porque eu gosto é de ver o circo pegando fogo, gente desesperada, o caos instaurado (aloka)...

domingo, 26 de setembro de 2010

Meme de um mês: Dia 26 - Sua semana em grande detalhe

Querido diário,

Isso me fez recordar a fase dos 9 aos 14 anos que eu escrevia diários e até hoje me arrependo por tê-los jogado fora, talvez eles serviriam para minha biografia rsrs. Mas vamos às gafes ao diário semanal, esse post foi engraçado porque eu escrevia nele todos os dias desta semana à noite para não esquecer nenhum detalhe.

20/09 (segunda-feira): Acordei atrasada, sai correndo de casa, quando cheguei no trabalho o bofe liga dizendo que eu tinha deixado ele trancado e levado a chave dele e a minha, saí correndo para casa para tirar o pobre da prisão, depois voltei correndo.
12h: Fui almoçar com os colegas, na volta caiu mó pé-d'água, voltamos molhados, trabalhar o resto do dia com a roupa molhada não é nem um pouco legal, mas eis que surge o primeiro anjo, a Alê que me emprestou a blusa dela para eu não ficar com frio, depois o segundo anjo foi a tiazinha da cozinha que fez um chá mate com limão, cravo, canela e gengibre para dar uma esquentadinha, o terceiro anjo foi o aluno colombiano que toda vez que vem aqui traz guloseimas, ele trouxe um doce de leite tão bom da terra dele, hum! Esse povo mima mais que gerente do Unibanco.Cheguei em casa e vi um documentário da TV5 sobre a guerra civil no Congo, fiquei muito triste em ver tanta irracionalidade, beira à bestialidade, é selvageria mesmo, nem parecem seres humanos com tantas atrocidades que cometem.Choquei!

21/09 (terça-feira): Fizemos ginástica laboral, tinha marcado aula de francês na hora do almoço, mas desmarquei, primeiro porque queria almoçar e segundo porque não tinha terminado o relatório para mostrar para o professor (não é urgente mesmo!). Terça é um dia que nada de excepcional acontece! Só rotina.

22/09 (quarta-feira): Esta semana não tivemos English course porque a teacher foi para os States, às segundas e quartas faço inglês na hora do almoço, mas em compensação marquei uma assessoria de francês para às 18h e foi muito bacana, a professeur me deu dicas valiosíssimas para meu projeto.

Les diaboliques

23/09 (quinta-feira): A única coisa diferente é que começou a primavera, fora isso, acordei-trabalhei-almocei - trabalhei de novo - voltei para casa - jantei- vi o filme "Les diaboliques" filme francês noir, do Henri-Georges Clouzot, muito bom!

24/09 (sexta-feira): O dia mais agitado da semana, trabalho, depois vou para o ensaio do coral, saio correndo para aula de francês. Na hora do almoço, o pessoal do serviço inventou um churrasco, com maionese, vinagrete, salada, arroz, ô trem bão! Sem falar no papo legal que a gente troca. A "Lei de Lady Murphy" me visitou, só porque não trouxe guarda-chuva, choveu o dia inteiro e só vim com uma jaquetinha jeans que não esquenta nada, está frio. Estou com uma sandália Melissa aberta, odeio ficar com o pé gelado, o cabelo está cheirando fumaça do churrasco, ô beleza! Mas a tia da cozinha sempre me salva, ela me emprestou um guarda-chuva, fui para o coral, ensaiamos  "O trenzinho do caipira" do Heitor Villa Lobos/ Ferreira Gular e um folk chamado When the saints go marching in. Não consegui chegar para aula de francês, peguei um trânsito do cão, fiquei com peso na consciência até porque tínhamos combinado boteco depois da aula (perceberam que minha peocupação era o boteco mesmo! rsrs). Fiquei debaixo da minha coberta assistindo um documentário "A invenção da psicanálise" , descobri que o nome da paciente histérica que Freud analisou era Ana O., epa, epa! Eu sou Ana O. também (Ana Oliveira), será que sou a reencarnação da fulana? Na verdade, esse nome era um pseudônimo para manter em sigilo a identidade da paciente. rsrs

