sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Mulheres na direçao: Céline Sciamma (França)



Primeiramente uma salva de palmas para esta mulher porque ela merece, nao so palmas, mas o Tocantins inteiro. Bicha destruidora mesmo! Ela consegue falar de assuntos dificeis (que convenhamos, nem deveriam ser dificeis assim em 2016!!) de maneira simples, honesta e tocante e na minha humilde opiniao, so uma mulher mesmo para conseguir esta proeza, porque precisa de altas doses de sensibilidade, de empatia e de tolerância.


Assisti aos 3 filmes dela: Garotas (Bande de filles / Girlhood), Tomboy e Lirios d'agua (Naissance de pieuvre/ Water Lilies)

"Garotas" é sobre Marieme, ela tem 16 anos e tenta sobreviver no mundo caotico, vai mal na escola, vive naqueles conjuntos habitacionais de Paris que sao super perigosos (vi em uma reportagem que quem mora nesse tipo de apartamento nem poe no curriculo porque ninguem contrata), vive na pobreza, tem um irmao mais velho e machista que bate nela e uma mae que trabalha de faxineira o dia inteiro. Sem perspectiva nenhuma de vida, ela entra numa gangue de meninas, muda seu nome para Vic e para sobreviver tem que saber bater, ela é apaixonada por um carinha, mas nao quer casar e ter filhos antes dos 18 anos como acontece muito ao redor dela, ela também entra na gangue de rapazes, enfaixa os seios, usa calças largas para nao sofrer assédio, mas quem disse que nao sofre, nao é?
Tem uma cena linda das meninas em um quarto de hotel cantando Diamonds, da Rihanna. (Veja a diretora falando dessa cena aqui (em francês)).
E ha quem acredita em meritocracia. Nao sabe de nada, inocente!



O outro filme lindo de morrer é o Tomboy, a gente consegue se colocar na pele dx Laure/ Michael. É um filme sobre transgênero, a menina nao se sente confortavel sendo menina, ela gosta de se vestir e agir como menino. E esse elenco infanto-juvenil, minha gente? Deu um show de atuaçao, melhor que muita gente grande. A atriz Zoé Héran foi brilhante, dificil imagina-la nao sendo menino. Isso é graças à diretora que soube conduzir o elenco da maneira mais justa possivel.
Tomboy é o termo utilizado para definir meninas que agem como meninos.


Por ultimo, mas nao menos importante, o filme Lirios d'agua. Narra a historia de 3 meninas, Anne, Floriane e Marie, de 15 anos que fazem parte da equipe de nado sincronizado e estao descobrindo a sexualidade: aquela historia de fulando que ama sicrano que ama beltrano. Sabe aquelas primeiras dores de amor que a gente tem na vida? A gente se apaixona de um tanto a ponto de achar que vai morrer daquilo? A pobre Marie estava apaixonada e ficava atras do seu amor que nem cachorrinho sem dono, fazendo todas as vontades da amada, era obcecada. Da até do da bichinha...
A Floriane gostava de um garoto popular, mas ela era gordinha e sem-graça e ele so abusava dela e maltrava-a. Ja a Anne, todo mundo a amava, mas ela nao amava ninguém, jogava com todo mundo.




Os filmes da Céline falam de uma fase dificil das nossas vidas: a adolescência. As descobertas, a sexualidade e as dificuldades em lidar com tudo isso. Sao filmes sem aqueles dramalhoes hollywodianos, sem sentimentalismos baratos (franceses nao gostam disso), sao historias acontecendo como se estivessemos na janela de casa vendo as coisas acontecendo do lado de fora, mas ao mesmo tempo somos tocados pelas situaçoes, porque sao coisas cotidianas que vemos na vizinhança, na escola e na familia. Filmografia recomendadissima!

Veja também: 
Mulheres na direçao: Nancy Meyers (EUA)
Mulheres na direçao: Alice Guy-Blaché (França)

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

As mulheres da minha vida

Como disse anteriormente, estou participando do clube de leituras feministas da Emma Watson, Our Shared Shelf, que conta com quase 100.000 inscritos, entre elas a cantora Taylor Swift, a modelo Karlie Kloss, a tenista Maria Sharapova, a escritora J. K. Rowling, a geraçao Harry Potter, as feministas da "velha guarda" e gente do mundo inteiro. Infelizmente o primeiro livro lido, o da Gloria Steinem, nao esta à disposiçao de quem nao lê em inglês, porque ele ainda nao foi traduzido, o que limitou bastante as pessoas a aderirem e participarem, espero que os proximos livros sejam mais acessiveis.

Tem um capitulo no livro "My life on the road", chamado "Talking Circles" (circulos de conversas) em que Gloria Steinem conta como é importante a comuniçao entre mulheres. Ela estava em um trem na India, em um vagao feminino e la ela aprendeu muito da cultura indiana, como as mulheres ajudavam umas às outras, como elas se interessavam em saber mais sobre a cultura e a vida da autora.

