quarta-feira, 31 de julho de 2013

BC Musical: última música da playlist





A última música da minha playlist é de um cantor brasileiro que eu adoro:

  • o nome artistico dele começa com Z, 
  • é do Maranhao, 
  • canta MPB





 agora ficou fácil, né? Sim, é o Zeca Baleiro.
Olha que delícia de música:



Essa BC musical é uma iniciativa da Dani Moreno, confira lá as músicas escolhidas por outras participantes

Aprendendo a usar gírias, internetês, palavroes e fofocas em outro idioma

Continuando o interminável assunto sobre como aprender um novo idioma, já falei da dificuldade de sair da teoria dos livros didáticos para a prática, ou seja, como encarar a língua das ruas, lá no post Para falar um idioma é só abrir a boca? Também falei do medo que a gente tem do próprio sotaque em Falar sem sotaque, mas como? Hoje vou falar de como adquirir vocabulários informais, a linguagem "chula", as gírias, os palavroes, o internetês e como fofocar. Nao estou dizendo com isso que você vai chegar aqui e virar um boca suja, malcriado só para se enturmar, nada disso. Acho que é importante você ter um mínimo de noçao para entender o que os outros estao falando, se eles estao bravos, se eles estao sendo sarcásticos, se estao usando frases de duplo sentido, se estao contando uma piada ou fofocando. Nas nossas aulinhas de francês ou de outro idioma qualquer, nenhum professor vai começar uma aula usando o vocabulário de baixo calao, nao é? Mesmo que os alunos queiram saber só por curiosidade, sempre vai ter um aluno malinha que vai se ofender e chamar a diretora, por isso essas coisas a gente tem que aprender no mundo underground. Lembrando que os palavroes da França sao diferentes dos do Québec, na FR eles têm frustraçoes sexuais, como a maioria no mundo, por isso eles xingam de KCT, FDP, VTNC,VSF, etc. Já no QC, a frustraçao é religiosa, entao eles usam as palavras sacras como: tabernáculo, óstia, cristo, cálice, calvário e por aí vai (vou fazer um post só sobre isso mais para frente).Tanto que o verbo xingar aqui é sacrer. Entao como faz para gente ter essa noçao do que as pessoas estao falando? Simples, é só ter acesso ao besteirol, sabe páginas de piadinhas do Facebook? Como a Conneries qc, Québec meme nesses lugares você vai ler cada besteira que vc nem imagina, tanto das postagens como dos comentários, aproveite para ver o internetês do povo também e para descobrir que gente besta tem no mundo inteiro rsrsrs.(Tem brasileiro que acha que na gringa só tem gente inteligente, é bom deixar avisado para que nao se frustrem depois).
Aprender a fofocar, dizer quem casou, quem separou, quem teve filhos, quem engordou, quem emagreceu, quem fez lipo, quem foi para rehab, isso fica por conta das revistinhas de banca, tipo a Caras, Quem, essas porcarias tem no mundo inteiro também. Ponha na sua cabeça que o importante nao é a informaçao que você está lendo, é o vocabulário que está sendo enriquecido. Em seguida: séries et téléromans, as novelinhas do Québec, eu aprendi um monte de porcarias vendo La galère, Mauvais Karma e o 19-2 (o 19-2 é de policial, pensa no vocabulário "Tropa de elite" do QC ahahaha).
Vamos aos exemplos práticos, se você preza pelos valores familiares, "se dá ao respeito" (seja lá o que isso quer dizer), moça de família, cidadao de bem, se vc acha que seu coraçao nao aguenta, pare de ler aqui porque vou falar besteira :
A história da pipe: estava eu assistindo "La galère" e a mulher diz para outra qu'elle avait fait une pipe. Eu pensei que ela tinha fumado maconha, sei lá, acendido o cachimbo da paz. Mas nao, faire une pipe, é blowjob (felaçao). Gente, aqui as novelinhas é tudo assim, eles falam essas coisas sem pudor, nao é filme pornô nao. Como eu disse, eles nao têm frustraçao sexual.
Eles adotam uns anglicismos também, por exemplo truster, é o verbo to trust = acreditar. Fucker= to fuck, C'est cool! WTF! OMG!, nice, funny, whatever e o que eu mais adoro: Oh, boy!
faire une croix, achei que fosse "fazer o sinal da cruz", mas significa esquecer alguma coisa.
Eles usam mais minou que chat para gato, no começo eu nao sabia de que bicho falavam rsrs.
Gars cheap é um cara mao de vaca, avarento
Malade! = animal! irado! Manêro!
c'est chien ça!= Que saco!
Je capote! = eu perco a cabeça
Une capote = gíria para condom, préservatif camisinha, preservativo (La capote qui craque = a camisinha que fura)
Voyons donc! = Faça-me o favor! O que você está dizendo?, inacreditável
C'est cochon! = é nojento, é sujo

Péter les plombs = je capote = perder a cabeça, tá virada no jiraya. A Reese perdeu a cabeça e foi presa por incomodar a ordem pública e ainda disse pro policial: Você sabe quem eu sou?
Agora pensa uma pessoa (eu) que pega uma revista dessas e lê com a maior seriedade do mundo, grifa, faz anotaçoes, parece que tá lendo um Dostoievski, mas é só a "Star Systéme", quem vê, pensa que eu sou ALOKA.

Outra coisa que eles fazem bastante é diminuir as palavras: ordinateur, vira ordi, laboratoire, vira labo, McDonalds vira McDo.

