Para o Desafio Literário, o tema do mês de maio é um romance baseado em "fatos históricos", minha 1ª opção era "As meninas", da Lygia Fagundes Telles, estou lendo também, mas passei na frente um livro que uma pessoa muito especial me emprestou, ela é filha da ditadura, aos 16 anos viu levarem o pai dela de casa como preso político e ele nunca mais retornou, a família nunca achou o corpo para enterrar.
O nome do livro é simplesmente "K.", de B. Kucinski. Editora Expressão Popular. 177 págs. Talvez eu nunca leria um livro como o nome "K.", mas como foi uma ótima indicação, nem perdi tempo, tenho que confessar que é muito bom mesmo, prometo não julgar mais o livro pela capa.
O autor esclarecendo ao leitor que os personagens são reais, mas é um livro de literatura e não de história (clique na imagem para ampliar) |
Curiosidades que encontrei no livro: o iídiche é falado pelos judeus da europa oriental e teve seu apogeu no séc XX, quando se consolidou na literatura; sofreu rápido declínio devido ao Holocausto e à adoção do hebraico pelos fundadores de Israel.
Dybbuk: Na mitologia judaica é a alma insatisfeita que se cola a uma pessoa, em geral para atormentá-la. A palavra vem do hebraico Devek, que significa cola.
Tisha Beav: Dia maldito dos judeus. 9º dia do mês Av do caléndário judaico (corresponde aos meses de julho-agosto do calendário cristão). Historicamente aconteceram os seguintes fatos neste dia: Destruição do 1º templo, do 2º tenplo e da expulsão da Espanha
goim: plural de pessoa não judia, o singular é gói.
Wlocawek: Pequena cidade do oeste da Polonia onde se deu o 1º massacre organizado da população judaica pelas tropas alemãs na invasão da Polonia.
Falando em ditadura, fui à pré-estreia do filme-documentário brasileiro "Uma longa viagem", de Lúcia Murat, com Caio Blat no papel principal. Baseado em fatos reais, conta a história da família da diretora do filme, a Lúcia, seus dois irmãos e o destino de cada um. Um torna-se médico, ela, uma presa política e o outro irmão, um beatnik "on the road" que dá duas voltas ao mundo à base de drogas e rock 'n roll. Indico o filme, é muito engraçado e ao mesmo tempo sensível, apesar dos tempos difíceis em que viveram.
Confira o trailer:
É isso! Ainda tenho que ler "As meninas", também fala do mesmo período, vou ver se termino antes do mês acabar.
Nunca tinha ouvido falar de K., me interessei! Quando li As Meninas, reparei que ainda não tinha lido nenhum livro sobre a ditadura. É algo tão recente, e mesmo assim me parecia distante, então foi muito proveitoso ler um romance dessa época.
ResponderExcluirolha que legal! B. é Bernardo Kucinski, foi meu professor de jornalismo na USP! (e era mto bom!)
ResponderExcluirfiquei na dúvida sobre o "B.", mas pude confirmar aqui: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/_desaparecidos_mas_nao_olvidados
nem sabia que ele tb escreveu literatura! :D
Que achado essa leitura. Valeu, Ana, pela grande dica!
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