Isso me fez reconhecer que eu tenho um talking circle, na minha vida cotidiana, sempre tem uma mulher a quem eu possa recorrer, mesmo em situaçoes banais, coisa que homem, por mais disponivel e atencioso que ele seja, nao vai conseguir ajudar. Explico: Conheço duas mulheres paulistanas como eu, que estao aqui no Canada, chegamos mais ou menos na mesma época e sempre recorremos umas às outras. As três tinham que trocar o DIU e nao tinhamos médico de familia, ai uma sabia o caminho das pedras e deu a dica para as outras.

As minhas companheiras de viagens, a Alê e a Jô, ja fomos para Argentina, Nova York, Montréal, elas foram minhas primeiras visitas que recebi no Canada. A gente se diverte e aprende muito juntas.

A Nilian, que conhecia apenas pela Internet e depois veio morar aqui na mesma cidade e ja nos conhecemos na real life. Ela estuda na mesma area que eu, toda vez que vê um anuncio de vagas, ela me envia.

A minha amiga colombiana que me levou para trabalhar na lojinha, a gente chora juntas porque é dificil de acharmos empregos nas nossas areas e o choro mutuo nos da forças de continuar lutando e nao desistir, a gente fala que nossos boring survival jobs sao passageiros e que a gente vai conseguir mais para frente (mesmo se isso serve para enganar a nos mesmas, pelo menos é um alivio momentaneo).

Tantas outras meninas que indicam livros, filmes, musica, sabem tudo de creminhos para amenizar a pele no inverno, de remedinhos para alergias da primavera, sabem receitas deliciosas e compartilham, têm otimas dicas de limpeza e manutençao da casa, sabem onde tem promoçoes, etc.

Quando trabalhava na USP, para aproximar dos dignissimos senhores professores doutores era mais dificil que aproximar do proprio Deus, o jeito mais facil era através das secretarias e assistentes que faziam o meio de campo para o trabalho ir para frente e evitar milhoes de "burrocracias".

Em japonês, o ganji que significa confusao também significa reuniao de mulheres. Oi?

Na China, as mulheres nao podiam estudar como seus irmaos, entao elas inventaram a escrita nushu para se comunicar. Quem inventava uma lingua era punido com morte, muitas foram para fogueira com seus manuscritos. Indico o filme e o livro que mencionei aqui que fala disso também.

Na Alemanha nazista, 2/3 das pessoas que estavam nos campos de concentraçao eram mulheres, isso mesmo 2/3, e eram proibidas de conversarem entre si. Depois eu faço um post sobre o livro "Ser mulher no III Reich" que li e estou chocada. E ha quem ousa usar o termo "feminazi", este ser nao sabe nada de feminismo nem de nazismo, porque se tinha uma coisa que nazista odiava era mulher, feministas foram exterminadas sem do e nem piedade.

Religioes que mulheres eram sacerdotisas foram exterminadas e elas foram queimadas como bruxas.

Religioes monosteistas proibem as mulheres de se expressarem em publico, mas isso nao as impedem de ter grupinhos privados. Azar Nafisi, autora do livro "Lendo Lolita Teerã", narra que reuniu sete mulheres em sua casa para ler e discutir obras proibidas, mas os assuntos foram além disso, falavam também sobre suas vidas pessoais, seus sonhos e seus medos durante a revoluçao no Irã.

Ha quem tenha medo do circulo de conversas. Destes circulos sairam as sufragistas e as mulheres que lutam por igualdade, porque se vamos ao banheiro juntas, nao é apenas para falar de homens e maquiagens, muitas conversas de banheiro passam no teste Bechdel.

As mulheres da familia, "azamigues" reais e virtuais, quem seria eu sem o apoio delas? Elas me inspiram todos os dias e sou grata por tê-las na minha vida. Reconheço a importancia do clube da Luluzinha porque tem coisas que sao so nossas.

Torn up, busted, taken apart
I've been broken down
Left with a broken heart
But I'm stronger
Strong enough to rise above
This is a woman's world

All the women in the world
Stand up come together now
This is a woman's world

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Hip Hop Girl: 4x Lauryn Hill (EUA)

Lauryn Hill é americana, tem 40 anos e 6 filhos. Fez parte da banda Fugees e depois partiu para carreira solo.

Ser mulher na industria (musical) nao é facil
Eu me lembro dando uma entrevista com os caras
E o entrevistador
Wyclef, diga-nos o que vc pensa sobre o mundo
Pras, o que vc acha que o hip hop representa para industria?
Lauryn, qual é sua cor de batom favorita?
Eu, tipo.... Naaaaao
Por quê vc esta me perguntando isso?