25/09 (sábado): Postei aqui ontem

26/09 (domingo): Dia mundial do suicídio e do tédio, tomamos café, assistimos Bio Beats - Led Zeppelin, no The Biography Channel, aí começou o maldito do campeonato italiano e eu vim para o computador, ajudei o Sam na lição de português, almoçamos frango assado de padaria com macarronada, assisti "O sorriso de Monalisa", adoro filmes de professorinhas feministas legais que mudam a vida das alunas. Também vimos o iraniano "Através das Oliveiras", do Abbas Kiarostami, deu uma dozinha do ator que se apaixonou pela atriz, a família dela não gosta dele porque ele não tem uma casa e é analfabeto, ele é a pessoa mais fofa que tenta convencer outra a amá-lo, é persistente e tem as palavras perfeitas, mas a menina é muito chata. Filme iraniano consegue mostrar algo de belo naquele lugar tão pobre, tão religioso, mas as pessoas são ingênuas e tem um coração bom, independente do lugar, a essência da alma do ser humano é muito bonita de se ver.
 A Mi, o Lee e o Arturzinho passaram aqui bem rapidinho para pegar um documento, pintei as unhas com uma cor blurple (azul/roxo) linda!
C'est tout! Amanhã começa tudo de novo, vie de merde! rs

sábado, 25 de setembro de 2010

Meme de um mês: Dia 25 - O seu dia, em grande detalhe

Hoje não coloquei os pés para fora de casa. É tão bom acordar na hora que você quer e não na hora que o despertador toca. Fizemos sessão pipoca (sem pipoca rsrs), assistimos ao filme Mata Hari, sobre uma espiã alemã, bem representada pela Greta Garbo (diva)

Depois assistimos ao filme sueco "Os homens que odeiam as mulheres", nem pisquei e nem respirei, é um thriller que faz parte de uma trilogia que agora quero ver todos, é bom demais da conta.


 E por último, o mais fofo que me fez chorar um pouquinho, o japonês "Boneca inflável" (nome de filme pornô, mas não é!), é tão sensível, tão..., tão sei lá o que, nunca acho os adjetivos certos para definir filmes japoneses, é do mesmo diretor de Nobody knows, desta vez a trama é sobre um homem que para substituir a mulher amada compra uma boneca inflável, mas essa boneca veio com um coração, ela criou vida, saiu para as ruas, foi trabalhar em uma locadora, conheceu filmes, poesias, o amor, a natureza, se encantou com a vida, depois conheceu o lado difícil, percebeu que o ser humano nem sempre é tão humano. Chorei bicas! Quando ela perguntou para o cara que tinha comprado ela: O que eu sou para você? Ele não soube responder e olhava com indiferença, como se ela fosse um nada, todo aquele egoísmo, só pensava nele mesmo e em ter uma substituta sexual que fizesse suas vontades sem reclamar. Eu odeio perguntas que levam à reflexão porque a gente nunca sabe o que significa para o outro, também não sabemos sobre um vazio que há em nós e de como preenchê-lo, dá a impressão que vamos esvaziar como uma boneca, esse filme é muito poético, cheio de códigos sobre a natureza humana, sobre sentimentos, solidão, substiuição, subterfúgios, não aceitação, abuso, etc. Pra onde caminha a humanidade, hein, minha gente?
Também vi o campeonato italiano com os meninos, Inter x Roma, Roma fez 1 gol nos 46 min do segundo tempo, nos acréscimos, depois que o Totti saiu o jogo perdeu a graça, mas quem entrou no lugar dele fez o gol, Julio César foi frangueiro, Adriano ficou no banco de reserva bufando, o Lúcio jogou bem, era tanto brasileiro em campo, "eita nóis", graças aos brasileiros e africanos que tem futebol na Itália.
O SPFC perdeu feio para o Goiás. Abafa o caso!

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Meme de um mês: Dia 24 – Seu lugar preferido

Minha casa. ops, a casa não é minha, é alugada, nem é casa, e "apertamento" em uma rua über movimentada, mas é onde me escondo do mundo, onde fico toda descabelada, com roupas esfarrapadas, faço comidinha, vejo filmes, fico no computador, não tenho telefone em casa, odeio o barulho desse aparelho e não quero ser incomodada, minha familia fala cmg por skype ou e-mail, tenho celular para qqr emergência, mas nunca uso. Aos finais de semana, não temos hora de dormir nem de acordar, comemos o que queremos, na hora que queremos, a gente faz muita bagunça, come porcaria, joga video-game, fala besteira, canta, não é casa de gente normal. A gente cria planos mirabolantes para o futuro, xinga todo mundo que encheu o nosso saco durante a semana. Criamos o nosso caos, o anarquismo, nada de regras, aqui é o lugar de sermos nós mesmos porque somos de sagitário, centauro, metade homem, metade bicho...


