domingo, 15 de maio de 2011

Letra de música para um domingo frio e chuvoso




Hoje o dia está perfeito para assistir a filmes, blogar na cama e ouvir esta musiquinha da Tulipa Ruiz

Efêmera



Vou ficar mais um pouquinho,
Para ver se acontece alguma coisa
nessa tarde de domingo.

Hoje é o tempo preu ficar devagarinho
com as coisas que eu gosto e
que eu sei que são efêmeras
e que passam perecíveis
e acabam, se despedem,
mas eu nunca me esqueço.

Vou ficar mais um pouquinho
Para ver se eu aprendo alguma coisa
nessa parte do caminho.

Martelo o tempo pra eu ficar mais pianinho
com as coisas que eu gosto e
que nunca são efêmeras
e que estão despetaladas, acabadas
Sempre pedem um tipo de recomeço.

Vou ficar mais um pouquinho, eu vou.

Vou ficar mais um pouquinho
Para ver se acontece alguma coisa
nessa tarde de domingo.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Desafio literário de maio: livro reportagem

Para o Desafio Literário, li o livro-reportagem "Terror e Esperança na Palestina", escrito pelo jornalista José Arbex Junior, Editora Casa Amarela, 96 págs.
O jornalista viajou à Palestina como integrante de uma comitiva organizada pelo Forum Social Mundial.
Nós, ocidentais, temos conhecimento do que acontece somente por um lado da guerra, somos induzidos a acreditar que os americanos e os israelenses estão do lado do 'bem', enquanto os árabes, muçulmanos são o 'mal', os terroristas. Eu, particularmente, tento me informar sobre os dois lados e sei que os 'bonzinhos', não são tão 'bonzinhos' e os 'maus' não são tão 'maus'.
O livro mostra a dificuldade da delegação ao chegar no aeroporto, eles foram interrogados pela polícia israelense, queriam saber o que estavam fazendo ali, eles não poderiam jamais mencionar que estavam indo prestar solidariedade ao povo palestino senão não entrariam no país.
A região de Israel/Palestina sempre foi palco de guerras por ocupação, após o fim da Guerra, acharam por bem a criação de Estado de Israel como uma forma de recompensá-los, mas lá era habitado também por palestinos.Os palestinos foram forçados a sairem de suas casas, cada dia são mais acuados para que mais israelenses ocupassem os territórios. Vivem uma humilhação diária, tem toques de recolher, não podem receber ajuda humanitária estrangeira, a imprensa é impedida de relatar a realidade dos fatos, hospitais são fechados, atiradores de elite ficam posicionados e atiram em qualquer um, atiraram em uma mulher só porque ela estava olhando pela janela da casa dela, são jogados em valas comuns e os parentes nem conseguem localizá-los, não têm direito de ir e vir, são revistados a todo momento e sofrem ameaças e torturas. Cidadãos são divididos por categorias, os documentos tem cores diferentes para dar mais ou menos privilégios, eles atiram até em ambulâncias. O livro relata o massacre de Jenin e vários outros genocídios que acontecem sem que a comunidade internacional tenha conhecimento.
Sobre homem-bomba:
Nada tem a ver com 'fanatismo islâmico' ou 'terrorismo'. Tampouco tem a ver com o desejo de 'conquistar o paraíso' prometido aos guerreiros pelo Corão. Os jovens não se sacificam pelo paraíso futuro, mas contra o inferno presente. [Escritora palestina Edna Yaghi]
Muitos daqueles que aderem aos grupos terroristas enfrentam uma vida de desemprego e pobreza. Quando o desemprego atinge a margem de 40% e cerca de 45% da população tem menos de 15 anos, as pessoas tem dificuldade em acreditar que seu futuro será brilhante. [Carl W. Ford Jr - americano]

Israel é o 4º maior exército do mundo, dono das grandes tecnologias bélicas contra uma população que lutam com paus e pedras, vez ou outra com bombas amarradas ao próprio corpo. O livro deixa claro que nem todos os israelenses são coniventes com esta política desleal, há muitos que organizam ONGs e lutam pelos Direitos Humanos do povo palestino, alguns se recusam a fazer parte do serviço militar que é obrigatório, fazem denúncias de abusos. Recentemente um comboio de navios com ajuda humanitária internacional foi abatido pelo exército israelense antes mesmo de entrar na área considerada de Israel, deixando vários mortos e feridos. Saiba mais desta história aqui.

Para entender o que o povo árabe sofre, não só os palestinos, vou citar um filme que não foi feito por árabes e sim por um israelense, explicam mais ou menos o que eles passam.

Valsa com Bashir é um filme israelense de animação, sobre o ataque de Israel ao Líbano, o filme mostra um soldado que ficou traumatizado com a carnificina.

PS: Aproveitando a deixa, vou fazer um comentário sobre o Bin Laden. Tanto a vida como a morte dele sempre foi uma incógnita, não sabemos a versão dele na história, ele não teve o direito de ir à uma corte internacional e nem a um enterro, eu penso como Antígona, o direito de morrer está acima das leis. Ele tinha um grupo organizado para combater, assim como os americanos e israelenses também têm. Ele é pior que Bush ou Ariel Sharon que mataram bem mais que ele? Não defendo ninguém que comete assassinato, só acho hipocrisia a passoa não ter direito à defesa, mas querem usar Código de Hamurabi, olho-por-olho.
Eu defendo a paz, não posso tomar partido da situação, a questão além de política e religiosa, ainda é econômica, o que tem dinheiro, armas e poder, vai usá-las contra o menos favorecido, isso é em qualquer lugar do mundo, paz e igualdade de direitos é algo que ninguém quer se envolver pq dá trabalho e não espero que isso se resolva nem para os próximos mil anos.