Veja também:
Hip Hop Girl: 4x M.I.A. (Inglaterra)
Hip Hop Girl: 4x Ana Tijoux (Chile)
Hip Hop Girl: 4x Keny Arkana (França)

sábado, 23 de janeiro de 2016

Mulheres na direçao: Nancy Meyers (EUA)


Nancy Meyers é americana e rainha dos filmes fofos de "sessao da tarde". Ainda temos algo em comum: fazemos aniversario no mesmo dia. Ela deve ser a pessoa mais aparentemente "normal" que nasceu em 8 de dezembro, quem nasce nessa data tende a ser autodestrutivo, pessimista, caotico e criativo, vide Jim Morrison, Camille Claudel, Diego Rivera, Florbela Espanca, Sinéad O'Connor, etc. Ela é a diferentona lol.
Claro que ja vi toda sua filmografia ao longo dos anos, incluindo o filme mais recente, "O senhor estagiario"(The Intern) que vos falarei a seguir:


Jules (Anne Hathaway) é um emprendedora, criou um e-commerce de moda, em pouco a empresa cresceu muito e ela anda sobrecarregada. Seu marido abdicou da carreira para cuidar da filha e da casa para que ela conquistasse o sucesso (o famoso american dream).
Ben (Robert De Niro) é um viuvo aposentado de 70 anos que entediado em casa decide candidatar-se à vaga de estagiario sênior na empresa de Jules. Como a empresa é composta de funcionarios jovens, eles queriam alguém com uma certa experiência de vida para equilibrar um pouco.
Ao meu ver, Ben torna-se o paizao de todo mundo, dando conselhos para galera.

O proximo filme é o meu favorito de todos os dirigidos pela Nancy Meyer, um daqueles filminhos mamao com açucar que gosto de assistir na época de Natal, "O amor nao tira férias" (The Holiday)

Amanda (Cameron Diaz) é empresaria nos EUA e produz trailers de filmes, descobre que foi traida pelo namorado.
Iris (Kate Winslet) é jornalista no Reino Unido, é apaixonada por um colega de trabalho e descobre que ele vai casar com outra.
Amanda e Iris entram em um site de intercâmbio de casas e uma vai para casa da outra para ficarem sozinhas e esquecerem os problemas, mas como diz o titulo em português, o amor nao tira férias.

"Simplesmente complicado" (It's complicated) é sobre um casal divorciado, Jane (Meryl Streep) e Jake (Alec Baldwin), pais de 3 filhos e por isso têm uma relaçao cordial um com outro. Jake a deixou por uma mulher mais nova, mas acabam tendo uma recaida e passam a se ver com mais frequência. A mulher é boba, mas nao é besta, uma hora ela acorda para vida. Tem hora que cansa fazer papel de trouxa, nao é?  É mais uma filme que fala da sexualidade na terceira idade.

O outro que fala de sexualidade na terceira idade é o "Alguém tem que ceder". Harry (Jack Nicholson) é um executivo do ramo musical que so fica com meninas com idade de serem suas filhas. Nunca tinha ficado com uma mulher da idade dele. Vai passar o fim de semana na casa de sua namorada, tem um ataque cardiaco e acaba ficando sob cuidados da mae de sua namorada, a dramaturga Erica (Diane Keaton) e do médico Julian (Keanu Reeves). Aff, so tive olhos para o Keanu Reeves, meu crush eterno.


"Do que as mulheres gostam". Nick (Mel Gibson) é um executivo da area de propaganda e marketing, machista e egoista, leva um choque e começa a ler o pensamento das mulheres e usa isso para se dar bem, mas depois vai ficando mais compreensivo com elas.
Foi o primeiro filme dirigido por uma mulher mais rentavel da historia.

Operaçao cupido é uma refilmagem, o primeiro filme foi feito em 1961 com muito sucesso de bilheteria e depois a Disney relança esta versao em 1998, dirigido por Nancy Meyers e o sucesso se repetiu.
Narra a historia de duas meninas, interpretadas pela Lindsay Lohan, que se encontram em um acampamento de férias e notam que sao muito semelhantes, entao elas descobrem que sao gêmeas e foram separadas, uma mora com a mae em Londres e outra mora com o pai nos EUA. O filme mostra duas crianças que forçam uma situaçao para aproximar os pais.




Os filmes dela sao do tipo gracinha que agrada a familia tradicional-conservadora, classe média "do bem". Convenhamos que esses filmes nao tem diversidade, nem etnicidade, tao branco quanto os concorrentes do White-Skinny-Oscar 2016.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

O signo de Emma Bovary

Tenho certeza que ela era de sagitario


O que ferrou com a vida dela foi a falta de independência, coisa que mulher nao tinha. Aguentar aquele marido sonso, sem graça e sem ambiçao, aquela vidinha pacata do interior sem nada para fazer, o jeito era ler muito.
Ah ! elle s’occupe ! À quoi donc ? À lire des romans, de mauvais livres, des ouvrages qui sont contre la religion et dans lesquels on se moque des prêtres par des discours tirés de Voltaire.
Nao tinha independência, nem entusiasmo, nao viajava, sua inteligência nao servia para nada. So sobrou-lhe a imprudência, o risco e a union double. Se ao menos Charles fosse do signo de leao ou de aries, mas nao, deveria ser de peixes.

