quinta-feira, 10 de setembro de 2009

O carteiro e o poeta

Il Postino, dirigido por Michael Redford, baseado na obra O Carteiro, de Pablo Neruda, conta a história do carteiro Mario com o exilado poeta Pablo Neruda.
Dio mio, come amo questo film!
Imagine um grande poeta e todos os dias vc tem que entregar as correspondências dele, tenta puxar um papo tímido, querer entender sobre poesia, metáforas, isso o induziu a querer saber sobre o Chile, sobre outras poesias, sobre o comunismo.
Qdo o carteiro comenta com o chefe dele, será que ele dá autografo no livro? O chefe responde: Ele é comunista, comunista gosta do povo.
E qdo ele se apaixona por Beatrice e conta para o poeta, pede um conselho e o poeta disse que existe remédio para esta paixão e o carteiro fala: eu não quero remédio, eu quero continuar doente (bravo!!!) Veja o vídeo:


E quando ele se apropria da poesia de Neruda e envia para a Beatrice, aí Neruda vai querer tirar satisfação e ele diz: a poesia não pertence aos poetas, pertence a quem precisa delas (bravo de novo!!!)

Para quem quer a poesia em português, é essa:

NUA

Nua és tão simples como uma de tuas mãos,
lisa, terrestre, mínima, redonda, transparente,
tens linhas de lua, caminhos de maçã,
nua és magra como o trigo nu.

Nua és azul como a noite em Cuba,
tens trepadeiras e estrelas no pêlo,
nua és enorme e amarela
como o verão numa igreja de ouro.

Nua és pequena como uma de tuas unhas,
curva, sutil, rosada até que nasça o dia
e te metes no subterrâneo do mundo

como num longo túnel de trajes e trabalhos:
tua claridade se apaga, se veste, se desfolha
e outra vez volta a ser uma mão nua.


Veja ela contando para tia sobre a forma que Mario leu a poesia (o vídeo está em italiano)



“Il tuo sorriso si espande come una farfalla[“O teu sorriso se expande como uma borboleta.”]





Eu cá pensando com meus botões, se eu fosse entregar cartas para alguém que considero o máximo, como Gabriel Garcia Marquez ou José Saramago e eles pudessem me ensinar algo que fizesse eu transcender o modo de ver a vida, eu juro que seria mais insistente que o carteiro desse filme, iria absorver ao máximo, xeretar tudo. Mas Deus não dá asas a cobra, não é mesmo? E eles tem funcionários que recebem as cartas, não atenderiam a porta e ficariam trocando ideias com o mensageiro.

Um comentário:

  1. quando tinha 12 anos, uma professora de português nos fez assistir a este filme, na época prestei a devida atenção, mais só o entendi depois de mais três anos, muito bom!

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