domingo, 26 de junho de 2016

Alejandra Pizarnik: bi/homossexualidade feminina, aborto e masturbaçao nos anos 50 a 70

Dando continuidade ao Dossiê Alejandra Pizarnik, hoje vou falar de homo/bissexualidade, aborto e masturbaçao.

Para quem perdeu o inicio do dossiê :
·         De seus diarios – parte 1 e parte 2
·         Dos livros que ela leu
·         Dos filmes que ela assistiu
·         Do seu livro de poesias


Posteriormente, se eu tiver coragem, tempo e paciência, vos apresentarei outros assuntos tratados por esta mulher de alma intensa (nao necessariamente nesta ordem, visto que esse blog se chama caos e a ordem nao se aplica) :
1.      disturbios alimentares;
2.      suas doenças psicossomaticas e possivel hipocondria;
3.      como era ser judia e filha de imigrantes em um pais que ela nao se sentia muito à vontade;
4.     seus medos e angustias sendo uma femme de lettres : escritora, tradutora, cronista, jornalista;
5.      As tretas que ela arrumava com os vizinhos;
6.     sobre sua terapia, internaçao, remedios que tomava para o transtorno bipolar e esquizofrenia e por fim, o suicidio. (esta publicaçao, se existir, sera punk hardcore, so para os fortes, o assunto além de delicado, é dolorido! Infelizmente é um assunto que todo mundo evita, mas temos que desmistificar os transtornos e as doenças mentais e falar muito sobre)


Senta que la vem textao com todas as citaçoes da propria para endossar o que estou falando (vai em espanhol mesmo, lingua oficial do livro, porque é inviavel traduzir as coisas que leio e coloco aqui, se ao menos eu recebesse para isso, faria um esforço) :

Como arquivista de formaçao, gosto de saber como certos assuntos eram tratados em determinadas épocas. As provas concretas que ajudam a construir mais ou menos a historia sao os depoimentos, jornais, cartas, diarios, anotaçoes, ou seja, os arquivos pessoais.
Como a historia da condiçao feminina na América Latina é rarissima, quase inexistente, um diario que fala de sexualidade da mulher entre os anos 50 a 70 vale ouro. Obviamente que Alejandra é apenas um individuo de uma classe social privilegiada, teve acesso à educaçao, era escritora. Portanto, era um caso isolado, pois nao representa todas as mulheres da época, mas através dela e de outras pessoas citadas, todas da mesma classe social, podemos entender um pouco como certos assuntos eram tratados no meio literario, acadêmico, politico e social.
A classe social é de extrema importância para entender certos assuntos. A condiçao da mulher, o proprio feminismo, temas tabus sobre sexualidade, casamento, maternidade, estupro vieram à luz pelas mulheres da alta classe social que queriam ter os mesmos direitos dos homens, assim como queriam denunciar as injustiças. Nao que as mulheres de outras classes nao quisessem o mesmo, mas nao havia um meio para que estas pudessem se expressar, mesmo sendo as mais prejudicadas, pois nao tinham estudos, viviam/vivem cercadas de gente ignorante, intolerante, religiosa e reacionaria que castra qualquer tipo de manifestaçao fora da regra imposta. Ja as mulheres ricas e as lesbian chics, eram/sao letradas e podem se expressar por meio das artes, da literatura e do cinema denunciando ou relatando todo tipo de desigualdades e injustiças em que sao submetidas.
Hoje, graças à democratizaçao da Internet e o acesso às redes sociais, mulheres de diferentes raças e classes podem se expressar.

Em pleno ano de 2016, as mulheres ainda sao classificadas como santas e putas, recatadas e promiscuas.

Amen, sista!!!!
Homo/bissexualidade

"Quando eu amo,
eu devoro,
todo meu coraçao.
Eu odeio, eu adoro
numa mesma oraçao..."
(Baioque - Chico Buarque)

A Alê era como essa musica, amava e odiava numa mesma oraçao, pois era bipolar. É dificil saber onde começava o odio e terminava o amor e vice-versa. Conseguia ser homo/bissexual e homofobica ao mesmo tempo. Se a pessoa dava atençao, ela amava, se nao dava, ela odiava. Era assim com os pais, com os amigos, com o analista, com os/as amantes. Ela tem uma relaçao de amor e odio com todo mundo.