Falando no pauvre Charles, a primeira vez que li Madame Bovary estava mais preocupada em saber sobre ela. Agora na releitura observei mais o Charles, o filhinho mimado da mamae que sofria bullying na escola, sempre foi de mediano a zero à esquerda. Levou 5 anos para passar na prova de Medicina. E aquela primeira mulher dele que foi a mae que arrumou? Ele era casado quando conheceu Emma, nao é mesmo? E aquela cirurgia mal sucedida? Nao tem como te defender nao, migo.

A mae de Charles e Emma eram mulheres muito interessantes, iriam longe se pudessem. 

Emma e Capitu eram tao parecidas, talvez seriam otimas BFFs, Thelma e Louise do séc. XIX.

O proprio Flaubert era sagitariano, isso explica muita coisa, Emma era seu eu lirico feminino... Nesse video abaixo, a profa explica as semelhanças dos dois (em francês).



PS: Isso nao é resenha de livro, nem oraculo de horoscopo, apenas um delirio.... Nao levem tao à sério.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Hip Hop Girl: 4x Keny Arkana (França)


Keny Arkana é filha de argentinos que imigraram para França. Aos 11 anos ela foi morar em um abrigo para menores e aos 12 começou sua carreira musical. Ela faz parte do coletivo "Rage du peuple" (a raiva do povo) que da voz às minorias e aos inadaptados socialmente. Também milita contra o sistema politico/economico/social em vigor, contra os alimentos geneticamente modificados, o desmatamento, entre outros. Todas suas musicas sao de protesto. Estou viciada nessa mina. É a tipica sagitariana, by the way.

Alô, alô pessoas apressadas
Uma vida inteira olhando pela janela
sonhando em silêncio com uma outra vida, um outro eu.
É melhor esquecer de si mesmo 
Dentro de nos, todas as noites seriam de festa

Alô, alô pessoas apressadas,
neglienciadas da historia
Que foram proibidas de acreditar na sua propria vitoria,
Cabisbaixas para nao ver o futuro
Para nunca mais ver o desgaste
em seu proprio espelho.

Eu ousei ver os meus erros
Sim, eu atravessei desertos
Eu ousei desafiar a época
Eu ousei acreditar nos meus sonhos
Quando todos querem te fazer obedecer as normas
Porque eles inventaram as regras
Eu ousei recusar as ordens
Sim, eu ousei acreditar em mim mesma 

Porque nos temos raiva, ficaremos de pé, nao importa o que aconteça
A raiva de ir até o fim, além de onde a vida possa nos levar
Porque temos raiva, ninguém podera nos deter
Insubmisso, sabio, marginal, humanista ou revoltado
A raiva de nao termos escolhido nada disso e sofrermos o tempo inteiro.

A raiva, muitas mentiras e segredos de estado, poder mudar a humanidade
A raiva por eles nao quererem que isso mude
Preferem guardar seus poderes e nos manipular 


Veja também:
Hip Hop Girl: 4x M.I.A. (Inglaterra)
Hip Hop Girl: 4x Ana Tijoux (Chile)

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Jornal mensal das minhas loucuras privadas n.10

Entao, né? O ano é novo, mas a vida é aquela velha de guerra mesmo. Tentei ser até um pouquinho mais otimista, mas logo na primeira semana do mês, no mesmo dia levei dois "naos", a vaga do emprego nao era para mim. Entao baixei minha bola, lembrei do que Voltaire disse sobre o otimismo e continuei sendo a chata emburrada de sempre.

Filmes

Estou publicando todo fim de semana as filmografias das diretoras que eu deixei programado aqui no blog. Dos 1527 filmes cadastrados no Filmow até o momento, ja assisti 142 (em 3 anos aprox.), nao é nem 10%, mas ja é alguma coisa, certo? 

Além disso, este mês assisti ao "Homem Irracional", do Woody Allen e achei muito chato, sério! So nao foi pior que "O sonho de Cassandra", mas quase empatou. Cansou aquela verborragia, frases filosoficas-clichês do tipo Citador.com ou Wikiquote que o personagem citava o tempo inteiro. 
Assisti dublado em francês, a voz do dublador nao combinava com o a voz do Joaquin Phoenix, achei também que os atores (Joaquin Phoenix e Emma Stone) nao combinaram, nao tinham "liga", nao convenceram, sabe?
Desculpe Woody, mas desta vez nao tem como te defender, fica para proxima.



