terça-feira, 3 de novembro de 2009

Ensaio sobre o suicídio


Eu vou revelar o meu lado mórbido: sou fascinada por tudo que relacionado ao suicídio, as pessoas acham estranho quando falo sobre isso, querem que eu procure ajuda, mas há uma diferença entre ser suicida e ser interessada no asssunto, oras.
Nós, ocidentais cristãos, vemos o suicídio como algo decadente, remetemos sempre a Judas, o traidor, o fracassado. É da nossa cultura achar que o suicida é uma pessoa fraca. Já na cultura oriental, o suicídio é sinal de honra, como querer dizer: posso suportar a vida até aqui.
Uma das cenas mais comoventes de suicídio (hara-kiri) é da Madame Butterfly, na Giacomo Puccini, em que ela diz: "Com honra morre aquele que não mais com honra viver pode."
Outra cena linda é no filme "As horas" que mostra o suicídio de Virginia Wolf, ela coloca pedras nos bolsos e se afogou no rio Ouse. Na wikipedia peguei a carta que ela escreveu ao marido Leonardo Wolf:

Querido,
Tenho certeza de estar ficando louca novamente. Sinto que não conseguiremos passar por novos tempos difíceis. E não quero revivê-los. Começo a escutar vozes e não consigo me concentrar. Portanto, estou fazendo o que me parece ser o melhor a se fazer. Você me deu muitas possibilidades de ser feliz. Você esteve presente como nenhum outro. Não creio que duas pessoas possam ser felizes convivendo com esta doença terrível. Não posso mais lutar. Sei que estarei tirando um peso de suas costas, pois, sem mim, você poderá trabalhar. E você vai, eu sei. Você vê, não consigo sequer escrever. Nem ler. Enfim, o que quero dizer é que é a você que eu devo toda minha felicidade. Você foi bom para mim, como ninguém poderia ter sido. Eu queria dizer isto - todos sabem. Se alguém pudesse me salvar, este alguém seria você. Tudo se foi para mim mas o que ficará é a certeza da sua bondade, sem igual. Não posso atrapalhar sua vida. Não mais. Não acredito que duas pessoas poderiam ter sido tão felizes quanto nós fomos.V.

Outra cena de suicídio marcante é no final doTigre e o Dragão que a Jen acredita na história de que quando você realiza um sonho, você pula de uma montanha e a cena é linda.

A cantora chilena Violeta Parra que se apaixonou por um cara com metade de sua idade, ela tinha quatro filhos de outros casamentos, não foi correspondida a altura e morreu de amor.

A poetisa portuguesa, Florbela Espanca escolheu morrer no dia de seu aniversário. O interessante é que a gente não sabe o dia que vai morrer, é a única incerteza que temos na vida, mas isso não se aplica ao suicida, ele escolhe o dia de sua morte, ele tem esse poder.


Hoje vou falar de um filme de terror psicológico japonês que assisti, chamado Suicide Circle. Tudo começa quando 54 meninas colegiais combinam de se matar se jogando nos trilhos do metrô, nas investigações eles acreditam em um clube do suicídio, acham que pode ser site ou foruns de internet ou lavagem cerebral da música de um grupo musical de meninas. Outras mortes bizarras vão acontecendo no decorrer da trama. Uns dizem ser um filme trash, outros classificam como cult, uns acham que é mais um filme de terror outros dizem que é um filme de denúncia devido aos altos níveis de suicídio no Japão. As cenas são fortes a ponto de dar ansia de vômito, eu gosto de terror japonês, embora me faça gelar a espinha e me deixa sem dormir por três noites seguidas, eu assisto.


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