Formas de mandar calar a boca: do mais educado para o mais malcriado: Taisez- vous! (cale-se!), Tais-toi!, fermez la bouche (fecha a boca!) La ferme! Agora a pior de todas: Ferme ta gueule! ou simplesmente Tagueule! gueule é boca de animal, bouche é de humanos, entao olha o nivel da baixaria! Tá chamando de animal desenfreado rsrs
Em francês tem o tal do je m'en fous! tô nem aí, tô pouco me lixando! só que em québécois as coisas vao subindo de tom: je m'en calisse! je m'en tabarnak! Quando chega no je m'en criss! a traduçao seria: quero que se foda! Criss = cristo, qdo chega nele o bicho tá pegando mesmo.

pichaçao na propaganda do banco: Meu dinheiro trabalha, aí a pessoa pichou: para esses fdp aí (os q estao jogando golf), os tabarnak, é o tabernáculo que expliquei acima.

quanto mais você nao tá nem aí, mais feliz vc será

Vou traduzir para o frances escrito: je suis tout le seul ici qui trouve ça très stupide, les parents qui font une compte FB à leur bébé? / Eu sou o único aqui que acha uma puta idiotice os pais criarem uma conta no FB para seus bebês?
No Québec, ici = icitte = aqui.
cave = estúpido, idiota cave en tabarnak = puta idiotice, uma asneira sem tamanho
Peço desculpas por ter te tratado como um perfeito idiota, eu achava que vc já sabia
Osti, esti = óstia

O que eu penso em uma aula de matemática: Que merda é essa? Que porra é essa?
kossé = Qu'est ce que c'est
ço = ça, cela

Vou parando por aqui, se eu lembrar de mais coisas ou achar outros memes engraçados eu junto e coloco em um outo post parte II. Tendo dúvidas, envie nos comentários, ele voltou a funcionar.

terça-feira, 30 de julho de 2013

Falar sem sotaque, mas como?

Continuando o assunto que eu já tinha começado no post: Para falar um idioma é so abrir a boca?
Uma das coisas que nos intimida na hora de falar uma outra língua é o nosso sotaque, mas o preconceito nao vem do gringo, vem de nós mesmos. Alguns brasileiros acham que quem nao tem sotaque nem deveria abrir a boca, um exemplo disso é um site bem famoso em "tirar onda" com os artistas, publicou este post: Claudia Leitte em "Ingrêis". Gente, como assim? Apenas crianças aprendem a falar sem sotaque. Salvo raras exceçoes, existem pessoas que por uma dádiva conseguem se passar por gringo, mas isso nao é o caso para maioria. Quem tem dinheiro para pagar um ótimo fonoaudiólogo especializado em fonética também pode perder um pouco do sotaque. Ter sotaque nao é falar errado, você pode falar fluente sem perder a entonaçao da sua língua materna. Eu mesma, trabalhava no Brasil com relaçoes internacionais, conhecia muito gringo que falava português fluente, todo mundo entendia o que eles falavam, mas eles tinham sotaque, tanto que sei diferenciar quem é anglófono, quem é francófono e quem é hispanófono só pelo sotaque deles enquanto falam português.
Vou dar um exemplo: OiX cariocaiX, falam esse "s" mesmo em francês, tanto que brinco com um colega brasileiro que estudou comigo, digo que ele fala "francarioquês". O pessoal do nordeste que falam as vogais mais abertas como o É e do Ó e que em SP nós falamos Ê e Ô, quando vao falar francês, eles fala com as vogais abertas. Isso nao é falar errado, minha gente! Na verdade é até uma charme que a gente dá para o idioma. Acho o máximo a Gal Costa cantando Vapor Barato: "minha honey baby!"
Pior erro de quem aprende um idioma é achar que vai falar sem sotaque, vc pode morar 20 anos na gringa que os gringos vao saber que tu nao é de lá. O mais importante ao falar outro idioma é ser compreendido, se os outros estao te entendendo, dane-se o sotaque. Falar fluente é diferente de ter ou nao sotaque. Mesmo em Sao Paulo, quem é da capital, fala diferente de quem é do interioR. Em todas as regioes do Brasil, as pessoas falam com sotaque diferente uma das outras. Aqui em Québec nao é diferente, os sotaques também variam de regiao para regiao. O português do Brasil e de Portugal, o francês da França e do Québec, as línguas sao as mesmas, mas os sotaques, as gírias, as expressoes e até as culturas sao diferentes e PELOAMORDEDEUS, isso nao é falar errado.
Eu treino muito, falo sozinha no meio da rua tentando falar o mais próximo possível, escuto muito, mas eu nao vou desistir de falar só porque meu sotaque nao é bom para agradar os brasileiros que manjam muito.
Se o gringo entendeu a música da Claudia Milk, se ela passou a mensagem que queria passar e atingiu o público alvo, é o que interessa pra ela e para quem escutou. Se o Joel Santana era compreendido, good for him! Minha curiosidade é saber como anda o inglês da galera que adora julgar no tribunal do Facebook, será que é assim tao bom? Será que eles falam o inglês britânico ou americano? Americano de Nova York ou do Texas? Quem sabe o australiano? O que é falar inglês sem sotaque para essa galera?

Nao esquente com isso! Fale do seu jeito que tá bom demais, só nao desista de estudar um idioma por causa desses tipos de comentários, escola nenhuma vai te ensinar a nao ter sotaque e se alguma prometeu isso, peça seu dinheiro de volta que você foi enganado.

Outros links sobre o assunto:
Sotaque ao falar idiomas é determinado por falta de uso de áreas do cérebro
Aprender inglês com ou sem Sotaque?
Os EUA são um país de todos os sotaques em um só idioma

Filme: Kamome shokudô

Assisti ao filme Kamome Shokudô, de Naoko Ogigami, 2006. É um filme nipo-finlandês muito bom, despretensioso, com umas pitadas de comédia.