Também assisti a dois filmes em que as atrizes foram indicadas para o prêmio de melhor atriz, no Oscar 2016: Brooklyn e 45 Years.
"Brooklyn", dirigido por John Crowley, narra a historia de uma irlandesa que imigra para os EUA, especificamente para o Brooklyn, nos anos 50. Ela passa todo aquele perrengue que imigrante passa, a integraçao nem sempre é facil, tem que fazer escolhas dificeis e vive dividida entre os dois paises. Achei o filme tocante, a atriz é uma fofa, o figurino é lindo. Essa frase abaixo vou levar para vida, deveria ser colada na geladeira de todo imigrante.
"A saudade é como a maioria das enfermidades. Vai fazê-la se sentir miserável, e depois vai transformá-la em outra pessoa"
"Sentirá tanta saudade que vai querer morrer, e não há nada que possa fazer a respeito, além de esperar. Mas vai esperar. E isso não vai te matar. E um dia, o sol sairá. Talvez não note de imediato, mas vai sentir. E logo se dará conta de que está pensando em algo mais. Em alguém que não tem ligação com o passado. Alguém que é só seu. E então vai perceber que este é o lugar onde sua vida está".
A atriz Saoirse Ronan, tem apenas 21 anos, trabalha muito bem, mas acho dificil ganhar o prêmio quando tem Charlotte Rampling concorrendo com o filme "45 Years", um drama dirigido por Andrew Haigh. 
Faltando uma semana para a festa de comemoraçao de 45 anos de casados, chega uma carta para seu marido que vai abalar as estruturas do casamento que até entao parecia bem solido. Depois de tantos anos, ela descobre que nao era o amor da vida dele. Tenso, minha gente! Casamento de fachada é dificil, viu? Charlotte esta perfeita no papel e ela vai ser minha aposta para o Oscar 2016 junto com o Léozinho (DiCaprio) para melhor ator.


Leituras

Continuo com meus projetos de leitura do ano passado:
Ainda quero acrescentar Literatura brasileira e ja entrei no grupo de leituras feministas Our Shared Shelf, da Emma Watson.



Eu nao achei o livro da Gloria Steinem em francês, comprei na Kobo Store, em inglês mesmo. O ebook custou $14,50 + taxas, ficou quase $18 dolares.
Para o projeto das Bastardas, vou começar ainda o "Americanah", da Chimamanda.
Para O Clube dos Classicos Vivos estamos lendo Dom Quixote este mês
Para o Projeto dos 100 livros canadenses ja li "O conto da Aia", da Margaret Atwood
Para os Classicos da Literatura Francesa, estou quase terminando Madame Bovary, ja tinha lido em português, por isso estou enrolando.

Em dezembro e metade de janeiro, virei o ano lendo a historia das mulheres e também sobre o nazismo, mas isso sera tema para um outro post.

Musica

Toda quarta-feira vai ter musica feita por mulheres aqui no blog, ja postei 3 cantoras. Comecei com o hip-hop, as minas e suas rimas. Muitas pessoas têm preconceito com esse tipo de musica, primeiro porque é dominado por homens e com musicas para la de misoginas, mas nem tudo esta perdido, tem umas meninas que usam esse ritmo para protestar e para se divertir também, ja deixei alguns posts de musicas programados, vai ter som do mundo inteiro. Stay tuned!

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Mulheres na direçao: Alice Guy-Blaché (França)


Alice Guy foi a primeira mulher a dirigir e a produzir um filme (1896), foi a unica durante 17 anos. Ela trabalhava como secretaria na empresa de fotos e filmes Gaumont, a mais antiga sociedade cinematografica do mundo. Ela pediu permissao para seu chefe se podia fazer umas filmagens por hobby, ele autorizou desde que fosse fora do expediente. 
Alice Guy dirigiu em torno de 700 filmes, infelizmente sobraram poucos, a maioria desapareceu durante as guerras. Ela imigrou para os Estados Unidos e criou uma produtora la. Seu marido deixou-a para ficar uma das atrizes e ela acabou voltando para França com os filhos.
Ao chegar na França, o cinema tinha mudado, seu nome caiu no esquecimento e ela passou o resto da sua vida tentando recuperar seus filmes e ser reconhecida como a primeira diretora.
Achei alguns filmes no Internet Archives e no Youtube, eis aqui:

A cola

Folhas caindo
Uma jovem esta doente e o médico diz que quando todas as folhas das arvores cairem no outono, ela morreria, entao sua irmazinha começa a tentar colocar as folhas de volta nas arvores. Own! Muito fofo!

A mulher esta com desejo

Na barricada

O resultado do feminismo

A pequena heroina

Ela também dirigiu A paixao de Cristo, o primeiro filme com mais de 30 min.

Foi a primeira vlogueira também, filmou sua viagem para Espanha


Tem um documentario sobre ela, chamado "Jardim esquecido", no site National Fim Bord (em francês).

