Por consequência, o filme despertou em mim o interesse em saber de onde vim, mas notei que minha família é constituída de retirantes e imigrantes, nenhuma geração ficou inerte em um lugar. Minha bisavó materna era índia que casou com um branco, minha bisavó paterna era negra que casou com branco, minha avó paterna saiu da Bahia a pé e se instalou no Mato Grosso, meu pai saiu de lá e veio para São Paulo, minha mãe saiu de Minas Gerais e veio para Sampa, conheceram-se e casaram, agora é minha vez de começar minha andança, vou de mala e cuia para o Canadá, só passagem de ida e sem previsão de retorno nem para as férias. Diferente do filme, não vou em busca das minhas raízes, mas vou seguir os passos dos meus antepassados, sempre em busca de um lugar melhor para se viver (exceto os negros que vieram à força), ter êxito no êxodo, é não pertencer a lugar nenhum e a todos ao mesmo tempo. Tem um fragmento do filósofo francês Michel Serres que diz:
“De fato, nada aprendi sem que tenha partido, nem ensinei ninguém sem convidá-lo a deixar o ninho. Partir exige um dilaceramento que arranca uma parte do corpo á parte que permanece aderente à margem do nascimento, à vizinhança do parentesco, à casa e à aldeia dos usuários, à cultura da língua e à rigidez dos hábitos. Quem não se mexe, nada aprende.”
Eu acredito que só me mexendo eu aprendo alguma coisa, não consigo deixar crescer raíz, porque quanto maior a raiz fincada à terra, mais difícil será o rompimento.
Voltando ao filme, é muito bom, tem o ator que está muito em alta nos mais recentes filmes franceses, o Romain Duris, a trilha sonora é muito rica com músicas espanholas e árabes, além do roteiro fantástico.
oi!
ResponderExcluirdentro da filosofia yóguica a esse desprendimento, a esse sem lenço e sem documento chamamos desapego a tudo e a todos, ainda segundo a filosofia esse é o verdadeiro caminho. Desejo que a felicidade seja tua companheira aonde fores!