segunda-feira, 4 de julho de 2011

As melhores coisas do mundo

Eu assisti a esse filme com o Samuca, é voltado para o público adolescente e toca em temas interessantes, a sexualidade dos pais, a separação, o primeiro amor, traição, suicídio, morte, a sexualidade do adolescente, os preconceitos, a paixão da menina pelo professor, os medos, as inseguranças típicas da idade, a perda do primeiro amor, masturbação, vida escolar, a música. O filme é feito com atores de Malhação acho que para atrair a galerinha, mas toca em assuntos que eu queria conversar com o Sam e a partir daí tive mais abertura. Ele está de namorinho, descobrindo que a vida não é o faz-de-conta da infância, é hora de descobrir a realidade e as frustrações da vida, ele tem que aprender que não é porque ele é a pessoa mais importante para mim, isso não quer dizer que o mundo dará a mesma atenção que eu dou, pelo contrário, vai ter que apanhar da vida porque cada vez mais as pessoas tem menos paciência com os outros. A partir do momento que optei por ser mãe, tive que abdicar de muitas coisas, tive que fazer escolhas certas e seguras porque ele é o meu porto seguro, quando estou na pior eu penso nele, penso que tenho que ser forte para suportar, tenho que ajudá-lo a fazer escolhas melhores que as minhas. Ultimamente ele tem mais confiança em mim, tudo que aconselho, vou munida de provas que é o melhor, ele adorou o filme e me agradeceu, não tem nada mais gratificante no mundo quando o filho te faz um elogio, te agradece. Eu tenho que aprender a separar a maternidade da amizade, ele não é meu amigo, é meu filho, tem coisas que ele vai ocultar de mim, assim como ocultei da minha mãe, isso aprendi em terapia. A mãe é um ser sozinho, ama sem pedir nada em troca, está com os filhos em qualquer circunstância, ninguém nunca vai entender uma mãe, ninguém entende o por quê vou sair de um país em que tenho emprego estável para ir a um de "primeiro mundo" para que meu filho tenha oportunidades acadêmicas e profissionais, além de ter acesso a outras culturas e idiomas, mesmo que lá eu não seja nada, tenha subemprego ou sei lá o que a vida me preparou.Tô virando mãe neurótica. Eu sei que ele pode vir a ser um ingrato que nunca vai reconhecer tudo o que fiz, um dia ele vai embora, como eu também fui da casa de mamãe, mas eu nunca vou me arrepender de dizer que eu fui mãe, que amei e que sofri, mas foi o maior amor do mundo que pude dar a alguém, depois que fui mãe comecei valorizar muito a minha mãe, a pedir perdão por ter sido tão insensível com ela, de às vezes ignorar seus conselhos, de brigar por coisas banais, de engravidar precocemente, de passar por situações difíceis e nunca contar para ela para não ouvi-la dizer: Eu te avisei! Agradeço a Deus todos os dias por meu filho ser bem mais tranquilo do que eu fui na idade dele, por me obedecer, todos acham ele uma graça, ele é muito carinhoso, atencioso, trata muito bem a namoradinha, eu sempre digo a ele, nunca magoe alguém que diz que te ama, não precisa jurar amor eterno, nem manter um relação que não funciona, mas tenha consideração, nunca maltrate quem teve a humildade de declarar algum tipo de sentimento, pois isso é o que nos diferencia dos outros animais.Vivemos o amor em tempo da cólera (raiva) e achar uma pessoa que te valoriza, te elogia é raridade, vai encontrar mais pessoas querendo acabar com você, te menosprezar, por isso seja sempre bondoso. Nunca despreze a menina que escreveu isso no seu caderno:
capa e 1ª folha do caderno do Sam

Coincidentemente, esses dias na aula estávamos discutindo sobre músicas que falam de amor de infância, falamos de "João e Maria" do Chico Buarque que começa "Agora eu era herói", um jeito que só criança fala, porque o 'agora' eu sou (presente), 'agora' não é um fato que aconteceu no passado, mas as crianças misturam o presente com os contos de fada, o "Era uma vez", também falamos da música "Bang, bang" da Nancy Sinatra que está na trilha sonora de Kill Bill e quem tem a mesma historinha do João e Maria, o herói e o bandido, as mulheres são sempre vítimas (bandidas) porque quando a brincadeirinha vira coisa séria quem sofre no "bang, bang" são elas, por isso dei o conselho para o Sam, 'respect the girl'. Para terminar deixo a música da Nancy.

Um comentário:

  1. Olá. Obrigada pela mensagem no blog!!
    O seu processo tbm é por Quebec??
    Pois é... Attendre et combien encore?! Esse é meu lema!

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