Veja também:

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Hip Hop Girl: 4x Ana Tijoux (Chile)


Ana Tijoux é franco-chilena, seus pais exilaram-se na França apos o Golpe de Estado e o começo da Ditadura no Chile e so retornam nos anos 80.
Suas musicas falam de cultura latino-americana, desigualdades sociais e feminismo.


Esta musica conta sua trajetoria de vida, também fez parte da trilha sonora de um dos episodios de Breaking Bad


Adoro este clipe: a mensagem, as cores e a participaçao da Shadia Mansour



Veja também:
Hip Hop Girl: 4x M.I.A.

sábado, 9 de janeiro de 2016

Mulheres na direçao: Rebecca Zlotowski (França)

Rebecca Zlotowski tem 35 anos e faz parte da nova geraçao cinematografica feminina francesa.
Ela dirigiu três filmes: Belle épine, Grand Central e Planetarium, este ultimo ainda nao foi lançado, mas ja assisti aos dois primeiros.

Belle épine (2010) - drama

No final dos anos 70, Prudence (Lea Seydoux) acaba de perder sua mae, seu pai pede demissao e viaja, deixando-a sozinha na casa. Em seguida ela fica proxima de uma estudante "rebelde" do lycée, chamada Marilyne, que a leva para o circuito de motoqueiros. Ela acha tudo aquilo libertador, afinal ela sai um pouco do marasmo, conhece gente, corre perigo, pois muitos morreram apostando corrida e também acaba se envolvendo com um deles, foi o jeito que ela encontrou para lidar com o luto e a solidao.


Grand Central (2013)

Gary (Tahar Rahim ♥) sempre trabalhou em subempregos e viu uma oportunidade de ganhar melhor trabalhando numa usina nuclear. Apos um tempo ele conhece Karole, esposa de um colega e eles passam a ter um caso.
Achei interessante ver dentro de uma usina nuclear. Para entrar, os empregados passam por uma higiniezaçao e usam roupas proprias para evitar o contato com a radiaçao e para sair é a mesma coisa. É uma forma sensivel de falar sobre o lixo atômico, a contaminaçao do meio-ambiente, das pessoas e dos animais.

Planetarium (2016)

O proximo filme sera sobre duas irmas espiritas (Natalie Portman e Lily-Rose Depp) que fazem contatos com fantasmas, nos anos 30. Um produtor propoe a elas um contrato de um ano para fazer um filme experimental, mas parece que ele tinha outras intençoes mais osbscuras. 
A Lily-Rose é filha do Johnny Depp e da Vanessa Paradis.
Estou ansiosa para ver!


Consideraçoes finais:

Os filmes da Rebecca Zlotowski sao mais introspectivos, meio paradao para o publico mais Blockbuster, nao é do tipo que agrada todo mundo, mas eu achei bem interessante, assista com a mente aberta.

Veja também:
Mulheres na direçao: Malgorzata Szumowska (Polônia)
Escritora e diretora: Virginie Despentes (França)

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Hip Hop Girl: 4x M.I.A.


Mathangi Arulpragasam, mais conhecida como M.I.A. (missing in action), nasceu na Inglaterra, mas aos 6 meses de idade seus pais retornaram para o Sri-Lanka, pais de origem deles, seu pai era ativista politico. Aos 11 anos de idade, a escola em que estudava foi bombardeada e em seguida começou a Guerra Civil, ela e sua familia retornam à Inglaterra como refugiados. Além de cantora, pintora, diretora ela também é uma ativista que luta pelos direitos das minorias e dos refugiados, foi interditada de entrar nos EUA por causa de sua militância e suas declaraçoes contra a politica americana.

O videoclipe "Bad Girls" mostra mulheres apostando racha na Arabia Saudita, este pais onde as mulheres sao proibidas de dirigir. Você ja deve ter escutado esta musica no GTA ou no episodio da série Orphan Black, entre outros.

Live fast, die young
bad girls do it well.

Este outro clipe foi feito para um projeto multidisciplinar adaptado de "Dragon Girls" onde participaram 36.000 alunos da maior escola de artes-marciais para crianças na China.


Neste video que ela mesma dirigiu, "Borders", fala sobre a situaçao dos refugiados.


E para terminar, "Paper planes" que também fala de imigraçao de forma sarcastica, tipo: tô aqui para te matar e roubar seu dinheiro. É isso que os xenofobos pensam sobre os imigrantes, nao é mesmo?