Personagens: Masako, Sachie e Midori

Sachie na coffee shop que ela abriu em Helsink
Nao dá, gente! Eu leio um livro ou vejo um filme e eles ficam me tentando a ser turista, li o "Noites Brancas", do Dostoiévski, para o Desafio Literário e quero conhecer as noites brancas de Sao Petersburgo, vi esse filme e quero entrar no próximo aviao para Helsink, ainda bem que nao tenho tempo, nem dinheiro, deus nao dá asa a cobra.
Voltando ao filme, eu me identifiquei porque conta a história de três imigrantes em um país bem diferente da cultura delas. A Sachie foi para abrir um café que também servia comida japonesa, mostra a dificuldade de atrair os clientes no começo, até que entra um otaku, pede um café e pergunta como canta a música da série Gatchaman. É sempre assim, a gente sempre acha que japonês sabe tudo de anime, de mangá e de teconologia, super clichezao, rsrs. E pra brasileiro é: vc sabe sambar? Vc joga futebol? A única pergunta que me surpreendeu foi de um cubano que estudava comigo, ele perguntou se eu gostava do Sepultura.
 Ela nao lembrava da letra, porém encontra a Midori em uma livraria e pergunta se ela sabia a letra e ela sabia, as duas conversam, viram amigas e Midori passa a ajudar no café também.
Achei muito engraçada a forma que a Midori foi parar na Finlândia, ela disse que colocou o dedo no mapa, onde o dedo parou, ela comprou a passagem. Boa ideia para quando nao se sabe para onde ir nas férias, vai no dedômetro.
Já a Masako, após passar mais de 20 anos cuidando dos pais doentes, após o falecimento deles, ela decide viajar e escolheu a Finlândia depois de ver uma reportagem na TV que mostrava uma competiçao de guitarras imaginárias, os caras vao para o palco e tocam muito (só que nao rsrs) e também pela prova de lançamento de celulares. Se essa prova for com aqueles Nokia antigoes, tijoloes que se caíssem no chao, quebravam o chao, tá bom, porque lançar iPhone, nao dá, antes de cair já quebrou, né? ;)
Esse filme é uma mistureba de finlandês com japonês e sei lá como, todo mundo se entende. O que eu acho interessante é o olhar deslumbrado e até ingênuo que elas têm em relaçao ao país, elas consideram um lugar mágico, com florestas, nostálgico, calmo, acho que isso é uma coisa de todo imigrante, a gente poe na cabeça uma fantasia, uma ilusao que as coisas sao lindas ao nosso redor. Conheço uma espanhola, de Barcelona, para ela o melhor lugar do mundo é Itacaré, na Bahia, ela abriu uma pousada lá e vive de verao, como ela diz. Ela nao vê defeito nenhum nas terras da família do ACM. C'est la vie! O importante é achar nosso lugar no mundo, o lugar onde a gente se sente bem e consiga viver melhor.
Outra coisa bacana que descobri no filme é que nigiri significa comida para alma, da próxima vez que eu comer vou lembrar disso, estarei alimentando minha alma. A escolha do nome do café também é bem interessante. A Sachie fazendo aikido no tapete da sala é hilário!
Um finlandês ensinou para a Sachie uma palavra mágica que tem que falar enquanto faz o café para ele ficar bom, mas eu esqueci :(

É um filme independente, de baixo orçamento, bem fantasioso, engraçado, eu adoro cinema finlandês e japonês, mas esse filme é diferente de todos os filmes japoneses e finlandeses que vi e mesmo assim eu gostei. Falando em japonês e comida, lembrei de um outro filme japonês muito comédia, chamado "Tampopo: Os brutos também comem macarrao", de Juzo Itami, 1985, mas isso já é outro assunto, porém já recomendo de antemao.

PS: Não sou crítica de cinema (ou sou? Porque todo espectador tem um pouco de crítico dentro de si), coloco aqui sem pretensão, como se contasse à minha mãe no chá da tarde. Se vc procura uma boa crítica, consulte sites especializados, mas se vc é gente como a gente, sinta-se à vontade de dar seus pitacos também.

sábado, 27 de julho de 2013

Para falar um idioma é so abrir a boca?


O problema de quem estuda muito é querer ter perfeiçao na hora de escrever ou de falar e isso é um dos motivos pelo qual as pessoas (eu me incluo!) sentem-se mais tímidas na hora de abrir a boca, têm medo de falar besteira, de serem mal interpretadas ou de alguém rir do nosso sotaque estrangeiro.
Hoje conheci uma brasileira bem doidinha e bem sincera, fala francês com os québecos de igual para igual, eu elogiei a sua desenvoltura e ela me contou seu segredo, ela disse que odeia estudar, odeia gramática, nunca teve medo de falar errado, ela aprende ouvindo e repetindo o que eles dizem, por isso ela se dá bem com eles.
Vi também no youtube esse cara irlandês que desenvolveu um método de estudar idiomas (ele fala  francês, espanhol, chinês, alemao, italiano, árabe, polonês, português, russo), segundo ele, você tem que começar a falar no primeiro dia que você decidiu a estudar, tudo o que vc quiser falar na sua língua nativa, vc tem que pensar: Como eu falaria isso em francês? Daí em diante, seu cérebro vai se acostumar a fazer perguntas em um outro idioma. A segunda coisa que ele faz bastante é viajar para países que fala a língua que ele está aprendendo e ficar nos lugares que o povo nativo está e nao em grupinhos de turistas. Ele se joga na cova dos leoes, literalmente!
Eu preciso aprender a ser mais "cara de pau", sair da teoria para prática, essa minha mania de ficar com a cara nos livros, lendo o tempo inteiro, ensina-me a ter um vocabulário muito limitado, muito acadêmico e pouco usual para a língua falada nas ruas. Ninguém tem paciência com gente que fala tudo certinho, sem usar uma gíria, uma expressao de linguagem, a conversa torna-se pedante e muito formal.
O problema é: Eu nao consigo!!!! Tenho que reprogramar meu cérebro, esconder meus livros de gramática, de verbos, dicionários em um armário com cadeado e deletar meus aplicativos do celular, mas e a coragem para fazer isso? Será que existe uma rehab para dependentes de livros didáticos? Quero ir e ficar trancafiada na rehab, sem acesso à eles, que tenha terapia em grupo para eu ser obrigada a falar em francês para o grupo.
Alguns deles dizem que eu falo bem, mas eu sou desconfiada, acho que eles falam isso para eu ficar mais animadinha, mas quando escuto minhas gravaçoes da aula de fonética eu quero chorar, nao parece nem um pouco com o que o locutor falou e eu repeti.
Vocês já viram a atriz Jodie Foster falando francês fluentemente? Cortando os pulsos em 3...2...1. Adoro essa mulher, falando francês entao, sou capaz de ajoelhar aos pés dela...

O papo aqui acabou, vou rever as regras do subjuntivo, ô troço chato!