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quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Meme de um mês: Dia 23 – Um vídeo do YouTube

Eu dou muita risada com vídeos do Youtube e o povo sabe dessa minha fraqueza e vive me mandando links. Fiquei em dúvida entre o "Anabela de Malhadas", Trololo (wtf omfg!), tb rio muito com esse video do apresentador Erik Hartman que entrevista pessoas que tiveram problemas com cirurgia na voz e os entrevistados têm a voz muito engraçada e o coitado não aguenta e ri na cara, ele tem uma risada com vontade que ninguém fica sem não rir. Mas o vencedor é o brasileiríssimo Tapa na pantera, da atriz/blogueira/ twitteira/ escritora / cantora (canta Brecht e diponibiliza p/ download de graça), Maria Alice Vergueiro. A primeira vez que a vi foi na peça "Mãe coragem e seus filhos", de Brecht, no Sesc Consolação, fiquei emocionada com a interpretação desta mulher. Depois teve uma mesa redonda no Teatro da USP e ela contou sobre sua carreira que era professora na ECA-USP, mas teve que sair por livre e espontânea pressão, durante a ditadura militar, trabalhou na TV e no cinema também, sem delongas, vamos conferir o vídeo:

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Meme de um mês: Dia 22 – Um site

É o site que mais entro para ler notícias em francês, ouvir os podcasts ou ver vídeos: http://www.tv5.org/

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Meme de um mês: Dia 21 – Uma receita

Já postei receitas aqui, mas vou indicar um site que eu acho receitas super práticas, o Rainhas do Lar, já para as guloseimas, indico o canal do Caio, do Brogui, no Youtube, que ensina de um jeito facinho e descontraído como fazer Danette, Prestígio, esfiha do Habib's, Smirnoff Ice, vejam lá que legal!

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domingo, 19 de setembro de 2010

Meme de um mês: Dia 19 – Um talento seu

Talento para mim é algo que você faz melhor que todo mundo ou faz algo que ninguém fez, é "o cara" em alguma coisa. Eu não tenho talento nenhum, não faço nada que outros não são capazes de fazer, já tentei fazer alguns esportes, mas eu sempre me machucava, tentei tocar piano aí descobri um cisto no punho que quando eu tocava doía muito, o médico disse que não adiantaria operar porque cresce de novo. Eu canto no coral, sou soprano, mas não me destaco a ponto de ser solista. Na verdade sou destrambelhada, atrapalhada, um perigo ambulante, vim com defeito de formatação e diagramação, sinto-me um alien, acho que vim em uma nave, mas esqueceram de mim, peregrina em terra estranha, nunca estou confortável, como se eu não fizesse parte de nenhum lugar, não me sinto bem em certos ambientes, sempre finjo ser burra a ponto que quando descobrem que eu sei uma coisa ou outra, dizem com cara de espanto: Nossa, Ana! Não sabia que você sabe isso. Nossa, você lê isso? Você cozinha? Tem cara de quem não sabe fritar nem um ovo. Esses assuntos que falo no blog não falo com as pessoas que convivo para não ser pedante, às vezes eu crio uma linha de raciocínio que as pessoas acham estranho, tanto que a frase que mais escuto é: você é muito doida! Até gente que não me conhece, pessoas dos foruns de cinema, do clube do livro, só por ler o que eu escrevo me acha doida, então, para não assustar as pessoas, vivo em um estado medíocre, com cara de songa monga.Como disse Nelson Rodrigues: "Deus me livre de ser inteligente".
Embora eu não tenha talento, sou admiradora do talento dos outros, principalmente das artes cênicas, plásticas, cinema, teatro, literatura e culinária, absorvo o máximo que posso de tudo isso. Se todos forem talentosos, quem vai aplaudir o talento? Se todos forem  mestres ou líderes, quem serão os discípulos? Prefiro estar onde sempre estive, na plateia.

