I really hate my job

Imagine que você escolhe ser atriz: faz um curso, lê e decora Shakespeare, Samuel Beckett, Brecht, aprende técnicas de Stanislavski, mas não arruma emprego na área, o máximo que consegue é um convite para filme pornô.
Você faz curso de Letras, sonha em ser escritora, tem suas publicações negadas pelas editoras.
Enquanto seu sonho não realiza, de uma certa forma você precisa pagar as contas, certo? Em um restaurante bem pobrinho de Londres estão 5 meninas trabalhando, todas sonhando ser uma coisa e é outra, tem que encarar a realidade tediosa. O cozinheiro se queima e é afastado do trabalho, quem sabe cozinhar mais ou menos é a que sonha em ser escritora, vai para cozinha, passa o maior apuro.

A faxineira tem um caso com um chileno que saiu da cadeia e ela quer juntar uma grana para voltar para o Chile.
A mais sensata tenta controlar a situação, usando frases motivacionais para dar um up no humor das meninas. A outra defende os direitos das lésbicas.
A aspirante a atriz é a mais afetada, ela descobre que um ator famoso vai visitar o local e ela acha que é a grande chance de conseguir deslanchar na carreira. Ela tem uns pitis ótimos.

É triste ter que fazer o que não gosta, como diz a música do Bob Marley, Rat race (corrida de ratos), quantas pessoas você tem que tirar do seu caminho para fazer o que gosta? Ou ainda, quantas entram no seu caminho e te tira fora? Tem os QI (quem indica), algumas profissões sofrem de inchaço, muita gente para pouco emprego, com isso muitos vão se virando como podem e adiando a vontade de fazer o que lhes daria prazer, aí não faz o serviço direito e fica aquele impasse. Esse filme se não fosse uma tragédia seria uma comédia. Nem vou dar minha opinião pessoal sobre o tema, senão fico muito depressed e entro em crises existenciais como sempre. Ultimamente estou assim, quando mais penso na minha vida, mais entro em parafuso, é melhor ser conformista às vezes, nem sempre é possível realizar o que quer e isso frustra.