Como disse anteriormente, estou participando do clube de leituras feministas da Emma Watson, Our Shared Shelf, que conta com quase 100.000 inscritos, entre elas a cantora Taylor Swift, a modelo Karlie Kloss, a tenista Maria Sharapova, a escritora J. K. Rowling, a geraçao Harry Potter, as feministas da "velha guarda" e gente do mundo inteiro. Infelizmente o primeiro livro lido, o da Gloria Steinem, nao esta à disposiçao de quem nao lê em inglês, porque ele ainda nao foi traduzido, o que limitou bastante as pessoas a aderirem e participarem, espero que os proximos livros sejam mais acessiveis.
Tem um capitulo no livro "My life on the road", chamado "Talking Circles" (circulos de conversas) em que Gloria Steinem conta como é importante a comuniçao entre mulheres. Ela estava em um trem na India, em um vagao feminino e la ela aprendeu muito da cultura indiana, como as mulheres ajudavam umas às outras, como elas se interessavam em saber mais sobre a cultura e a vida da autora.
Isso me fez reconhecer que eu tenho um talking circle, na minha vida cotidiana, sempre tem uma mulher a quem eu possa recorrer, mesmo em situaçoes banais, coisa que homem, por mais disponivel e atencioso que ele seja, nao vai conseguir ajudar. Explico: Conheço duas mulheres paulistanas como eu, que estao aqui no Canada, chegamos mais ou menos na mesma época e sempre recorremos umas às outras. As três tinham que trocar o DIU e nao tinhamos médico de familia, ai uma sabia o caminho das pedras e deu a dica para as outras.
As minhas companheiras de viagens, a Alê e a Jô, ja fomos para Argentina, Nova York, Montréal, elas foram minhas primeiras visitas que recebi no Canada. A gente se diverte e aprende muito juntas.
As minhas companheiras de viagens, a Alê e a Jô, ja fomos para Argentina, Nova York, Montréal, elas foram minhas primeiras visitas que recebi no Canada. A gente se diverte e aprende muito juntas.
A Nilian, que conhecia apenas pela Internet e depois veio morar aqui na mesma cidade e ja nos conhecemos na real life. Ela estuda na mesma area que eu, toda vez que vê um anuncio de vagas, ela me envia.
A minha amiga colombiana que me levou para trabalhar na lojinha, a gente chora juntas porque é dificil de acharmos empregos nas nossas areas e o choro mutuo nos da forças de continuar lutando e nao desistir, a gente fala que nossos boring survival jobs sao passageiros e que a gente vai conseguir mais para frente (mesmo se isso serve para enganar a nos mesmas, pelo menos é um alivio momentaneo).
Tantas outras meninas que indicam livros, filmes, musica, sabem tudo de creminhos para amenizar a pele no inverno, de remedinhos para alergias da primavera, sabem receitas deliciosas e compartilham, têm otimas dicas de limpeza e manutençao da casa, sabem onde tem promoçoes, etc.
Quando trabalhava na USP, para aproximar dos dignissimos senhores professores doutores era mais dificil que aproximar do proprio Deus, o jeito mais facil era através das secretarias e assistentes que faziam o meio de campo para o trabalho ir para frente e evitar milhoes de "burrocracias".
Em japonês, o ganji que significa confusao também significa reuniao de mulheres. Oi?
Na China, as mulheres nao podiam estudar como seus irmaos, entao elas inventaram a escrita nushu para se comunicar. Quem inventava uma lingua era punido com morte, muitas foram para fogueira com seus manuscritos. Indico o filme e o livro que mencionei aqui que fala disso também.
Na Alemanha nazista, 2/3 das pessoas que estavam nos campos de concentraçao eram mulheres, isso mesmo 2/3, e eram proibidas de conversarem entre si. Depois eu faço um post sobre o livro "Ser mulher no III Reich" que li e estou chocada. E ha quem ousa usar o termo "feminazi", este ser nao sabe nada de feminismo nem de nazismo, porque se tinha uma coisa que nazista odiava era mulher, feministas foram exterminadas sem do e nem piedade.
Religioes que mulheres eram sacerdotisas foram exterminadas e elas foram queimadas como bruxas.
Religioes monosteistas proibem as mulheres de se expressarem em publico, mas isso nao as impedem de ter grupinhos privados. Azar Nafisi, autora do livro "Lendo Lolita Teerã", narra que reuniu sete mulheres em sua casa para ler e discutir obras proibidas, mas os assuntos foram além disso, falavam também sobre suas vidas pessoais, seus sonhos e seus medos durante a revoluçao no Irã.
Ha quem tenha medo do circulo de conversas. Destes circulos sairam as sufragistas e as mulheres que lutam por igualdade, porque se vamos ao banheiro juntas, nao é apenas para falar de homens e maquiagens, muitas conversas de banheiro passam no teste Bechdel.
As mulheres da familia, "azamigues" reais e virtuais, quem seria eu sem o apoio delas? Elas me inspiram todos os dias e sou grata por tê-las na minha vida. Reconheço a importancia do clube da Luluzinha porque tem coisas que sao so nossas.
Religioes que mulheres eram sacerdotisas foram exterminadas e elas foram queimadas como bruxas.
Religioes monosteistas proibem as mulheres de se expressarem em publico, mas isso nao as impedem de ter grupinhos privados. Azar Nafisi, autora do livro "Lendo Lolita Teerã", narra que reuniu sete mulheres em sua casa para ler e discutir obras proibidas, mas os assuntos foram além disso, falavam também sobre suas vidas pessoais, seus sonhos e seus medos durante a revoluçao no Irã.
Ha quem tenha medo do circulo de conversas. Destes circulos sairam as sufragistas e as mulheres que lutam por igualdade, porque se vamos ao banheiro juntas, nao é apenas para falar de homens e maquiagens, muitas conversas de banheiro passam no teste Bechdel.
As mulheres da familia, "azamigues" reais e virtuais, quem seria eu sem o apoio delas? Elas me inspiram todos os dias e sou grata por tê-las na minha vida. Reconheço a importancia do clube da Luluzinha porque tem coisas que sao so nossas.
Torn up, busted, taken apart
I've been broken down
Left with a broken heart
But I'm stronger
Strong enough to rise above
This is a woman's world
All the women in the world
Stand up come together now
This is a woman's world
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