Tinha medo/vergonha/receio, nao sei ao certo, de assumir sua homossexualidade ou bissexualidade, queria evitar ao maximo suas relaçoes homossexuais, abomina-las, nega-las. Entretanto, estava sempre procurando e rodeando as lésbicas.
Vivendo em um pais catolico-conservador (Argentina) e com sua familia tradicional judia, pode ser que tudo isso inibia seus desejos e ela se sentia uma aberraçao por gostar de alguém do mesmo sexo.

Tinha algumas desculpas para explicar o porquê de homossexualidade :
Dizia que a mae que nao gostava dela, nao deu carinho na infância, entao ela busca este carinho em outras mulheres.

Creo que me enamoré. El problema persiste. Alguna vez lo tendré que enfrentar. Usted busca a su madre. Sí, indudable, pero si la busco es porque la preciso, la necesito. Y no está bien frustrarme tanto.

Nao se acha bonita e atraente o suficiente para chamar atençao dos homens.

En el fondo, me repugna ser mujer. Si fuera muy bella, lo aceptaría. ¿Por qué soy tan poco femenina si no soy homosexual?
Y jamás he sido femenina. E. M. dijo lo contrario. Tal vez soy demasiado femenina. ¿Qué importa?

A morte do pai a impede de entregar-se a um homem :

La muerte de mi padre me impide entregarme a un hombre, cosa que no me parece bien ni mal: es un hecho. Por otra parte, yo no quiero acostarme con el primer recién venido…

Ela dizia que nao era sapa, mas conhecia o brejo portenho todo, inclusive fez um retrato do mesmo, fala das lesbicas da alta sociedade e da alta burguesia, de como se vestiam e como agiam em publico :

De todos mis encuentros con elementos lesbianos he llegado a ciertas conclusiones. Y no deben ser muy erradas pues conozco a las lesbianas más notables de la homosexualidad porteña: las insoportables son las viriloides, las que han luchado durante años por aceptarse definitivamente homosexuales, soportando las opiniones y censuras y escándalos del medio ambiente (casi todas las homosexuales son de familia de alta sociedad o alta burguesía), hasta que mandaron al diablo a todo y ostentaron gallardamente sus melenas cortas, sus camisas, sus cigarrillos negros o rubios de mala calidad sospechosa, sus miradas particularísimas, etc. Cuando una lesbiana así se enamora y no es correspondida es capaz de todo. Su amor está hecho, entre otras cosas, de rabia, de ira, de desafío, de egoísmo llevado a sus últimas consecuencias, etc. Y siempre hablan en términos judiciales y éticos: «Hay que…», «No tengo derecho…», etc.

Percebeu que as relaçoes homossexuais eram iguais às héteros, pois os casais agiam da mesma maneira, como ela disse : nada diferenciava do vulgar matrimônio burguês. Ela se decepcionou porque achou que seria algo diferente.

Antes de la llegada de D. estuve oyendo un diálogo entre esas dos lesbianas que vienen todos los días. Hablaban de otra que las traiciona criticándolas y haciéndoles análisis psicológicos. Me asombra esa moralidad burguesa que manifestaban. En nada se diferenciaban de un vulgar matrimonio burgués. Quedé decepcionada.

Tinha « amigas de alma » que eram lésbicas, menos ela… (nao sei quem ela tentava enganar a nao ser a si mesma)

Pero la locura máxima la comparten C., y S., mis dos «amigas del alma» de este año 1959. C., particularmente, que está a punto para ser llevada al hospicio y que me da un poco de miedo el sólo recordar que estuvo en mi habitación y durmió conmigo. S. no está tan mal, pero hoy la odio porque no quiso venir aquí. En verdad, la única culpable soy yo. Es de preguntarse si se hubiera hecho mi amiga si yo no hubiera exagerado mi máscara de comprensiva – analista – amiga de lesbianas sin serlo – paciente, etc.


Fala com desdém da Gabriela Mistral, a unica mulher latino-americana ganhadora do Prêmio Nobel de Literatura e da Marina Núñez del Prado. Insulta-as com xingamentos de 5a série : feias, lésbicas e amantes da mae-terra. Parece a fabula da raposa e as uvas, ela queria ser igual, mas nao conseguia, entao desdenhava…

Gabriela Mistral y Marina Núñez del Prado, recorriendo y reviviendo América por obra de su añoranza y nostalgia materna. Ambas feas, lesbianas y voluntariosas. Enamoradas de la madre tierra.

Fala  com o mesmo desdém de sua amiga J., recriminando suas leituras sobre o planeta, sobre Yoga, androginia, etc.