PS: Os comentários deste blog desapareceram misteriosamente, nao mexi em nada e uso o layout simples do blogger mesmo. A única opçao que encontrei foi de colocar os comentários do Google+, só comenta quem tem conta lá. Estou pensando seriamente em migrar para o wordpress, quando eu criar uma página lá, aviso aqui.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

A vida do lado de cá, 1 ano depois

“A viagem não é senão a metáfora do nosso futuro… Viajar é descobrir. É ir ao mais longínquo da nossa existência física, é ligarmo-nos ao desconhecido. É por esta razão que a viagem é um grande símbolo para mim, um símbolo poético, mas também um símbolo existencial.” [ Ali Ahmed Saïd Esber ou Adonis]
Em 21 de junho fez um ano que cheguei aqui, nao fiz um post comemorativo na data porque ainda acho que é muito cedo para ficar de achismos ou ter uma opiniao formada sobre tudo. Desde que cheguei estou estudando em tempo integral, com dinheiro da bolsa só pago minhas contas, nao posso gastá-lo com passeios, por exemplo. Gastei apenas com o ingresso para o Festival de Verao e para o show do Gilberto Gil porque nao vivo sem música. Apesar das dificuldades iniciais de adaptaçao, só posso dizer que foi a melhor escolha que fiz na vida, só que essas escolhas fizeram com que eu perdesse muitas outras que eram importantes para mim. Sobrevivi ao inverno, ao natal, ano novo, aniversário sem minha família, participamos do Natal via skype, enquanto no Brasil estava toda a familia reunida, música, calor, risadas, estávamos nós aqui, na maior friaca e sem ânimo de fazer uma ceia para três, até porque nao somos religiosos, o problema nao é nem o Natal em si, mas a falta de estar junto dos entes queridos. O primeiro ano é o mais difícil, sei que os próximos serao menos doloridos.
Algumas pessoas me perguntam como é viver em um outro país, eu sempre digo, depende. Depende de quê exatamente? A primeira coisa é ter pé no chao e estar preparado pro pior.

Outros fatores determinantes:

  • Dinheiro: Quanto mais grana a pessoa traz, mais tempo ela tem para se ajeitar sem ter que trabalhar imediatamente, ela arruma um apê, faz curso de francês para melhorar o idioma e depois pode decidir o que quer fazer da vida. Pode se dar o luxo de turistar, conhecer outras cidades e províncias pra depois cair na realidade. Desde que cheguei nao fui nem à Montréal que fica a 3h daqui, eu sou meio mao de vaca mesmo, enquanto eu nao tiver um emprego, nao gasto, por isso meu dinheiro rende bastante. Agora quem vem com pouca grana já tem que correr atrás de um trampo logo de cara. 
  • Idioma: Eu tinha francês avançado no Brasil, cheguei aqui, entendia o francês standard do jornal, os professores na faculdade, mas o québécois do dia a dia, a língua do vendedor, do carteiro, dos adolescentes na rua, as gírias, expressoes, é outra realidade. Nos primeiros meses eu me sentia uma idiota porque nao entendia muito bem e odeio pedir para as pessoas repetirem. Saber se virar na hora do aperto conta muito.
  • Profissao: Quem é da área de TI ou outras áreas em demanda, conseguem trabalho rápido, alguns conseguem estando ainda no Brasil, eu e meu marido tivemos que mudar de área e voltar para os bancos da faculdade depois de "véios" para poder conseguir um emprego melhorzinho nos próximos anos, outra opçao é trabalhar em áreas que a gente jamais trabalharia se estivéssemos no Brasil, o bom é que isso ensina a humildade pra muita gente.
  • De dondoca a Amélia: Eu nunca tive empregada, nem mesmo no Brasil, aqui em casa nós três dividimos as tarefas, mas as mulheres que sempre tiveram empregada e os maridos que nunca colocaram a mao na massa, chegam aqui e têm que fazer tudo, faxina, comida, essas sentem, viu? Isso explica em partes, o número de divórcios entre os imigrantes. Fazer unha todo fim de semana por $40 doletas? Nem em sonho. Progressiva? Nem existe por aqui. Quem mora em Montréal ainda consegue com umas cabelereiras brasileiras que moram lá, mas em Québec é mais difícil ainda. Eu fiz curso de manicure no Brasil para poder fazer minhas próprias unhas e assumo minha juba encaracolada, entao nao sinto falta de chapinha também. Portanto, essas coisas nao me afetaram diretamente.
  • Falta de comidas brasileiras: O básico, arroz, feijao, macarrao, carne e uma saladinha de alface e tomate tem em qualquer mercado, agora produtos bem típicos brasileiros como pao de queijo, tapioca, feijoada, cachaça, quem mora em Montréal ainda acha nos mercadinhos latinos / brasileiros.

Como diz a citaçao que coloquei acima, "viajar é ligarmo-nos ao desconhecido", nao sei qual será meu futuro, se essa fase de empolgaçao vai passar, nao tenho ideia onde tudo isso vai dar, mas estou aproveitando cada minuto do meu presente para me aprimorar no idioma, fazendo o curso na faculdade, batalhando, quando eu começar a colher os frutos, darei uma folguinha para mim mesma e vou relaxar, viajar, curtir a vida, mas por enquanto é correria, sem deixar a peteca cair.
Esses dias estava conversando com um amigo francês que mora no Brasil e adora, nao volta pra França nem amarrado, ele me disse que é mais fácil a gente se dar bem fora do nosso país porque a gente tem mais motivaçao e faz de tudo para que dê certo, ele é psicólogo, deve saber o que diz, espero que assim seja.

Resumindo: Nao existe fórmula pronta, cada pessoa tem suas próprias experiências, quem já fez intercâmbio aqui antes, tem grana e uma profissao em demanda, a realidade é bem diferente daquele que nunca tinha saído do país, está com a grana curta e fala a língua "maomeno", nao dá pra nivelar esses dois casos, a adaptaçao para um vai ser bem tranquila que para o outro, mas com o tempo tudo se ajeita, é o que eu disse, tem que ter pé no chao, as dificuldades de hoje nao serao as mesmas de amanha, é aguentar firme no começo que depois as coisas se encaminham. Paciência, estrutura emocional, determinaçao e esforço sao as chaves para que as coisas saiam do jeito certo. Muitos simplesmente nao dao conta e voltam porque nao se sujeitam a um monte de coisas. Para mim, as coisas nunca foram fáceis, mesmo no Brasil, entao batalhar aqui e lá dá na mesma, eu nao volto porque gosto daqui e porque perdi um emprego público lá, ou seja, teria que começar do zero e se for para começar, que seja aqui que investi tudo o que eu tinha.

