quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

The Circle and the antisocial medias

Assisti ao reality show "The Circle", na Netflix. É um besteirol que mistura de Big Brother com a série Black Mirror. Os participantes ficam cada um em seu apartamento e se comunicam apenas via chat, usando emojis e hashtags.
Cada um cria seu perfil, com fotos de sua prefêrencia e escreve uma breve bio. Eles sabem que têm catfish participando (pessoas com perfis falsos), mas nao sabem quem sao. Logo, através da suposiçao, bloqueiam a pessoa que acham ser fake.
Os primeiros eliminados foram uma modelo e um jogador de basquete. A juventude desconfia de pessoas bem sucedidas, acharam que eram fakes.
O que mais me comoveu foram os catfish, pois sao pessoas reais interessantissimas, mas por causa de suas aparências, nao fariam sucesso nas redes sociais, nao seriam influencers.

Prestem atençao no titulo: vale tudo para ganhar hj em dia. Saber aparecer é melhor que ser.

Falando nisso, vocês acham que as redes sao redes sociais ou antissociais? Porque se socializar é isso,  estamos perdidos. Eu tenho é medo desta cultura do odio e violencia gratuita. Sera que é tao dificil ser um pouco mais civilizado, agradavel, fazer comentarios pertinentes?
Está insuportável o tribunal do Twitter, todo dia pegam uma pessoa para crucifica-la. Todo mundo acha que deve opinar sobre tudo, sem nunca nem ter lido nada a respeito, tipo: guerras no Oriente Médio, Marxismo, Nazismo, etc.
Fiquei quase um ano inteiro sem entrar, no fim do ano fui fazer um giro nos meus perfis favoritos, porque ainda ha muitas pessoas interessantes, com conteudos bacanas sobre arte, historia, literatura, cinema, mas infelizmente aparecem muitos "tuites" que nao pedi pra ver, de pessoas "lacrando",  "hitando", gente frustrada e infeliz que precisa derrubar o outro para se sentir melhor, acompanhada de um monte de outros frustrados que dao likes para endossar a babaquice e transformar em trend topic, parece que estamos presos na quinta série. Ficar silenciando tudo isso cansa. Nao sigo essa gente, mas mesmo assim o Twitter insiste em me mostrar, pois utiliza a maquina Bummer, segundo este livro
"Na Bummerlândia, parece que cada pequeno comentário ou se torna uma competição por completa invalidação e destruição pessoal ou todas as pessoas têm que ficar simpatiquinhas e falsas. 
As pessoas comuns tendem a se tornar imbecis, já que os holofotes sempre apontam primeiro para os mais babacas".

Instagram, apareço cada vez menos por la. Estou velha, sem paciência e numa fase eclesiastica, cansada de vaidades e egocentrismo, mas tem pessoas que gosto e o unico meio de comunicar com elas é por la. 
Pois tomem um surra de biblia vinda de uma ateia e meditem nestes versiculos. Isso é pra mostrar que gente impertinente, arrogante e insensata sempre existiu, a Internet so veio dar voz a eles. Antes so a familia e pessoas proximas eram obrigadas a aturar, agora é todo mundo. 


  • Vaidade das vaidades! Tudo é vaidade. Debaixo do sol, observei ainda o seguinte: a injustiça ocupa o lugar do direito e a iniquidade ocupa o lugar da justiça.
  • Não te apresses em abrir a boca; que tuas palavras sejam, portanto, pouco numerosas. Muitas palavras, muita vaidade. De tudo isso, qual é o proveito para o homem? PS:Nao seja vitima do FOMO, nao é assunto que você domina, shut the fuck up!
  • As palavras de um sábio alcançam-lhe o favor, mas os lábios dos insensatos causam a sua perda. O começo de suas palavras é uma imbecilidade e o fim de seu discurso é uma perigosa insanidade.
  • Não cedas prontamente ao espírito de irritação; é no coração dos insensatos que reside a irritação.
  • As palavras calmas dos sábios são mais bem ouvidas que os gritos de um chefe entre insensatos.
  • A sabedoria vale mais que as máquinas de guerra.
  • Quem cava uma fossa, pode nela cair e quem derruba um muro pode ser picado por uma serpente.
  • Todos caminham para um mesmo lugar, todos saem do pó e para o pó voltam.
  • Pus-me então a considerar todas as opressões que se exercem debaixo do sol. Eis aqui as lágrimas dos oprimidos e não há ninguém para consolá-los. Seus opressores fazem-lhes violência e não há ninguém para os consolar.
  • Pois, quem pode saber o que é bom para o homem na vida, durante os dias de sua vã existência, que ele atravessa como uma sombra? 


