quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

DL2012: A mesa voadora

Para o Desafio Literário 2012,  escolhi ler no mês de janeiro "A Mesa Voadora", do Luis Fernando Ver!ssimo, 154 págs, editora Objetiva. É um livro super descontraído e hilário. Gente, eu dava altas gargalhadas! São "causos" que envolve comidas, restaurantes, botecos, mercados, churrasco, comidas internacionais, almoço em casa de amigos e parentes, etc.  É dividido em 47 crônicas, vou comentar ou reproduzir os que achei mais engraçados:
No capítulo LA PETITE, ele menciona que a carne está tão cara que chamar os amigos para um churrasco temos que enviar um convite formal, impresso RSVP e para ficar fino, temos que usar os nomes das comidas em francês. Churrasco com farofa = "grillade sur braises avec de la farine de manioc à la graisse"
Caipirinha = La petite femme rustique (mulherzinha rústica= caipirinha, pode não ter graça, mas eu ri feito uma condenada e de agora em diante só falo caipirinha em francês) e de sobremesa, goiabada com queijo vira "confiture de goyave avec du fromage"

O BUFFET
Um dos martírios da vida social moderna é o buffet. Ele nasceu com boas intenções, como resposta à necessidade de alimentar da maneira mais prática o maior número de pessoas com o máximo de elegância possível. Isto é, sem que a festa pareça um rififi no refeitório. 
O COME E NÃO ENGORDA
Ninguém é mais admirado ou invejado do que o come e não engorda. Você o conhece. É o que come o dobro do que nós comemos e tem a metade da circunferência e ainda se queixa:
— Não adianta. Não consigo engordar.
O come e não engorda é meu ídolo.
PS: também tenho ódio mortal deste ser!

DE RESSACA
A ressaca era a prova de que a retribuição divina existe e que nenhum prazer ficará sem castigo. Cada porre era um desafio ao céu e às suas fúrias. E elas vinham— Náusea, Azia, Dor de Cabeça, Dúvidas Existenciais — às golfadas. Hoje, as bebedeiras não têm a mesma grandeza. São inconsequentes, literalmente. 
SALSINHA 2
O que queremos, já, é o direito de escolher. Nosso lema é: não está escrito em lugar algum que um prato só pode ir para a mesa depois de espalharem salsinha por cima de tudo! O lema talvez precise ser melhorado, mas a ideia é esta. Contra a ditadura do supérfluo verde!
O sentimento anti-salsinha é forte. Uma leitora escreveu para dizer que aprendeu o nome de salsinha em várias línguas — espanhol (perejil), francês (persil), alemão (petersilé), inglês (parsley), tcheco (petržel) russo (petruchka, claro) — só para poder recusá-la em todas. 
PS: Até hoje não entendo a fixação de colocarem salsinha em cima das nossas comidas, ninguém merece mesmo! Tirem essa coisa verde do meu prato. Odeio! 
A GORJETA É LIVRE
A gorjeta voluntária é uma espécie de taxa-vexame que você paga ao garçom por ainda existir. Um subomo para ele esquecer tudo e você aplacar sua consciência.É como dizer "eu sei, eu mesmo devia me levantar e ir à cozinha buscar meu prato como mamãe me ensinou, sou uma besta, o mundo é injusto, toma aí para uma cervejinha".
A gorjeta obrigatória desobriga as duas partes, o garçom de babar no seu pescoço e você de ter remorso. Mas também leva a exageros, como a desatenção completa do garçom pelo mundo em geral e pela sua mesa em particular.
Para a publicação não ficar enorme e com muitas citações (afinal o S.O.P.A vai vigiar), outras crônicas que gostei muito foram: "No Cios Normand", "Pratos variados", "Especiarias", "lugarzinho".

Mês que vem tem mais, até lá!

Um comentário:

  1. Oi (:
    Muito tri o livro mesmo, né? *.*
    E não foi só tu não, porque eu ri demais com La petite femme rustique :P
    Estou só por ler mais um dele para este mês: "O Clube dos Anjos: Gula".
    Boa sorte pra ti, espero que consiga ler os doze livros :D
    E que venham as resenhas! haha
    Abraço!

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