PS: Sou péssima para dar conselhos, do tipo super sincera, aqui o papo é reto. Nao sei usar as palavras certinhas para amenizar a conversa, eu faltei na aula de eufemismos, rsrsrs. Só peço que reflitam um pouco e decidam por vocês mesmos o que é melhor, cada um sabe onde o calo aperta. Tem gente que nao aguenta nem o frio que para mim, foi dos meus problemas, o menor.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Músicas que marcaram minha vida

A minha vida tem trilha sonora, a cada fase tem uma música que me fez companhia. Lembro que aos 15 anos tinha uma paixao enlouquecida pela música Always, do Bon Jovi, porque gostava de um cara que nao gostava de mim, ouvia para tentar curar a dor de cotovelo.



Quando meu filho nasceu, passei a ouvir a música do Barney, Bananas de Pijamas, Pokemon e Dragon Ball Z. Todo dia antes de ele ir dormir eu tinha que cantar a Amo você, do Barney



Nas minhas noites de insônia, costumava ouvir Chico Buarque. Gosto de britpop music, de MPB e de samba.
Lembro que estava muito triste por nao passar na segunda fase do vestibular da Fuvest e quando entrei no carro, estava tocando a música "Como uma onda", do Lulu Santos, ouvindo a letra tive mais ânimo para continuar:


A música que meu marido cantava para mim porque ele falava que eu parecia uma espanhola dançarina de flamenco por causa do cabelao cacheado que eu tinha, Espanhola, do Flávio Venturini.



No momento estou ouvindo muito o CD novo da Marisa Monte para matar a saudade que sinto do Brasil



Agora a mais ouvida, escuto em looping o tempo inteiro é Stay da Rihanna com o Mikky Ekko, ouvia no Rádio e nao sabia quem cantava, quando descobri fiquei surpresa, acho que é melhor música que ela cantou na vida. Até choro ouvindo, a letra é linda, o piano, os dois fizeram um ótimo trabalho juntos.



No momento estou com uma música de um comercial de camisinha e lubrificantes na cabeça, mas nao sei quem canta ou se ela foi feita apenas pro comercial mesmo ahahahaha


PS: Quem usa Chrome às vezes nao consegue visualizar a caixa de comentários deste blog porque ela desaparece misteriosamente, mas quem utiliza Explorer ou Firefox vê normalmente, nao sei arrumar isso.

Essa BC musical é uma iniciativa da Dani Moreno, confira lá as músicas escolhidas por outras participantes

desafio literário: Noites brancas



Para o Desafio literário deste mês, o tema é ler um livro que tenha uma cor ou cores no título. Escolhi Noites brancas, de Dostoievski, 104 págs. O livro dá pra ler em uma sentada, com diz a Juliana Gervason. Uma sugestao para quem quer começar ler literatura russa, mas nao quer começar com os calhamaços Guerra e Paz, do Tolstoi ou mesmo Crime e Castigo, inicie a leitura com Noites Brancas ou Gente Pobre e depois vai passando para os que têm mais páginas e assuntos mais profundos ou complexos.
Noites Brancas refere-se às noites em Sao Petersburgo, na Rússia, durante o início do verão em que não escurece muito,  entre 11 de junho a 2 de julho o sol se poe às 21h e nasce à 1h da manhã. Achei um vídeo de turismo que mostra como sao essas noites.
Vou colocar na minha wishlist de turismo: Ir para Sao Petersburgo no verao.



O narrador é um jovem de 26 anos, tímido, introvertido, excêntrico, solitário, pessimista e antissocial, mas é sonhador e romântico. Nástienka é uma mocinha de 17 anos, orfã, mora com a avó cega e autoritária e está comprometida com um outro rapaz. O livro é dividido em 6 partes: as 4 noites (cada uma é um capítulo) em que o narrador passou ao lado da Nástienka, a História de Nástienka e a manhã seguinte, após o quarto dia.
Ao se encontrarem, eles logo têm empatia um pelo outro, sentem-se à vontade para conversar sobre suas próprias vidas, sentem-se atraídos, confidenciam assuntos íntimos, aquele típico amor de verao, o tal do conhecer uma pessoa bacana na hora errada. Enquanto ela procura um confidente para falar sobre a opressao em que ela vive e que inclusive foi a razao pela qual ela arrumou um namorado qualquer, ele procurava uma musa, alguém que ele pudesse se apaixonar e lembrar dos momentos em que passou com ela, como sendo os momentos mais prazerosos e alegres de toda sua existência vazia e sem perspectiva.
Para mim, o narrador é a versao dostoiévskiana do Werther, de Goethe. O livro é bom para quem curte essa época do romantismo deprê, eu curto muito, portanto gostei bastante.


Fragmentos:

Tenho vivido assim, como se costuma dizer, metido no meu buraco, isto é, só, absolutamente só, perfeitamente só. Compreende o que isto significa: só? 
Neste momento, minha querida Nastenka, em que voltamos a reunir após uma separaçao tão longa, pois já a conheço há muito tempo, Nastenka, porque há já muito tempo que procurava uma certa pessoa, e isto significa que a procurava a si e que estava escrito que nos veríamos agora - neste momento, abriram-se no meu cérebro milhares de válvulas e tenho de deixar as palavras afluir em torrente, pois, caso contrário, sufocaria 
A inteligência só favorece a beleza [...] 
Que importa a vida real? Nós vivemos uma vida tao ociosa, tao parada, tao desprezível, estamos tao descontentes da nossa sorte, tao enfastiados da nossa existência!


quinta-feira, 18 de julho de 2013

BC: música para soltar a franga

Música para soltar a franga no meu caso, é música que escuto para limpar a casa, tem que ter um ritmo acelerado para eu limpar mais rápido, é o mesmo estilo de música de academia e de rave, ou seja, música eletrônica.
O melhor representante  é o David Guetta, escolhi esse vídeo She wolf porque acho o clip muito lindo, é triste, sofrido, a loba solitária sendo perseguida, mas os efeitos visuais, a fotografia foi tudo muito bem feito.