O silêncio é de ouro, você nao precisa participar de todas as conversas, principalmente as que você nao entende patavinas. Nao caia na fossa que você mesmo cavou. Pare de xingar pessoas que ha 10 segundos você nem sabia que existiam, pois amanha elas podem se virar contra você.

Deixo dois videos sobre a cultura do cancelamento:

Jana Viscardi é linguista, adoro as dicas para escrever bem e para interpretar textos. Neste video, ela fala de cancelamento e sobre a idolatria de influencers 



A Natalie, do canal Contrapoints fez um video super didatico, bem explicado, com exemplos, 1h40 de duraçao, sobre a cultura do cancelamento (em inglês) 



sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Retrospectiva 2019

O mundo esta dificil, extremista, governos incompetentes, ha muita apologia à ignorância e demonizaçao da ciência e da educaçao. 
Quase 8 bilhoes de pessoas no planeta, a maioria nascendo abaixo da linha da pobreza, nao ha educaçao sexual, nem planejamento familiar, o corpo da mulher pertence ao estado, familia e igreja, nao a ela.
Crises ambientais, grandes desmatamentos para pecuaria e para o agrobusiness, afinal tem que alimentar quase toda essa gente (alguns ainda morrerao de fome). O ar das grandes cidades esta irrespiravel, queimadas, aquecimento global, etc.
10 minutos nas redes sociais sao suficientes para acabar com o resto do dia, aumentar a crise de ansiedade, a raiva, etc. Tudo transformou em "Cidade Alerta", uma disputa para quem tem conhecimento da pior tragédia mais recente.
Eu tenho duas escolhas: abraçar a cultura do medo, xingar muito, odiar todo mundo, entrar na paranoia coletiva ou escolher ter paz, fazer as coisas que gosto e se o apocalipse chegar, pelo menos morro menos frustrada. Isso nao quer dizer que eu nao fico ciente do que acontece, fico sim, também fico triste, mas tenho que cuidar da minha sanidade mental, preciso sobreviver, ser forte, porque nao tenho ninguém para cuidar de mim a nao ser eu mesma.


Janeiro

  • Passei o periodo de festas sozinha e aproveitei para maratonar os filmes do Godard. E para minha tristeza, a Anna Karina morreu em 15 de dezembro de 2019.



  • So tinha dois itens na minha resolucao para este ano. Uma delas depende do governo e nao de mim, ou seja, um problema que vou arrastar para 2020 porque ainda nao foi resolvido.
  • Fiz um curso de atualizacao em bureautique que comecou em setembro 2018 e terminou em junho. 
  • Teve mais uma tragédia ambiental em Minas Gerais, a barragem da Vale foi rompida em Brumadinho, transformando tudo em um mar de lama.

Fevereiro

  • O auge do inverno canadense. Praticamente so estudei e trabalhei.
  • Fui ao Carnaval daqui so porque Lidia veio, sinceramente no tengo ganas de ficar na rua vendo a caravana passar. Nada tem a ver com o Carnaval do Brasil, até porque estamos a -20°C neste periodo.


Março

  • Este blog completou uma década. Nao teve comemoraçao, nem post especial. É uma pena! Tenho um carinho muito grande por este espaço.
  • Maratonei os filmes da Agnès Varda. Fiz stories do Instagram falando de cada um, mas deveria ter feito aqui para o Mulheres na direçao. Prometo que farei, pois ela merece!