A bichinha é arretada, né nao? Sem falar que ela tem 40 anos com cara de 20.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Escritora e diretora: Virginie Despentes (França)

Fotografo: JEAN-FRANÇOIS PAGA
Virginie Despentes (pseudônimo), é escritora, diretora de cinema, tradutora, punk-rockeira, entre outras coisas.
Ela teve um adolescência problematica, aos 15 anos foi internada em um hospital psiquiatrico, aos 17 foi estuprada ao pegar carona, tudo isso foi um choque para ela e é sobre as dores pelas quais passou que serao os temas de suas obras literarias e cinematograficas.
Nos anos 80/90 ela se envolve com o movimento punk, gosta de Joy Division e de Bukowski, abusa do alcool, drogas e sexo, sendo este na forma de prostituiçao e de relaçoes homo e héteroafetivas.
Suas obras sao classificadas como literatura marginal, ou cultura trash, ou contra-cultura, como queira. Os temas recorrentes sao sobre violência, sexo, drogas e muito punk rock.

Cinema

O filme "Baise-moi" foi classificado em alguns paises como pornografico, talvez porque as duas atrizes principais foram atrizes pornôs e porque tem algumas cenas de sexo explicito, mas nada que a gente ja nao tenha visto em filmes como os de Gaspar Noé ou de Pasolini. É um filme underground "road movie", à la Thelma e Louise, as personangens principais sao uma prostituta e uma atriz pornô que pegam um carro e saem por ai fazendo estrago por onde passam, usando a lei da viuva-negra: trepa depois mata.
Achei a premissa bem interessante e diferente, mas acho que o baixo orçamento e as atrizes que nao eram tao boas, deixou o filme meio caseiro, faltou qualidade nas cenas de açao e na interpretaçao.

Em seguida assisti ao filme "Bye bye blondie", tem uma qualidade técnica melhor, atrizes brilhantes como a Emmanuelle Béart, a Béatrice Dalle e a cantora Soko. Sem falar no figurino e nas musicas otimas de punk rock. O filme é baseado no livro homônimo, fala de duas meninas que se apaixonaram nos anos 80 e se reencontram 25 anos mais tarde. Sugiro começar assistir por esse que é bem mais leve que o primeiro.


Ela também dirigiu o documentario "Mutantes: Punk, Porn, Feminism", composto por cerca de 20 entrevistas gravadas nos Estados Unidos, França e Espanha, dá a palavra às ativistas pró-sexo e acompanha a evolução do movimento dos anos 80 até hoje. Infelizmente nao o achei em nenhuma biblioteca daqui, nem em streaming, mas quero muito assistir. Como é dificil achar documentarios e alguns filmes feitos por mulheres, viu. Tem tanta coisa boa que descobri, mas onde encontrar? Nao se acha nem para comprar.


Virginie escritora

Ela tem varios livros publicados, alguns deles viraram filmes, pretendo lê-los mais para frente, mas no momento vou falar do unico que li, o ensaio autobiografico "King Kong Theorie".

Se for para indicar apenas um obra da Virginie Despentes, com certeza é este ensaio. Muitas pessoas nao conseguem ver cenas fortes de violência ou de sexo nos filmes, nao se interessam por literatura underground, nem pelo movimento punk, mas se você se interessam por livros sobre a condiçao feminina, tais como: "O segundo sexo", da Beauvoir ou "Um quarto so seu", da Virginia Woolf, recomendo também este livro, ela nao fala de mulheres que querem ser escritoras, filosofas, intelectuais, ela fala da mulher comum, da mulher do submundo, da mulher indesejavel que esta fora dos "normal standards",  como ela escreveu nas primeiras linhas:
"Eu escrevo no meio das feias, para as feias, as velhas, as caminhoneiras, as frigidas, as mal-comidas, as  "incomiveis", as histéricas e todas as excluidas do grande mercado da mulher gostosa".


Em 2010 eu escrevi aqui o post " Mulher e os monstros" em que eu queria entender a razao pela qual a sociedade em geral odeia os monstros, o porquê dos homens e dos deuses quererem nos afastar deles e por ironia do destino, 6 anos depois, leio neste ensaio o capitulo King Kong Girl que responde ao meu questionamento. O universo nunca nos deixa sem resposta, ela tarda, mas chega melhor do que esperavamos.

Musicas
Criei uma lista no Spotify de algumas musicas tocadas nos filmes da Virginie Despentes. Minhas preferidas sao: Diamanda Galas (canta parecendo que ta possuida), Soko e a Lydia Lunch.


Consideraçoes finais:

Quando comecei a participar dos projetos "Mulheres na direçao" e "Leia Mulheres", nao tinha ideia onde isso me levaria, foi como abrir um novo mundo, posso ouvir outras vozes que quase nunca sao ouvidas. Virginia Despentes me levou a conhecer a mulher no movimento punk, a mulher na literatura underground, o feminismo pro-porn, a conhecer um monte de musicas legais, a conhecê-la como a mulher que faz filmes sangrentos, violentos e eroticos, um campo no cinema explorado majoritariamente pelos homens, mas ela esta ai provando que também pode fazer. É uma voz que precisa ser ouvida e respeitada.