No soporto a las lesbianas. J., por ejemplo. Es como si tuviera bichitos en el lugar de la sensibilidad. Y los libros que leen. («Planeta», yoghi, etc. Todo lo que prometa un androginismo concreto en un futuro que ellas ya están calculando y mesurando.)

Apaixonou-se por Olga, Elizabeth, Susana, Mina, entre outras, inclusive pela Simone de Beauvoir.

« Confundo la amistad con el amor »

En especial hay dos personas: Olga y Elizabeth. Olga es valiosa, y yo la quiero. Elizabeth es idiota, y yo la quiero. Si no fuera tan idiota sería uno de los seres más peligrosos de este mundo. No me importa el abandono de Olga. Sé que jamás me hará daño. El abandono de Elizabeth es horrible: sé que me envidia, y tal vez me odie a pesar de quererme un poco. Y le doy miedo. Mucho miedo. Olga me tiene miedo por mi juventud. Elizabeth por lo que ella considera mis dones: inteligencia, sensibilidad. Además, me odia porque yo sé que es homosexual.
A pesar de todo, aunque suceda cualquier cosa, quiero decirme de nuevo que Olga es el ser más maravilloso que conocí. Y si no la hubiera conocido nunca, si no existiera, mi vida sería más pobre. Me lo digo con miedo. Quisiera quererla siempre, pero serenamente, sin obsesiones.
Elizabeth vendría a ser la encarnación de mi demonio. (Claro que no en una forma absoluta.) Por eso no la juzgo. Su inmoralidad concuerda con mis más peligrosos deseos, que reprimo y expulso. Y tal vez, el saber que ella realiza tales actos, me sirve de catarsis. Mientras ella se hunde en la falsedad, en la mentira y en la enajenación, yo hago planes positivos y constructivos.
Elizabeth está bien. Trabaja y ama. Ahora no me necesita. Me buscará cuando esté angustiada y acorralada.
Ayer pasé el día en lo de Susana. Lo pasé bien y mal. Gocé de las flores, del césped —cómo me gusta el césped—, del nadar, andar en bicicleta. Sólo que me ponía nerviosa cuando se acercaba la madre. Como Susana me confió que es homosexual y que su madre sufre por eso, yo, cada vez que ésta me hablaba o me miraba, me ponía tensa, como si yo fuese Susana, o en el caso de no serlo, como si hubiese venido a seducirla.
Claro es que mi desamparo afectivo y mi sensualidad exasperada se conjugan para destruirme. Ayer, sin darme cuenta, asombraba a V. besándola intempestivamente. Es verdad que no la amo pero la deseo.
Una de las propiedades de Ann es su bisexualidad. A veces es mujer hasta la cintura y después hombre o viceversa. Le gusta violar muchachitas vestida de joven príncipe. Su fascinación es su mirada. Es absolutamente libre y desdeña a todo el mundo.

Além da Violette Leduc, o segundo caso de mulher apaixonada pela Simone que vejo é a Alejandra. Logo se vê que as duas eram doidas megalomaniacas mesmo. A Alê ainda reconhece que tinha se apaixonado pelo impossivel, pois nunca seria correspondida :

Pero caminando y caminando descubrí que no había salido a ver Belleville sino a Simone de Beauvoir. Y descubrí, horrorizada, que tenía unos deseos angustiosos de verla, de oírle hablar, de mirar sus ojos. Me detuve para insultarme. Sólo esto te falta, me dije. Pero me dieron ganas de llorar. Habrase visto semejante idiota, rezongaba la Alejandra juez. Pero la acusada lloraba. Creo que se enamoró de S. de B. Al diablo los desdoblamientos. Por qué diablos no se enamoró ella de mí. Pero aquí está el nudo de la cuestión: debo decirme, por milésima vez, que sólo me enamora lo imposible y lo lejano. Que si se hubiera enamorado de mí y me lo hubiera dicho yo, posiblemente, no hubiera respondido nunca a ese amor. Pero esto último es una construcción racional psicoanalítica que no siento. Lo más seguro es que me hubiera enamorado igual.

