segunda-feira, 24 de março de 2025

Mês das mulheres: Essas que só existem nos arquivos

Por ser arquivista, um dos meus fetiches é ficar fuçando em arquivos antigos de revistas e jornais, conhecendo pessoas interessantes da época, mas que hoje em dia ninguém ouviu falar sobre elas.

Na revista quinzenal "A Cigarra", de Sao Paulo, de 1917, tem um anúncio de um sarau musical com a exímia pianista, Maria Amélia de Rezende Martins (sou fascinada com os pronomes e adjetivos que acompanhavam o nome).

A jovem pianista interpretava Bach, Beethoven, Schumann, Schubert, Chopin, Dubois, Grieg et Tchaikovsky. 

Clique nas imagens para ampliá-las.


No jornal A Platéa : Orgão dedicado aos interesses dramaticos e litterarios (RJ), Temos uma louvaçao à sympathica e distincta actriz Dolores Phebo que fazia sucesso em 1886.




Na revista A canção de Portugal, de 1916, temos a verdadeira artista Aura Abranches, fervorosa apaixonada pelos cantos populares de Portugal e do Brasil. Nunca vi tantos adjetivos qualificativos para descrever uma pessoa, hoje em dia colocariam apenas fada sensata.

Na revista portuguesa Destaque, de 1982, tem uma entrevista com a pintora Helena Almeida. Ela vai direto ao ponto, nao demonstra simpatia, nao tem paciência com perguntas descabidas, é viciada em café e cigarro, nao é mistica nem religiosa, nao acredita em nada.


Eu gosto desta evolução. As três primeiras senhoritas eram tratadas como musas, já a senhora dos anos 80 é mais real, mais próxima da nossa realidade, é uma pessoa que aparece no Google onde achei essas obras maravilhosas abaixo.



























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