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Mulheres na direçao: Malgorzata Szumowska (Polônia)

sábado, 2 de janeiro de 2016

Mulheres na direçao: Malgorzata Szumowska (Polônia)


Bendita hora ociosa que inventei de criar a lista "Mulheres na direçao" no Filmow, 3 anos atras. Coloquei algumas diretoras que ja conhecia, pesquisei outras, outros usuarios fofos tb foram indicando e hoje ja tem mais de 1300 filmes cadastrados, dos quais assisti apenas 9,5% por enquanto.

O primeiro filme da Malgorzata Szumowska que vi foi "Elas" (Elles), nao sei se passou na Mostra de Cinema de Sao Paulo ou na Reserva Cultural, lembro-me de ter amado o filme, mesmo sem saber se era uma mulher que dirigia, so descobri que era na hora de fazer a lista mesmo. 

Estou apaixonada pelos filmes dela, depois de "Elles", ainda assisti "Em nome de..." e "Body". Gosto do jeito que ela retrata temas dificeis de uma forma sutil e bela.


Em "Elles", Anne (Juliette Binoche) é uma jornalista, mae, esposa e vive uma vida burguesa em Paris. Ela decide escrever um artigo sobre prostituiçao de estudantes e marca encontros com essas prostitutas para entrevista-las. Conforme essas meninas vao contando o que fazem com os clientes ela ela passa a questionar nao apenas seu papel de mulher, mas também sobre dinheiro, familia e sexo. Ela sente vontade de ser mais sexy, de fazer coisas com o marido, mas ele é puritano demais para aceitar isso. Mostra que esses homens que endeusam as esposas, recusam fazer sexo picante com elas, sao os que procuram as prostitutas para preencher esta lacuna, um tipo de respeito bem hipocrita, convenhamos. 
Interessante como Anne passa a compreender e até se solidarizar com essas meninas que vivem uma vida tao diferente da dela. A partir do momento que a gente entende melhor uma situaçao a gente passa a ser mais tolerante.
Ha aquela discussao sobre "mulheres para casar e mulheres para fazer sexo", tratada de uma forma muito sutil e brilhante. Juliette Binoche da um show de interpretaçao como sempre.


"Em nome de..." é um filme muito lindo e sensivel, é o primeiro filme de tematica homossexual da Polônia. Narra a historia do padre Adam que foi transferido para um cidadezinha do interior, organiza um centro comunitario para meninos problematicos e acaba se apaixonando por um morador local. Tem uma boa fotografia e uma boa trilha sonora. Também tem muitas moscas zumbindo, um recurso que ela utilizou e achei otimo, afinal onde ha mosca, ha merda, nao é? Sem falar no nome do padre que é Adao e tem uma personagem chamada Eva que gosta dele. A negaçao de Eva foi outro recurso sensacional, renegar a tradicional criaçao homem x mulher, o primeiro casal heterossexual biblico que deveria servir de exemplo para o padre, mas so que nao, né? Gosto de tematicas que falam de dogmas/sexo x religiao. 
Fiz até um gif para o padre, o ator Andrzej Chyra, que para mim é um dos melhores atores da Polônia.



Por ultimo, assisti "Body", eu queria falar tanta coisa sobre esse filme, mas nao sei nem por onde começar. Vou tentar ser rapida e concisa, sera que consigo? Este filme usa o corpo para expressar como a gente lida com a vida e a morte. Ha corpos mortos, corpos magros, corpos gordos, corpos velhos, corpos jovens.
Janusz é um perito criminal, seu trabalho é relatar as circunstâncias em que se encontravam os corpos na cena dos crimes. Ele é viuvo e pai da Olga, um jovem que sofre de anorexia, eles mal se falam.
Janusz interna Olga em uma clinica psiquiatrica para fazer terapia e curar sua anorexia, sua terapeuta é a Anna, uma mulher solitaria que acredita em vida apos a morte, é médium, acredita no "espiritismo brasileiro" e cita frases do Divaldo Franco.
A personagem de Anna é bem intrigante, a gente costuma imaginar terapeutas como pessoas capazes de lidar com problemas dificeis da vida. Ela é uma otima profissional, mas fora do trabalho ela é o tipo de pessoa que se a gente vê na rua, logo imagina que ela precisa de um psicoterapeuta urgente. A dualidade esta entre a ciência/ medicina x espiritualidade, apegar-se às coisas do além para conseguir lidar com os problemas e as perdas do dia-a-dia.



Conclusao:

Foi um imenso prazer conher o trabalho desta diretora, ela expoe as fraquezas e as angustias humanas sem vitimizar, sem cair no piegas, mas de forma justa, coerente e tocante. Os primeiros filmes de sua carreira nao assisti porque nao achei em lugar nenhum, mas se achar, vou atualizando aqui no blog. Super recomendo!