sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

TEN - Abbas Kiarostami


O filme TEN é dividido em 10 partes (isso explica o nome do filme). Mostra a condição feminina iraniana. Esse filme segue o mesmo jeito de filmagem do filme Gosto de cereja, do mesmo diretor, tudo acontece dentro de um carro. O que para nós é comum na nossa cultura, é muito tabu para eles, principalmente na condição de mulher, como já tinha mencionado quando vi O círculo.
A protagonista é uma mulher que pediu o divórcio e casou de novo, do primeiro casamento ela tem um filho que mesmo criança tem uma visão machista do mundo, acusa-a de ser egoísta, de só pensar nela, acha que ele deveria ficar em casa fazendo comida boa em vez de trabalhar. Odeia o padastro e vai morar com o pai que não casou de novo.
Além do filho, ela dá carona para irmã que começa a sentir culpa por deixar o filho na creche para trabalhar.
Depois dá carona para uma velhinha que vai à mesquita 3x ao dia fazer orações, na mesquita ela conhece outra moça que vai lá rezar para casar, pois seu noivo está muito indeciso.
À noite, o carro dela para e uma prostituta entra, uma começa a refletir sobre a vida da outra, é engraçado que homem é igual em todo lugar, já as mulheres são oprimidas:
Ele diz "Eu te amo"?
Acho que sim.
Olha. Não conte a ninguém.
Mas eu os vejo.Quando estão na cama comigo...
As esposas ligam:"Querido".
- Elas ligam para os maridos?
- Sim. É fácil com um celular.
"Querido, querido."
"Eu estou saindo do trabalho."
"Se cuida. Também te amo."
Ele diz "Eu te amo" e desliga.
A maioria consegue dizer "Eu te amo".
Quer dizer que eles mentem?
Na cama, quando estão comigo...
Isso é normal com muitos dos nossos homens.
O quê?
E a pobre esposa é como você.
Acha que seu marido é fiel e só ama você?

Eles também toca levemente no assunto aborto.
Outra carona é para uma mulher que só chora porque o marido, depois de 7 anos de relacionamento, foi embora e ela só tinha a ele: Essa pobre só faltou cantar a música da Maysa, "meu mundo caiu".
Eu, na condição de feminista e feminina, sinto-me frustrada ao ver que a maioria das mulheres do mundo vivem submissas, oprimidas, sem forças de lutar contra a sociedade, a religião, sai da casa de pais rigorosos para ir para casa de um marido bruto, não tem direito ao estudo, a uma vida dependente de um homem, mesmo assim são enganadas por eles, levam toda a culpa quando algo dá errado na relação. O filme é lindo, porém triste!

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