Abril


  • Nao fiz nada de especial, tive muitas provas e zero vida social.


Maio


  • Teve show da Florence + The Machine, em Montréal.



Junho 

  • Cinema: Assisti ao filme québécois, La femme de mon frère, dirigido pela Monia Chokri, ganhou o prêmio coup de coeur du jury, no Festival de Cannes.
  • Teve Copa do Mundo Feminina.
  • Fui ver a exposiçao do Miro



  • Visitei minha amiga em Ottawa e aproveitei para conhecer o Rideau Hall.



  • Festival de Jazz de Montréal. A Bebel Gilberto cancelou o show,  foi bem na época que o pai dela João Gilberto) faleceu, mas o Rodrigo Amarante estava la representando o Brasil.



  • Fui ver o Mural Festival que tem todo ano em Montréal, com grafittis de street artists do mundo inteiro.



  • Fui na exposiçao da Rebecca Belmore no MAC.



  • Conheci o Parc Frédérick Beck, parece um filme sci-fi



  • Adoro andar à noite no Vieux Port



  • Madonna lançou o album Madame X.


Julho 


  • Teve o Festival d'été de Québec, os shows mais relevantes para mim foram: Twenty One Pilots, Slipknot, Mariah Carey, Nick Murphy, Lou Doillon, Diplo, Imagine Dragons e alt-j.
  • Teve a sétima e ultima temporada de OITNB. Fiquei triste com o fim!



Agosto

  • Festival Osheaga, em Montréal. Fui so um dia e o show que mais gostei foi da Rosalia



  • Inventei de ler o livro e ouvir todos os albuns de "1001 Albums You Must Hear Before You Die", farei um post sobre isso em breve.



  • A Amazonia pegando fogo para pecuaria e exportaçao a carne, enquanto o brasileiro fica comendo carne de baixa qualidade e cara. Se as pessoas soubessem da importância de uma floresta tropical para o planeta... Pesquisem. Até o momento, foram 9762 km de desmatamento, segundo a BBC.


Setembro


  • Pintei meu quarto antes do inverno chegar.
  • Vi a peça "O circulo de giz caucasiano", do Brecht. Uma super produçao!
  • Fui ao show da Celine Dion. Que maravilhosa! Todos que foram, ganharam o novo CD dela "Courage". Amei!

  • Fui à palestra da Michelle Obama, ela discutiu sobre seu livro de memorias "Becoming". Deveria se candidatar à presidência, pois é muito poderosa.

Outubro


  • Dia 18, começou a manifestaçao no Chile.



  • Teve a estreia do "Joker", estou torcendo para o Joaquin Fenix ganhar o Oscar de melhor ator.
  • A Fernanda Young faleceu e eu li 3 livros dela este ano.
  • Fui na The Twins of Evil Tour, com Marilyn Manson e Rob Zombie.
  • Como o inverno é longo e nunca sei o que assistir na Netflix, decidi conferir "The 50 Best Movies on Netflix right now", publicado na The New York Times. Ja assisti a 24 de 50. Alguns nao estao disponiveis na Netflix do Canada, logo nao verei todos.
  • Fui ao show do Fleetwood Mac. Muito bom!

Novembro


  • Dia 8, Lula foi Livre. O coletivo Québec se reuniu na universidade para comemorar.
  • Show do Patrick Bruel.
  • Opera La Traviata, de Giuseppe Verdi.
  • Cinema: Assisti ao filme québécois "Antigone", dirigido pela Sophie Deraspe. É uma versao contemporanea da peça tragica de Sofocles. Chorei horrores!


Dezembro


  • Todo fim de ano tem show Cirque du Soleil e eu nao perco nem um sequer. Vi o espetaculo no gelo "Axel". Interessante as musicas escolhidas: Ja começa com Mad World, do Gary Jules. Para mim é uma das musicas mais tristes do mundo. Também tem Creep, do Radiohead; Diamond, da Rihanna, etc.