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sábado, 18 de setembro de 2010

Desafio Literário: Romance histórico - Lolita

Filme Lolita - Stanley Kubrick

É um assunto tão delicado, a sociedade e muito menos eu, na condição de mulher, temos alguma opinião e uma solução concreta e justa para esse assunto: pedofilia.
Para o Desafio Literário - mês de setembro, escolhi "Lolita", do russo Vladimir Nobokov. No prefácio tem a seguinte descrição:
Como caso clínico, Lolita por certo será visto como um clássico nos meios psiquiátricos. Como obra de arte, transcende seu aspecto expiatório. Todavia mais importante do que sua relevância científica ou valor literário é o impacto ético que o livro deve exercer sobre o leitor sério, pois nessa dolorosa trajetória pessoal transparece uma lição de cunho genérico: a criança desobediente, a mãe egoísta, o maníaco ofegante não são apenas vívidos personagens de um drama excepcional. Eles nos advertem sobre tendências perigosas, apontam para gravíssimos males.

Descrição de ninfetas, segundo o personagem:
Entre os limites de idade de nove e catorze anos, virgens há que revelam a certos viajores enfeitiçados, bastante mais velhos do que elas, sua verdadeira natureza - que não é humana, mas nínfica (isto é, diabólica). A essas singulares proponho dar o nome de ninfetas.

Será que todas as meninas entre esses limites de idade são ninfetas? Claro que não.
Tampouco a beleza serve como critério; e a vulgaridade, ou pelo menos aquilo que determinados grupos sociais entendem como tal, não é necessariamente incompatível com certas características misteriosas, a graça preternatural, o charme imponderável, volúvel, insidioso e perturbador que distingue a ninfeta das meninas de sua idade.

Descrição do criminoso:
[...] precisa haver um intervalo de muitos anos - a meu juízo nunca menos de dez, geralmente quarenta ou cinquenta, chegando a noventa em alguns poucos casos que se tem registro - entre a menina e o homem para que este caia sob o feitiço da ninfeta.
[...] quase todos os pervertidos sexuais que anseiam por uma latejante relação com alguma menininha são seres inofensivos, inadequados, passivos e tímidos, que apenas pedem à comunidade que lhes permitam entregar ao seu comportamento supostamente aberrante, mas praticamente inócuo, que lhe deixam executar seus pequenos, úmidos e sombrios atos  de desvio sexual sem que a polícia e a sociedade os persigam. Não somos tarados! Não cometemos estupros, como fazem muitos bravos guerreiros! Somos seres infelizes, meigos, de olhar canino, suficiente bem integrados para saber controlar os nossos impulsos na presença de adultos, mas prontos a trocar anos e anos de vida pela oportunidade de acariciar uma ninfeta

Descrição do futuro da ninfeta:
A propósito: frequentemente me pergunto o que acontece depois com essas ninfetas, será que o oculto espasmo que delas furtei não lhes teria afetado o futuro? Afinal de contas, eu as possuíra - embora, verdade seja dita, elas não houvessem desconfiado de nada.

Humbert é um homem que sai da Europa, vai para os EUA, conhece Lolita e se torna obcecado a ponto de casar com sua mãe para ficar próximo dela. Ele tem problemas psiquiátricos já tinha sido internado algumas vezes. Para conquistá-la, realiza todos caprichos e vontades da guria, compra doces, roupas, revistas de artistas de cinema, etc.
O livro é simples de ler, exceto as partes que os escritores russos tem mania de manter em francês e nunca são traduzidas, quem não tem conhecimento nenhum no idioma pode ter essa dificuldade, como disse o personagem: "Esses clichês em francês são sintomáticos", é um tic nerveux. Veja a quantidade de frases em meia folha do livro, quando me perguntam porque faço francês, falo que é para ler os russos e as pessoas não entendem a relação, também faço porque adoro a sonoridade, a literatura, os pensadores, cineastas, etc.
Esse assunto é bem pesado para mim, considero um tabu, mas é uma obra literária muito boa, 319 págs. O meu é o da Coleção Folha. Não vou dar nota, quem sou eu para ratear um autor clássico...
Aprendi que: Sempre dizem para as crianças não pegarem doces ou caronas com estranhos, mas na verdade quem comete a maioria desses crimes nem sempre é um estranho, é gente que frequenta a casa: o amigo da família, o pai, o tio, o padre, etc. Bizarro!

Filmes sobre o assunto:
Lolita (1962)- Stanley Kubrick
Lolita  (1997) -  Adrian Lyne
O Lenhador (2004) - Nicole Kassell

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