Outro bom é o Armin van Buuren, a música que mais gosto é a Alone, mas nao tem clip oficial, por isso coloquei a This is what a feels like que parece cena do filme Fast and Furious.



E para terminar, um vídeo que vi no face, a reaçao do cara quando toca sua música preferida, eu tb sou assim, começa a tocar e eu já me assanho rsrsrs




Essa BC musical é uma iniciativa da Dani Moreno, confira lá as músicas escolhidas por outras participantes

quarta-feira, 17 de julho de 2013

sistema de saúde norte-americano x brasileiro x cubano

Estou acompanhando assiduamente as noticias sobre a saúde no Brasil, a falta de médicos, de infraestrutura e as medidas que o governo quer implantar para suprir esta carência, entre elas, a importaçao de médicos. Já que me perguntaram como é o sistema de saúde aqui no Canadá, resolvi fazer um post sobre este assunto. Vou logo adiantando que os problemas na área de saúde nao é exclusivo do Brasil, muitos países, entre ricos e pobres, sofrem com a falta nao só de médicos, mas de todos os profissionais da área de saúde: enfermeiros, fisioterapeutas, dentistas, fonoaudiólogos, etc.
Vamos por partes e o que vou falar é segundo meu ponto de vista, começarei pelos EUA, Canadá, Brasil e Cuba, nesta ordem.

EUA: o sistema de saúde é privado, se você nao tem um convênio médico, você nao tem acesso aos tratamentos que você precisa. Uma das propostas do presidente Obama era a reforma deste sistema, possibilitando aos cidadaos americanos uma chance de serem tratados com mais dignidade. Para quem se interessar, tudo sobre a Health Reform está diponivel no site da Casa Branca.
Sabemos que nos EUA têm ótimos hospitais, ótimos médicos, ótimas pesquisas, mas os cidadaos comuns têm acesso a isso? Claro que nao, tanto que sugiro o documentário do Michael Moore, Sicko, que mostra o sofrimento dessas pessoas, a máfia desses planos de saúde que nao aceitam gente gorda demais, magra demais ou com doenças pré-existentes. (Achei esse link no youtube com legendas em português, mas nao sei por quanto tempo ficará disponível devido aos direitos autorais). Prestem atençao quando falam da socializaçao da medicina e comparem com a "cubanizaçao" que o povo repete no Brasil e vejam a paranoia generalizada criada por gente do governo e da mídia.
Outro filme que aborda este assunto é o "Um ato de coragem" (nome original: John Q), dirigido por Nick Cassavetes, 2002, protagonizado por Denzel Washington, mostra o drama de um pai que mesmo tendo convênio, ele nao cobriria a operaçao que seu filho estava precisando, entao este pai, na hora do desespero, parte pra violência, veja trailer aqui (em inglês).
Para mais informaçoes, sugiro uma visita ao blog da Luciana que mora lá e pode explicar com mais propriedade, leia também a critica do site do Jornal  Económico de Portugal e as 7 razoes pelas quais as mulheres deveriam amar Obamacare, aqui (inglês)

Canadá: Diferente dos EUA, o sistema de saúde é gratuito para todos os cidadaos canadenses e imigrantes com status de permanente, visitantes e quem só tem visto de estudo ou trabalho precisam de um seguro saúde. Tanto que no filme do Michael Moore mostra que o sonho dos americanos é ter um sistema de saúde como a canadense. Agora você me pergunta: Qual é o problema do Canadá se a saúde é gratuita, tem infra-estrutura e ótimo salário para os profissionais?  Faltam médicos, enfermeiros e todos os tipos de profissionais da área da saúde. Tanto que quem é profissional dessas áreas e quer migrar para o Canadá, tem prioridade no processo (ou pelo menos tinha na época que vim). Claro que chegando aqui tem que fazer equivalência de estudos e pagar uma taxa bem alta para fazer parte da Ordem dos enfermeiros, médicos e etc. Ou seja, o que o Brasil está tentando fazer importando médicos, o Canadá já faz há muito tempo. Sem um número suficiente de profissionais, como funciona? Funciona na base do stress, de um lado, os profissionais exaustos de tanto fazer hora extra, do outro, os pacientes reclamando da espera nas emergências ou da demora em conseguir agendar uma consulta.

Minha experiência: quero estar saudável e nao precisar ir ao médico, mas uma hora ou outra a gente precisa. Aqui tem o tal do médico de família, você tem que se inscrever no site e esperar aparecer um médico para cuidar de sua família e te encaminhar para as especialidades, até hoje nao conseguimos este médico.
Eu uso mirena e preciso fazer uma checagem anualmente, já fui a três lugares, no primeiro disse que vai abrir agenda só em agosto para marcar sabe lá deus pra quando. O segundo perguntou se eu tinha médico de familia e se foi ele indicou o gineco, eu nao tinha, resumindo, nao faço ideia quando marcarei uma consulta com o gineco. Conheço mulheres que estao grávidas que conseguem rápido, como nao é meu caso, vamos empurrando a vida com a barriga. Meu filho teve uma dor de estômago muito forte, no terceiro dia que ele já estava pálido, nao conseguia comer e nem dormir, levei-o para emergência, ficamos esperando entre 3h ou 4h para sermos atendidos. Dizem que em outras provincias o tempo de espera é de no máximo 40 min, varia de lugar para lugar. Ainda bem que eu tenho paciência e tinha wifi gratis na sala de espera. Como eu já utilizei e muito o sistema público do Brasil,  nao me incomoda esperar, poderia ser pior se eu estivesse nos EUA porque nem money que é good nóis num have. Embora demorado, o atendimento é satisfatório.
Os canadenses estao satisfeitos? Nao muito, sabem o que eles fazem quando precisam operar e nao querem ficar 3 a 5 anos na fila de espera? Vao para Cuba, aqui existe o "turismo medical para Cuba"  já foi assunto para reportagem da Radio-Canada, uma das maiores emissoras do país, veja aqui (em francês). Tem várias empresas aqui que fazem a ponte deste turismo Canadá - Cuba, uma delas é esta aqui. Neste site explica os principais tratamentos que as pessoas vao buscar na ilha de Fidel. Aqui o atendimento é bom, mas é necessário ter paciência, eu tenho, mas nem todo mundo tem.
Um artigo sobre o cansaço dos enfermeiros e o excesso de horas trabalhadas, aqui.
Dentista tem que cursar medicina e fazer especializaçao em odontologia, dentista só cuida de doenças buco-maxilo-facial ou de colocar aparelhos, quem cuida de cáries e limpeza é o hygiéniste dentaire (técnico). Você nao vai ao oftamologista para pegar receita de óculos, você vai no optométriste (nao sei se existe esta palavra em português), é um técnico que faz o exame de vista, oftalmo atende só em caso doença nos olhos.
Prometo falar mais quando eu tiver um médico de família. Os remédios, uma parte é subsidiada pelo governo ou pela empresa que a pessoa trabalha, na hora de comprar com a receita sai bem baratinho.
Aqui também tem algumas clinicas privadas, mas o preço nao cabe no meu bolso.

