segunda-feira, 15 de junho de 2015

Orphan Black + A ilha do Dr. Moreau

Amo séries e amo livros e quando a série que eu adoro fala de um livro, claro que ja li porque sou altamente influenciavel neste sentido.

A série

Orphan Black é uma série canadense de ficçao cientifica. Tudo começa quando Sarah vê uma mulher igualzinha a ela se jogando nos trilhos do metrô, entao ela pega os pertences da suicida e passa a viver com a sua identidade. Sarah descobre que existem outros clones iguais a ela pelo mundo que estao sendo perseguidas por uma organizaçao.


Minha clone favorita é a Cosima, uma geek, cientista biologa, mas na terceira temporada estou gostando bastante da Alison que era uma dona de casa songa-monga e agora sua personagem esta muito hilaria.
Momento ostentaçao e twerk da Alison e Donnie (melhor cena dos dois)
A Helena também nao tem como nao amar essa criatura com sotaque esquisito e toda esquisita, né sestra?
Helena
Outra personagem que amo de paixao é a doutora Delphine Cormier (francesa) que trabalha com a Cosima no Instituto Dyad.

Tem os clones do projeto Castro, mas nao consigo me simpatizar com eles, mesmo adorando o ator, acho que ele esta sendo mal aproveitado,os roteiristas deveriam melhorar a historia deles, principalmente do Mark que é o mais humano (nao sei se ser humano é vantagem) simpatico dos irmaos.



O livro "A ilha do Dr. Moreau"

É um livro de ficçao cientifica, escrito pelo H.G.Wells, em 1896. Edward Prendrick é um naufrago que foi resgatado em alto-mar pelo Montgomery que estava em um navio indo para uma ilha tropical com um monte de animais no cargueiro. 
Montgomery era assistente do Dr. Moreau, um cientista sadico que fazia experiências com animais através de cirurgias, hipnose e vivissecçao (dissecaçao de animais vivos, no caso dele, sem anestesia). 
Pendrick relata como era a vida na ilha, as experiências com todos aqueles animais monstros "humanizados", criados pelo Dr. Moreau. Sim, ele tentava transformar animais em humanos.

trecho do livro falando da vida dos bichos antes e depois
"Um animal pode ser feroz e sagaz, mas so um homem pode mentir"

Gostei bastante do livro, li a versao em francês, ele é meio aterrorizante, faz uma espécie de denuncia contra a falta de ética nas pesquisas e o que tudo isso pode desencadear.

O livro na série Orphan Black





Na série, pode ser que a cura da Cosima esteja nas paginas deste livro, em forma de codigos escritos pelo Professor Duncan, criador dos clones. Professor Duncan e Dr. Moreau sao bem parecidos, nao?
Na época do Dr. Moreau, os estudos eram direcionados para a cirurgia e o transplante, criavam Franksteins. Hoje a preocupaçao é com a decodificaçao genética e os clones. Ja criaram uma orelha humana nas costas de um rato, ja fizeram ovelhas que brilham como vagalumes ou mesmo clonadas (Dolly) e alimentos geneticamente modificados.

Meu desgosto pelo H.G.Wells

Eu tenho um dilema na minha vida: como separar o profissional do pessoal? Eu admiro muito alguns cineastas, escritores, artistas, mas sao pessoas que eu nao suporto, criei antipatia por eles, mas nao pela criatividade e o trabalho deles, como: Woody Allen, Charles Bukowski, Roman Polanski, Charles Chaplin e agora pelo H.G.Wells que era contra a falta de ética na ciência, mas parece que na literatura ele nao tinha a mesma opiniao.
Uma coisa sempre leva a outra, a série me levou ao livro, que me levou ao autor, que me levou a conhecer uma das 100 mulheres mais influentes do Canada, Florence Deeks.
H.G. Wells era um escritor britânico bem conhecido, vendia bastante suas obras, tinha uma equipe de assessores que trabalhava com ele.
Quem leu o ensaio da Virginia Woolf, "Um quarto so seu", sabe como era dificil ser uma escritora. Segundo ela, a mulher nao tinha nem um quarto so dela para dedicar à escrita, muito menos recursos financeiros para se manter enquanto escrevia. Muitas mulheres trabalhavam na area de pesquisa e educaçao e o salario delas iam para o marido ou pai e até para consultar os arquivos em uma biblioteca tinham que ter uma autorizaçao por escrito do marido ou do professor.
Do outro lado do mundo, nos cafundos do Canada, tinha uma escritora e professora desconhecida, a Florence Deeks, que escreveu um livro chamado "The web". É um livro que conta a historia da humanidade e a contribuiçao das mulheres na historia. Ela passsou quatro anos de sua vida pesquisando e escrevendo o tal livro, mandou-o para uma editora britânica (na terra do sr. Wells), ele foi devolvido à autora um ano depois, a editora indeferiu e ele nunca foi publicado.
Para surpresa de Florence, no ano seguinte H.G.Wells lança um livro pela mesma editora, com o titulo "The Outline of History", neste livro tem muita coisa parecida com o seu proprio livro. Inconformada, ela apela para a Corte Suprema de Ontario, que nao deu em nada. Em seguida, apela para um comitê juridico de Londres, ela nao tinha nem dinheiro para contratar um advogado e alguns custos foram pagos pelo seu irmao. Ela acusou o Wells de plagio, na época nao tinha leis que protegiam a propriedade intelectual, direito autoral, etc. O juiz disse que os livros eram parecidos porque as pesquisas dos dois foram feitas na mesma fonte e nao tinha como provar que Wells ou sua equipe teve acesso ao livro da Florence. Quem era a mulher na fila do pao, né? Uma desconhecida contra um poderoso, uma luta de Davi e Golias que diferente da biblia, na vida real so Golias ganha. Leia mais sobre esta historia aqui (em inglês)
Nao tiro o mérito do Wells como escritor (se é que ele escrevia mesmo, talvez o mérito seja mais dos seus assessores, vai saber). Melhorando o raciocinio: nao tiro o mérito dos livros publicados no nome dele, sao obras muito interessantes que valem a pena ler, mas ele caiu muito no meu conceito.
Pior que esse negocio de plagio nao é coisa antiga nao, lembram do babado dos livros "A vida de Pi" e o "Max e os felinos"? O autor canadense se dando bem em cima da ideia do autor brasileiro Moacyr Scliar? 


As imagens usadas no post sao do Pinterest e do melhor Tumblr da série, The clone club.

3 comentários:

  1. Ai, cara... Eu vivo o mesmo dilema... Como separar a obra das pessoas horríveis que vários filósofos, escritores, músicos e etc. foram? Se por um lado eu tenha plena consciência de que a maioria dos meus "ídolos" (uso essa palavra entre aspas porque não gosto dela) foram uns escrotos, por outro eu sei que não posso me isolar numa ilha deserta e esquecer que as obras deles foram e são importantes para mim e pra o resto do mundo... Enfim.

    E a série? Onde você assiste? Internet?
    Beijos!

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    1. por isso nem gosto de ler biografias, para nao me decepcionar ainda mais com as pessoas rsrs
      Sim vejo a série na internet. bjo

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  2. Bom acabei de assistir a série e gostei muito, agora vou ler o livro e depois a biografia do autor, gosto de saber quem são as pessoas por traz das obras

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