É obcecada por M. a ponto de persegui-la :

Y todo porque quise ver a M. en la realidad y a la salida de la oficina me tomé un taxi hasta la suya. Verla salir, hacer como si la encuentro por azar, tal vez tomar un café juntas y hablar un poco, lo suficiente como para que me dé cuenta [de] que es una persona como cualquier otra y no me obsesione más. Pero no la vi, y hay algo de maleficio en ello. Y pensé que tal vez ella sí me vio y qué creerá ahora de este pequeño monstruo que la persigue; creerá que soy una lesbiana infecta, y no me importa sino no haberla visto, lo que me hizo jurar olvidarme para siempre de ella, lo cual es imposible, etc. Odio. Odio. Yo odio y quisiera que todos muriesen, salvo la vieja repugnante mendiga de ayer que dormía en el metro abrazada a una gran muñeca.
Durante todos estos días asocié el día miércoles (hoy) con M. Ayer pensé que si M. viniera de improviso a la oficina, yo me desvanecería de sorpresa y terror. Pero una voz dijo: «M. no es más que un nombre. Su persona, su realidad, su cuerpo, ella, no tienen nada que ver con la M. que has inventado». No es indiferente que sus iniciales sean tan parecidas —en sonido— a la palabra —el ave de mi delirio.
Deriva de dos seres que erigí en obsesiones: M. de quien estoy enamorada; M. es mi madre. Pero yo no sé nada de psicoanálisis, salvo que el mío no sirvió para nada. Lo que debiera hacer es abrir los ojos: darme cuenta que M. no existe en la realidad. Pero no es tan fácil.
Aún el sueño de anoche, aún la visión de M. iluminada como una madona, erguida en mi frente, erigida en mi confusión como el dios de la lluvia en el cerebro de un salvaje. Tengo conciencia de mi esquizofrenia de hoy, de mi zona de fragmentos y balbuceos, de este baldío con algunos diamantes entre las plantas podridas. Más que nunca sé que M. no corresponde a esta imagen que me delira. Y más que nunca quiero llamarla, a la verdadera, y decirle que venga, que la espero. Hasta me suicidaría por el solo placer de agonizar y llamarla —suponiendo que no se negaría al pedido de una moribunda. Pero sí que se negaría. Y además no importa. Creo que aún moribunda no la llamaría por temor a lo que pudiera pensar E., por temor a lo que pudiera pensar todo el mundo de la gran Alejandra que muere clamando por una lesbiana. Y al mismo tiempo (¿es una defensa?).

Sonhava com mulheres

He soñado con Mina. Sueño sexual. Es la segunda vez que tengo un sueño sexual con ella.

Soñé con la mujer rubia del Laënnec decía que soy sucia. Yo me defendía: «Desordenada sí, pero no sucia». «No —decía la mujer—, sucia, completamente sucia.» Al final hago algo que me vale el respeto y el afecto de todos. No sé qué es, pero al final aparezco fuerte y respetada como siempre me imaginé y deseé. Ambiente homosexual en el sueño, pero no completamente.

Dizia que nao conseguia ter orgasmos com mulher (ou se negava):

Olga no me quiere más. Me ha abandonado. No estoy triste por mí sino por ella. Ahora yo no podré quererla. Y nadie pudo haberla querido más que yo. Ella maltrató mi amor. Un amor puro y abstracto. Pocas veces he querido tanto a alguien. Ahora no sé si la quiero, pero ya no le daría mi vida, no me interesa su destino. Es más: algo lejano me dice que yo la hubiera podido salvar y que ella no quiso salvarse. Según O., yo habría sentido deseos por ella, es decir, deseos homosexuales. Creo que no. Por lo menos, conscientemente, no lo pensé jamás. Ojalá fuera homosexual. Siempre me lo digo. Pero no creo posible, para mí, arribar a un orgasmo con una mujer.

(…) me acerqué a Cristina y después de un espacio de tiempo —¿qué resoluciones?, ¿qué deseos?— que será siempre misterioso para mí, me vi en un abrazo de Cristina, besándonos las dos, haciéndola gozar y gemir (yo no sentía placer, no sentía nada).

Ia ao cinema assistir « L-movies » para ficar fantasiando depois.

Me fui al cine. Vi Internado de señoritas, que me dejó convulsionada. Mi adolescencia. Mi espantosa adolescencia. Ese amor de una alumna por su profesora. Una situación así pero correspondida me hubiera salvado. Volví a mi casa enajenada, tal vez esquizofrénica. Toda la noche tuve fantasías eróticas en torno de este asunto. No puedo creer en mi edad. Me siento estafada. Y lo peor es que ya es tarde. Además, no puedo tener aventuras sexuales con mujeres. (La experiencia del miércoles.) Nada puede compensar mi necesidad de ternura. Nada sino la imaginación.

La homosexual de La sed. Sus ojos, en la escena de su encuentro con la mujer histérica, tenían un brillo tan mítico, una fijeza tan terrible, que hubiera querido levantarme e introducirme en la pantalla. Una mujer así no es homosexual, no es nada. Es de otro mundo. Por eso aún vibro y me disuelvo de deseos de encontrarla. (Posiblemente esta noche fantasee con ella muchas horas.)