Brasil: É a mistura do Canadá e Estados Unidos e ainda para piorar, tem a corrupçao, os desvios de verbas que iriam para saúde e vao nao sabemos para onde, tem os médicos elitistas, os lobbies com planos de saúde, etc.
O portal do Ministério da Saúde mostra todos os problemas na área da saúde com gráficos tabelas, estatísticas, comparaçoes com outros paises e propoe soluçoes, o povo que precisa acata de bom grado e os que pagam pela saúde nao acham tao bom assim melhorar o sistema público. O Dr. Drauzio Varela falou da má distribuiçao de médicos no Brasil, aqui e também mostrou a manifestaçao dos médicos contra a ida dos estrangeiros aqui. Outra reportagem da revista Época dizendo que o Brasil tem metade dos médicos que precisa. Ministro pede para os médicos deixarem o corporativismo de lado, publicado no site da Rede Brasil Atual. No blog da Escreva Lola escreva tem dois guests posts, um de duas médicas contra e outro de uma médica a favor das medidas do governo.Os filhos do presidente do Sindicato dos médicos do RS se formaram em Cuba, leia aqui. E essa outra:"Revista Veja teme médicos cubanos no Brasil: “espiões comunistas” (imitando descaradamente 'usamericanos'). Ser doutor é mais fácil do que se tornar médico, da Eliane Brum, aqui. Os hospitais entre a região da Avenida Paulista até o Jabaquara têm mais tomógrafos do que a França inteira, aqui.  Acho que já forneci material suficiente para uma pesquisa básica para se inteirar do assunto.
Quanto a minha experiência em hospitais e consultórios no Brasil, eu usava o sistema público e também tinha convênio privado. O sistema privado fez com que eu me tornasse hipocondríaca, como eu pagava caro, achava um desperdício nao usá-lo pelo menos uma vez por mês, se nascia uma espinha na cara eu corria para dermato, uma manchinha, uma coceirinha estava eu lá no consultório. Só que a dermato era muito chique e receitava só produtos e cosméticos franceses que no BR custa os olhos da cara, entao nem fazia os tratamentos. Para mim, o tempo de espera e a qualidade de atendimento no PS o público e o privado já estavam bem parecidos. Eu coloquei o mirena na rede pública de graça, pelo convênio eu teria que pagar R$800 por ele, porque o plano nao cobria. Um mês antes de sair do Brasil meu marido teve pedras na vesícula e a situaçao estava tao grave que ele precisou fazer uma cirurgia de emergência, ele fez pelo SUS, rapidinho, deu tudo certo, o médico japa foi bem legal e prestativo. Ainda bem que aconteceu no BR, imagino se estivesse acontecido aqui no Canadá, já vi gente aqui com o mesmo problema que estava só na base da morfina para amenizar as dores e só conseguiu fazer a cirurgia 3 meses depois. Meu filho caiu na escola e cortou a cabeça, foi encaminhado para o HC também, levou 10 pontos e nem precisou entrar na fila porque estava sangrando muito e um residente alemao que atendeu, mal falava português, deu tudo certo.  Eu morava em Sao Paulo, em um bairro bom e usava o Hospital Universitário da USP, a minha realidade era diferente de um morador de periferia e que nao tem acesso a bons hospitais públicos. Entao nao posso dizer que minha experiência é igual a de todos brasileiros. Eu me arrependi de ter cancelado meu convênio médico no Brasil, acho que eu deveria ter uma carta na manga, caso aconteça alguma coisa grave, no Brasil seria mais fácil de resolver ou quando fosse lá, marcaria dermato, gineco e exames diversos, mas só por luxo mesmo. Agora minha carta na manga será Cuba, fica 4h do Canadá e na hora do dor, colega, foda-se o capitalismo ou o socialismo, importante é ter um médico que resolva seu problema, se eu precisar, vou fazer como Maradona e vários grupos de norte-americanos (americanos e canadenses), entrar na leva do turismo medical para ilha. Podem me chamar de esquerdopata comunista se vc quiser, mas quero ter direito à saúde.

Cuba:  No portal do Ministério da Saúde mostra que Cuba tem 6,7 médicos para cada mil habitantes, é um dos maiores indices do mundo. A faculdade de medicina nao é uma faculdade elitista, é um curso para quem quiser. Como se nao bastasse, Cuba recebe alunos de toda América Latina que estejam ligados com alguma ONG e tenham interesse em trabalhar nas áreas mais necessitadas. Vejam aqui 5000 estudantes de 70 países que receberam o título de medicina. O vídeo dos canadenses que postei acima,  também revela como é ser tratado lá realmente. Aqui neste site da Politica alternativa do Canada, tem um resumo de como funciona o sistema cubano (inglês). Aqui tem em português. Sobre a Escuela Latinoamericana de Medicina vá aqui.

