quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Melancolia

me.lan.co.li.a sf (gr melagkholía) 1 Psicose maníaco-depressiva. 2 Estado de humor caracterizado por uma tristeza vaga e persistente. 3 pop O mesmo que vitiligem. [Dicionário Michaelis]

É um filme apocalyptico-dramatique*, do diretor dinamarquês Lars Von Trier .O planeta Melancolia está prestes a invadir a Terra. Narra os últimos momentos vivido por uma família, no dia do casamento da Justine (Kirsten Dunst). Um noivo lindo, simpático e super atencioso, a festa super organizada pela irmã e paga pelo cunhado, um emprego bem-sucedido na área da publicidade, ainda ganha uma promoção do patrão como presente. Parece uma vida perfeita, um conto de fadas, não? Afinal, tanta mulher sonha com um momento desses... Só que Justine se sente culpada por não conseguir estar contente, nada vai estar bom o suficiente para ela, porque como diz na descrição do dicionário, é um estado de humor caracterizada de uma tristeza vaga e persistente.
A melancolia pode ser o mal do século, o motivo que levará o homem ao apocalipse (fim de todas as coisas), o ser humano não vê mais prazer em nada, na há tato, não há feeling, as pessoas querem se odiar, enclausurar-se, cortar os relacionamentos, ninguém consegue ficar mais junto, ninguém tem paciência com ninguém. Já dizia Sartre, um melancólico declarado: "O inferno são os outros"! Sim, parece que os outros nasceram só para nos infernizar.

O ELO ENTRE IRMÃS
Justine. Significa "A justa"
Claire. Significa "Alva, brilhante, iluminada"
A origem dos dois nomes é francesa.

A Justine, a ovelha negra da família, que conseguiu constranger a todos no dia do casamento, era sincera, realista beirando ao pessimismo, estava conformada com o fim do mundo, como ela mesma diz: Eu sei de tudo. Para ela, não adianta fantasiar, a verdade é nua e crua, não tem escapatória, sem esse negócio de fazer média. Levava a vida se arrastando, como se estivesse presa e enraizada (uma das cenas mais lindas!), mas no fim do mundo estava tranquila e serena, como se estivesse esperando por este momento a vida inteira.
A Claire (Charlotte Gainsbourg), a irmã bondosa, sonhadora, tentava controlar a situação, via sempre o lado bom das pessoas, tinha medo do fim do mundo, desesperava-se por causa disso, ela fantasiava demais, tentava criar um cenário de normalidade, mesmo tudo estando caótico. Era casada com um cientista que fez muitos cálculos para prever se o planeta iria atingir a Terra, mas de que vale cálculos na hora que o mundo está acabando, não é mesmo? Claire, mesmo morrendo de medo, correndo desesperada de um lado para o outro, tendo que lidar com a irmã maluquete e o marido, quer proteger o filho, tentando encontrar uma forma de poupá-lo de ver a catástrofe, não quer que ele seja invadido pela melancolia.
Apesar de serem tão diferentes, a cumplicidade das duas irmãs era o que dava forças uma para outra, Justine sabia que sempre podia contar com a Claire e vice-versa.
Lá em casa somos em duas irmãs, somos muito grudadas, eu sou a mais realista e minha irmã mais fantasiosa, explorar o relacionamento fraterno é o que me comoveu muito.

O PLANETA AZUL

Eu queria falar mais sobre o fim do mundo, sobre a mãe das meninas, tão desgostosa da vida, sobre o planeta azul, em inglês, "blue" pode ser azul ou tristeza, sobre a melancolia que nos invade de vez em quando, de não ter contentamento, já que nada nos empolga, tanto que estou sem empolgação para postar, embora tenha adorado o filme, levei quase um semana com esse texto no rascunho do blog. A trilha sonora é bem legal, principalmente a "Tristão e Isolda", de Wagner, tem tudo a ver.
Ainda assisti a outro filme meio down com a Charlotte, "The Cement Garden", rola umas relações incestuosas, o filme é meio tenso, ou seja, fui invadida pelo planeta melancolia.
Chega por hoje! Amanhã estarei feliz

apocalyptico-dramatique* é o nome da música da banda francesa Tryo, escute aqui.

Um comentário:

  1. Gostei bastante da sinopse do filme. Vou procurar assistir o quanto antes!
    De fato, vivemos um tempo em que a melancolia vai ganhando morada na alma das pessoas. Vai ocupando espaço e quando se vê já se está consumido. Tempos em que precisamos mesmo encontrar o equilíbrio, nos centrando e nos relacionando, aprendendo a viver consigo e com o outro.

    Adorei o post!

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