Um dia, Hamlet, o príncipe da Dinamarca, vê sobre as muralhas do castelo de Elsinor, o espectro do pai que morreu a pouco tempo. O espectro conta que ele havia sido assassinado por seu irmão Cláudio, o qual, casando com Gertrudes, sua esposa, roubou-lhe o trono, a honra e a vida. Pede ao filho vingança, a punição do assassino e do incesto escandaloso. Hamlet promete vingá-lo, finge-se de louco, abandona Ofélia, sua noiva. O interessante é a forma poética e filosófica que a história é contada. Existia uma tragédia com mesmo nome muito antes da carreira de Shakespeare (plágio ou adaptação? Eis a questão). As fonte remotas da tragédia são a História Dânica, de Saxo Grammaticus, escritor dinamarquês do séc. XII e a tradução inglesa das Histórias Trágicas, de Belleforest. Na composição de Hamlet, Shakespeare, provavelmente deu vida nova aos personagens sem que a tragédia passasse de uma carnificina desorientada.
Reprodução da 1ª edição, único exemplar que se conhece |
Ilustração de Ofélia e Hamlet |
Para desafiar o tio, ele convoca alguns atores para apresentar uma peça intitulada "A Ratoeira" e o texto é uma representação exata de como ocorreu o assassinato de seu pai. Ele percebe que durante a encenação, o Rei ficou incomodado e saiu durante a apresentação.
Colocarei em seguida, algumas citações interessantes do livro:
[POLÔNIO] Não emprestes nem peça emprestado; que emprestar é perder dinheiro e amigo e o oposto embota o fio à economia. Mas, sobretudo, sê a ti próprio fiel; segue-se disso, como o dia à noite, que a ninguém poderás jamais ser falso.
[HAMLET] porque do jeito que o mundo anda, ser honesto equivale a ser escolhido entre dez mil.
[HAMLET] Que é o homem, se sua máxima ocupação e o bem maior não passam de comer e dormir? Um simples bruto [...]
O ser, de fato, grande não é empenhar-se em grandes causas; grande é quem luta até por uma palha, quando a sua honra está em jogo.
[...] Se tem de ser já, não será depois; se não for depois é que vai ser agora; se não for agora , é que poderá ser mais tarde. O principal é estarmos preparados.
Agora o monólogo mais famoso de Hamlet, clique na imagem para ver maior. A parte grifada é uma das mais sensacionais do monólogo, o que nos leva sermos tão apáticos e covardes diante dessas situações? Será mesmo pelo medo da morte, do inferno ou de um castigo divino? Ou será que nascemos com medo de enfrentar esses problemas. Porque eu não acredito em vida eterna, mas estou sempre acuada e com medo de encarar situações ameaçadoras, talvez estamos perdendo o instinto de luta e coragem.
Daqui a pouco o 4º livro do mês, "Werther", de Goethe. Até lá!
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