Recién fui al cine. Vi Les liaisons dangereuses. Me enfermó una escena: cuando Jeanne Moreau abraza a Cécile, cuando Cécile se acuesta con su malla de baile y la otra le toca los muslos y le habla mirándole el sexo. Me importa poco si soy homosexual o no, pero esa escena me dejó delirante.

Sem falar na historia da menina no cinema que começou a se esfregar nas pernas dela, pelo visto ela gostou :

En el cine me senté junto a una muchacha que me rozaba las piernas con gestos furtivos. Me emocioné y lloré en silencio. Después vino otra, su amiga, a buscarla y se fueron. Lloré hasta el final de la película.

Fala que pega muitos homens so para pagar de hétero, mas na real é quase casta… ahahahaha

He descubierto mi tendencia a conversar de temas obscenos, tratándolos con humor. Como dejando soslayar que participo en terribles orgías sexuales. Debe ser una manera de encubrir mi forzosa o forzada castidad, o lo que fuere. O también, para demostrar que soy absolutamente heterosexual, dado que mi vestimenta bohemia y mi voz ronca pueden hacer pensar en la homosexualidad. Lo cierto es que hablo como una devoradora de hombres. Moi! La pauvre petite.

Finalmente passa a reconhecer que era homo/bissexual:

Y hoy a la mañana me dije que no me voy a negar nunca más ninguna experiencia sexual, sea con quien fuere.

Dejé de pintarme. Ahora parezco una lesbiana típica. Bienvenida sea. Para qué mentirme. A mí me gustan las mujeres, sólo las mujeres. Pero no sexualmente. He aquí el problema.

Via os homens como meros objetos sexuais :

Me gustaría, más que cualquier cosa en el mundo, encontrar una amiga, alguien con quien poder mirar y descubrir París. No hablo de un amigo. Los hombres son para mí objetos sexuales. Ésta es mi originalidad, según creo. Una suerte de lesbiana normal.

Achava mesmo que Paris era uma festa, chegou la pensando que as lesbiennes parisiennes iam dar em cima dela e partiu caçar nos cafés. Porém, uma vez ela se deu mal, mas terao que ler no diario porque nao da colocar a historia completa aqui.

Indudablemente mi fin o uno de mis fines es dar rienda suelta a mis delirios homosexuales aquí, en París, creyendo que a mi paso todas las lesbianas se me arrojarían.

Sobre sua amiga A., uma lesbica que ela ja tinha pegado e que casou com um gay :

Quise decirle que: vos te casaste con un homosexual para mantener al abrigo tu lesbianismo, él te mantiene y te permite decir mierda al trabajo. No dije nada, of course.

O seu analista, que ela chama pelas iniciais do nome, P.R.,  era um tanto homofobico :

Al doctor P. R. tampoco me ayuda como analista: alguna que otra vez manifestó una repulsión puritana por la homosexualidad. ¿Sabe curarla? ¿Y por qué no hace algo? Porque no puede. Porque no puede aunque quisiera.

Sua amiga Renée foi internada no hospicio, ela nao sabe ao certo se é por trafico de drogas ou por ser homossexual, ja que seu analista deixou a entender que era pela segunda opçao.

Diálogo con P. R.:
«Le vendría bien ir al hospicio para ver en qué termina la homosexualidad…».
 Fingí no entender. Tuve mucho miedo. Traté de que se desdijera

R. está en el hospicio por contrabando de drogas y no por homosexualidad (aunque la madre, tal vez, la intuye y por eso hizo que la encerraran)

Achava que seu instinto suicida tem a ver com a sexualidade

Creo que mi perpetua tentación del suicidio viene de no encontrar a alguien que sienta lo sexual como yo y creo que mi enorme facilidad por el placer meramente físico tanto en relaciones heterosexuales como homosexuales es, en el fondo, algo que impide lo otro. Apenas puedo escribir sobre estas cosas y sin embargo debo hacerlo.

Sentia ciumes da M. e da E.,  declara que amor de lesbicas também é amor, mas nao gosta que elas defendam este amor aos gritos.

