sexta-feira, 4 de setembro de 2015

A cilada do "fugir da violência"

Uma das justificativas mais falada por imigrantes é que sairam de seus respectivos paises de origem para fugir da violência, eu mesma ja falei isso varias vezes. Quao enganados estamos!
Tem pessoas que viveram a vida inteira em zona de conflitos, de guerras e estao vivas para contar toda uma historia de massacre que vivenciaram, sao os do tipo que "mil cai de um lado, dez mil à direita, mas nunca sao atingidos", ja outros, querem fugir do problema, mas sao perseguidos por ele onde quer que vao.
Digo isso porque nesta semana, um casal que veio da Colombia, inclusive a mulher estava gravida de 8 meses, foram atingidos por um carro dirigido por uma mulher embriagada e morreram. Sairam da Colombia, o pais das FARCS, dos sequestros relâmpagos, das minas enterradas no chao, para morrer numa cidadezinha do Canada onde nada acontece na maior parte do tempo, é uma grande ironia do destino.
O mesmo aconteceu com o pequeno Aylan e sua familia de origem siria, tentando fugir da violência,  morreram na praia, antes mesmo de chegar na Turquia.


Sinto-me como se fosse a Sabina, que representa a leveza do livro "A insustentavel leveza do ser" quero uma vida leve, sem problemas, mas quem disse que ser leve é facil? Às vezes é insustentavel ou insuportavel. Todas essas vitimas buscavam a leveza.
Meu discurso agora é: vim para ca para conhecer novas culturas e aprender novos idiomas. Da morte a gente nao escapa, nem da violência.


Eu sei que determinada rua que eu já passei
Não tornará a ouvir o som dos meus passos.
Tem uma revista que eu guardo há muitos anos
E que nunca mais eu vou abrir.
Cada vez que eu me despeço de uma pessoa
Pode ser que essa pessoa esteja me vendo pela última vez
A morte, surda, caminha ao meu lado
E eu não sei em que esquina ela vai me beijar

Com que rosto ela virá?
Será que ela vai deixar eu acabar o que eu tenho que fazer?
Ou será que ela vai me pegar no meio do copo de uísque?
Na música que eu deixei para compor amanhã?
Será que ela vai esperar eu apagar o cigarro no cinzeiro?
Virá antes de eu encontrar a mulher, a mulher que me foi destinada,
E que está em algum lugar me esperando
Embora eu ainda não a conheça?

Vou te encontrar vestida de cetim,
Pois em qualquer lugar esperas só por mim
E no teu beijo provar o gosto estranho
Que eu quero e não desejo,mas tenho que encontrar
Vem, mas demore a chegar.
Eu te detesto e amo morte, morte, morte
Que talvez seja o segredo desta vida
Morte, morte, morte que talvez seja o segredo desta vida

Qual será a forma da minha morte?
Uma das tantas coisas que eu não escolhi na vida.
Existem tantas... Um acidente de carro.
O coração que se recusa abater no próximo minuto,
A anestesia mal aplicada,
A vida mal vivida, a ferida mal curada, a dor já envelhecida
O câncer já espalhado e ainda escondido, ou até, quem sabe,
Um escorregão idiota, num dia de sol, a cabeça no meio-fio...

Oh morte, tu que és tão forte,
Que matas o gato, o rato e o homem.
Vista-se com a tua mais bela roupa quando vieres me buscar
Que meu corpo seja cremado e que minhas cinzas alimentem a erva
E que a erva alimente outro homem como eu
Porque eu continuarei neste homem,
Nos meus filhos, na palavra rude
Que eu disse para alguém que não gostava
E até no uísque que eu não terminei de beber aquela noite...

Vou te encontrar vestida de cetim,
Pois em qualquer lugar esperas só por mim
E no teu beijo provar o gosto estranho que eu quero e não desejo,mas tenho que encontrar
Vem, mas demore a chegar.
Eu te detesto e amo morte, morte, morte
Que talvez seja o segredo desta vida
Morte, morte, morte que talvez seja o segredo desta vida

Um comentário:

  1. Eu sempre tive pavor desse discurso do "vim pro Canadá porque o Brasil é violento demais"... Eu não poderia usar porque seria mentira: nunca fui assaltada ou afins por lá, então por que eu fugiria da violência que eu via no Jornal Nacional?

    Meu discurso é: "eu queria aventura, descobrir novos mundos" ;)

    Beijos!

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