Agora quem é rico e pode se tratar no Albert Einstein em Sao Paulo ou no Mayo Clinic nos EUA, é a melhor escolha sem sombra de dúvidas e com certeza terá o melhor atendimento, melhores especialistas, o dinheiro paga tudo. Até eu que nao sou besta faria o mesmo. Agora quem nao tem grana e entre nao ter tratamento nenhum e ter um tratamento cubano, Cuba é melhor, nao estou dizendo que é o melhor país do mundo que lá nao tenha problemas graves, nada disso, mas lá tem médicos.
Claro que nenhum governo de países capitalistas como Canada, EUA e mesmo o Brasil, têm interesse de divulgar seus cidadaos buscando ajuda na ilha, é muito humilhante para eles, a única coisa que sabem fazer é o bloqueio, impedir a entrada de tudo em Cuba para dizerem que lá é tudo miserável.
Quanto a falta de infraestrutura, os Médicos sem Fronteiras e a Cruz Vermelha trabalham em áreas de guerra, em campos de refugiados, em lugares devastados seja por causas naturais ou por falha humana, no meio do nada eles montam um acampamento e ajudam como podem. Acho que boa vontade conta muito.

Estas sao minhas experiências como paciente em dois países (a opiniao do paciente tb conta, viu?), como disse, isso varia de pessoa pra pessoa, de cidade para cidade e até de classe social. Já vi brasileiro que morava no Canada voltando pro Brasil porque nao suportou ficar horas esperando por atendimento no PS com um filho tendo uma espécie de convulsao, essa familia sempre teve condiçoes de pagar um convênio caro no Brasil e nunca precisou de passar por esta situaçao, eles devem falar super mal do Canada. Também ja vi brasileiro elogiando o sistema canadense, ama de paixao e nao vê defeito nenhum, nao se incomoda em esperar para ser atendido. Outra coisa em morar fora é perceber que o seu país de origem nao é tao ruim quanto a gente pensa, todo lugar tem suas vantagens e seus inconvenientes. Eu só sei que odeio sentir dor e odeio ver meu filho sentindo dor, na hora da necessidade, se eu tiver dinheiro eu pago, se nao tiver, entro na fila da espera, nao quero saber a nacionalidade do médico, nem de convicçoes politicas quero soluçao pro meu problema.

domingo, 14 de julho de 2013

O que vc come no Canadá - Parte II

Para quem nao viu a parte um, clique aqui.

Dando continuidade no assunto das comilanças,  vamos falar de molhos. No Brasil, eu só usava molho de tomate pra tudo, pizza, macarrao, etc. e o molho shoyu para comidas orientais, mas aqui eu descobri uns molhos divinos, esse General Tao (foto abaixo) é feito com mel, gengibre, óleo de gergelim e um monte de temperinhos, ele é bom para usar no frango empanado, fica com gosto de comida oriental, bem caramelizado, muito bom! Esse outro molho de mel, alho e shoyu para frango frito é dos deuses. Nunca fui muito fanatica por mel, mas descobri que no molho, com comidas salgadas fica muito bom.
Esse molho de pizza também é uma delicia, como disse na parte I, a pizza daqui nao é tao boa, entao eu faço uma do meu jeito, uso o molho de pizza no pao sírio integral que é super baratinho e faço o recheio que quero: presunto e queijo, pepperoni com cebola e queijo, atum com cream cheese e azeitonas, frango com cream cheese e milho, etc.
O milho aqui é muito, mas muito doce, estou acostumando o paladar, o preço é bom e tem vitaminas, entao vamos mandar pra dentro, né?
Outra coisa que nunca tinha comido antes é aspargo. É barato, fácil de fazer e super gostoso, sem falar nas vitaminas do bem e nas poucas calorias sim tem 12 calorias 4 apargos. É só deixar uns minutos na água fervendo para dar uma amolecidinha e depois dar uma fritadinha no alho e óleo ou azeite.
Aproveite e veja aqui (em inglês) os alimentos com menos de 50 calorias e muita saúde.
Para terminar, eu achei o doce de leite argentino e ainda por cima, barato. Só dava eu pulando feito louca no mercado quando achei e nao foi dificil de achar, porque tem coisas que vc só acha no mercado latino e caro, mas esse doce vende no mercado normal, é só alegria.
Também estou me deliciando com os pêssegos, agora é época. É isso! Depois faço a parte III porque comida é assunto pra mais de metro comigo.

molhos

pao sírio integral que substitui a massa de pizza

milho e aspargos

dulce de leche argentino

quarta-feira, 10 de julho de 2013

BC: Música brega

Recorri ao dicionário para ter uma definiçao exata da palavra brega:

bre.ga
adj m+f pop Que tem gosto duvidoso ou de mau gosto; cafona. 

Quem nao é ou foi brega pelo menos uma vez na vida né?  No momento de sofrer por amor, de ter dor de cotovelo, do pé na bunda, a gente tem vontade de só ouvir música para cortar os pulsos.
Escolhi alguns representantes deste tipo de música em português, inglês, espanhol e francês.
Fagner - Borbulhas de amor


James Blunt, com a voz de taquara rachada cantando Goodbye my lover. Olha a letra: "Seria o pai da sua criança, passaria a vida inteira com você", misericórdia, muita breguice. rsrs


Maná, faz mais drama que novela mexicana, Vivir sin aire: Como poderia um peixe nadar sem água, como poderia uma ave voar sem asas, como poderia a flor crescer sem terra, como eu queria poder viver sem você, mas eu nao pooooooooooosso, sinto que moooorrrroooooo


Jacques Brel - Ne me quitte pas, canta implorando: nao me deixe, nao me deixe, nao me deixe


Essa BC musical é uma iniciativa da Dani Moreno, confira lá as músicas escolhidas por outras participantes

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Música para ouvir na estrada

Eu sempre escuto o que toca no rádio ou na playlist das pessoas com quem eu pego carona, entao nao tem como eu mesma ter minhas músicas de estrada, mas escolhi cenas de filmes com atores cantando no carro, adoro!

Tom Cruise, no filme Jerry Maguire, cantando Free falling: And I am freeeeeeeeeeeeeeeeeee, free falling



As patricinhas cantando Thousand milles, no filme "As branquelas"
 

 O Kevin Spacey cantando American woman no filme "Beleza americana"

 A Malin Åkerman cantando feito louca no filme Heartbreak kid, haja paciência com gente assim rsrs


Essa BC musical é uma iniciativa da Dani Moreno, confira lá as músicas escolhidas por outras participantes