Cada vez que veo a M. y a E., siento que no puedo comunicarme con la gente.  Debo sentir celos por su amor. Si bien amor de lesbianas, es amor. Es evidente que se aman. Lo que me enerva es cuando defienden el concepto del amor a los gritos. Me dan ganas de gritar obscenidades.
 ¿Y si yo, en el fondo, fuera una moralista? Me gustaría mucho.
La gran imbécil. Siempre quiere ser algo.
Sí. Encontrarse con M. y E. es prueba de mi autodestrucción. Deseo que me torturen. ¿Y por qué me torturan? Porque me tratan con naturalidad, como a un simple ser humano, un poco fastidioso, con cierta bondad, pero al que es preferible ver lo menos posible.
La dulce Alejandra, la hija de puta. Tiene miedo.

Masturbaçao

La gente debería masturbarse. Amarse platónicamente y masturbarse.
El amor fantasma o el erotismo solitario. Lo que me fascina de la masturbación es la enorme posibilidad de transformaciones que ofrece. Ese poder ser objeto y sujeto al mismo tiempo… abolición del tiempo, del espacio…

Aborto

Estava em Paris, sozinha, além do transtorno, do abuso de alcool e tabaco, ainda engravidou. Claro que uma pessoa transtornada como ela, nao tinha condiçoes nenhuma de ser mae. Ela conta como foi essa experiência dolorosa.

Pero no sé qué me obliga a incluir un aborto entre las grandes experiencias del dolor. Fue un dolor físico espantoso, de acuerdo, pero ¿por qué me habrá de traer la sabiduría? No. Sabiduría, no. Lucidez. O al menos prudencia. Entiendo por ello cierta receptividad de mis propios sufrimientos; saber que sufro por culpa mía —¿por culpa mía?—. Este suceso o itinerario de un mes y medio. Sus etapas: haberme acostado con C. en perfecto estado de ebriedad. Haber esperado un mes y medio con el horror insoslayable de mi presentido embarazo (lo presentí en cuanto se me pasó la borrachera). Haber sabido que estoy encinta. Haber solucionado este estado increíble (buscado cómo solucionarlo y no obstante no creyendo, no obstante haber esperado un milagro). Haber buscado y haber encontrado la manera más sórdida, la más dolorosa. Y todo ello sola, absolutamente sola, tan sola que ni me había dado cuenta de ello hasta que M. L. me acarició y me dijo «vous n’êtes pas si seule, moi je pense à vous», y entonces el llanto, las horas de llanto por haber sabido que sí, que estaba absolutamente sola pero mucho más que antes porque M. L. me dijo cosas muy hermosas pero después no la vi más, por lo cual me quedé doblemente sola, o tal vez solamente sola de M. L. que ahora, de nuevo, se confunde en mí con la imagen de una santa protectora y amparadora que se aleja y se esfuma en la medida en que se acrecienta mi deseo de oírle de nuevo lo que me dijo cuando yo estaba sola en general y no sola de ella en especial. Y me pregunto si M. L. tuvo derecho a hacer lo que hizo, a consolarme con palabras peligrosísimas por lo que tenían de promesa y de adhesión. Porque no es un juego decirle a alguien como yo «je vous aime beaucoup» y acariciarme. Y las otras cosas que dijo, tendiendo todas a envolverme en un calor mágico que es el que busco toda mi vida. Por eso, desde que me dijo todo eso, el aborto no posee más su adulta calidad de «experiencia del dolor» sino que más bien fue una simple caída, algo que sucedió por imprudencia infantil y que me hizo sufrir desmesuradamente, por lo cual M. L. me acarició y me habló como a una niñita castigada por alguien muy sádico.
  Cuando iba a ver al médico, temblorosa y ansiosa por que el asunto estuviera ya acabado me miré en el espejo de una librería y vi la cara de mi madre en el lugar de mi cara. Llevaba un abrigo que nunca llevé en París —parecido a uno de mi madre—. En ese momento supe que yo, dentro de mí, era mi madre que corría a abortar a fin de que yo no naciera. Como si mi madre hubiera dicho: «Vos vas a hacer lo que yo no me atreví». No una vocación, una carrera, sino una ruptura, una cercenación. Desde muy niña me acechaba y atraía la palabra «nihilista» que yo comprendía como: reducir a nada; hacer polvo, y pensaba en mi madre: una mujer joven y bella, perfectamente eslava y perfectamente nihilista. Después supe que no, que yo había reconstruido una madre novelesca. Pero el otro día, en el autobús camino hacia el lugar de mi Gran Acto, recordé los clichés eslavos, la joven nihilista. En fin, yo estaba haciendo aquello que no osó la madre inexistente que forjé mentalmente a base de Turguéniev y de fantasías desaforadas.

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