De 22 de dezembro a 5 de janeiro, passei no México. Foi uma experiência increible! Fugimos do inverno canadense e chegamos ao aeroporto de Cancun, voo direto de Québec, 4 h de viagem apenas. Fomos para a cidade de Valladolid, no estado de Yucatan, é mais proxima dos Cenotes X'kekén y Samula e de Chichen Itzá. 
Fomos para Mérida, é proxima da Ciudad prehispánica de Uxmal, do sitio arqueológico maya Dzibilchaltún e da Reserva Natural Ría Celestún.
Na Ciudad de Mexico, fomos no Museu Frida Kahlo, Museu Casa de León Trotsky, Museu National de Antropologia, Castillo de Chapultepec, Palacio de Bellas Artes, Mercado de Artesanías La Ciudadela, no prédio historico dos Correos, na casa onde foi filmada o filme Roma, no Monumento da Revoluçao,etc. 
Visitamos a cidade pré-hispanica de Teotihuacan, a Basilica da Virgen de Guadalupe e a Zona Arqueológica de Cholula, em Puebla.
E para terminar, pegamos uns dias de praia na Riviera Maya: Cancun, Puerto Morelos, Playa del Carmen, Isla Mujeres, Tulum e o sitio arqueologico de Coba


Leituras


  • Li 64 livros apenas, estou estudando, logo lendo outras coisas. Veja o que li no Goodreads.
  • Pela primeira vez li Elena Ferrante e amei. 
  • Para o projeto Nobel Women li as autoras: Sigrid Undset, Nadine Godimer, Doris Lessing e Olga Tokarczuk.
  • O livro que li e recomendo para todo mundo: As Veias Abertas da América Latina, do Eduardo Galeano.

Alguns filmes e documentarios que anotei (às vezes esqueço)

A Plastic Ocean, documentario sobre a quantidade de plastico no mar, ameaçando nao so a vida marinha como também as aves ;
The Game Changers, documentario sobre atletas vegans;

Filmes: Certain Women, Disobedience (também li o livro para o mês LGBTQIA); Clouds of Sils Maria, Marriage Story, The Earthquake Bird; Anima, com Thom York; Berlin, I love you; Unicorn Store, Happy as Lazaro.

Filmes Elena Ferrante: Ferrante Fever, de Giacomo Durzi; L'amore molesto, de Mario Martone e I giorni dell'abbandono, de Roberto Faenza.

Da lista dos 50 filmes The New York Times: Roma e Y Tu Mama También, de Alfonso Cuaron; Daugthers of Dust; Private Life ; Rachel Getting Married; Coco; The Ballad of Buster Scruggs; Jackie Brown e Pulp Fiction; Cloudy With a Chance of Meatballs; Groundhog Day; Monty Python and the Holy Grail;  Hell or High Water; The Witch; My Happy Family; Blackfish; Justin Timberlake + the Tennessee Kids; The Little Prince; Okja e Superbad

Séries 

Fleabag (Amazon Prime) e Crashing (Netflix) com a Phoebe Waller-Bridge; Better Than Us, Boneca Russa, The Good Place, Dark, Jessica Jones, You, Romance is a bonus, Bonding, Educação Sexual, La casa de las flores, Ad vitam, 3%, OA (1 temporada), How to Get Away with Murder.

Musica


Ouvi 1812 artistas e 80 paises, mas grande parte foi por causa do livro 1001 Albuns

Nem fiquei surpresa, pois Riri pode contar cmg pra tudo

2020

Comecei um Bacharelado em Linguas Modernas, no momento estou matriculada apenas em uma disciplina, italiano. Nao tenho pressa para acabar, vou fazer bem devagarinho. Ou seja, sera mais um ano trabalhando e estudando.
Queria muito arrumar um tempinho para vir mais vezes aqui no bloguinho, mas nao posso prometer nada. 
Um excelente ano a todes, cuidem bem de vocês e das pessoas que vocês gostam. Busquem sempre estar em paz e em harmonia, fujam das tretas! Comam mais saladas e frutas, evitem ao maximo comidas industrializadas, façam exercicios. Seu corpo e mente agradecem.